As 7 Dores de São José

Meditando e rezando as Dores e Alegrias de São José

Dores e Alegrias de São José. Apresentação.

São José caminha conosco.

São José, o Patrono da Igreja, o Guarda do Redentor, Pai de Jesus Misericordioso, caminha conosco. Entre tantos outros, citemos a inovação de três santos, que a seu tempo e perante os desafios que então se lhes apresentavam, recorreram com confiança a São José:

São Pio XII:  Permanecei conosco, ó São José, nos nossos momentos de prosperidade, quando tudo nos convida a gozar honestamente dos frutos de nossas fadigas; mas, sobretudo, permanecei conosco e sustentai-nos nas horas de tristeza quando parece que o céu quer fechar-se sobre nós e até os instrumentos de nosso trabalho vão escapar de nossas mãos”.

São José Marello: Indica-nos, São José, o caminho, sustenta-nos a cada passo, conduze-nos para onde a Divina Providência quer que cheguemos. Seja comprido ou curto, bom ou mau o caminho, enxergue-se ou não a meta com a vista humana, contigo, São José, estamos certos de que sempre caminhamos bem”.

E, São João Paulo II: “É para mim uma alegria cumprir este dever pastoral, no intuito de que cresça em todos a devoção ao Patrono da Igreja universal e o amor ao Redentor, que ele serviu de maneira exemplar. Desta forma, todo o povo cristão não só recorrerá a São José com maior fervor e invocará confiadamente o seu patrocínio, mas também terá sempre diante dos olhos o seu modo humilde e amadurecido de servir e de “participar” na economia da salvação”.

Dores e alegrias de São José, uma simples devoção ou nossa história? 

Em seu comentário sobre a importância e atualidade da devoção das Sete Dores e Alegrias de São José, o Pe. Mário Guinzoni, OSJ, apresenta um novo modo de olhar para esta devoção: “se bem entendida e rezada, a oração das Sete Dores e Alegrias de São José deixam de ser uma simples devoção e tornam-se a nossa história”. Vejamos uma parte de seus comentários:

Dores e alegrias são a vida cotidiana de todo o ser humano, e fazem crescer, ser gente e ser cristão. Mas, é, sobretudo, na vida do povo humilde, na realidade dura e sofrida, que dores e alegrias são vividas com mais intensidade, e com a simplicidade da fé e da gratuidade. São José, o humilde carpinteiro de Nazaré, se identifica com tantos pais de família, com problemas de trabalho, de emprego, de moradia. José está vivo hoje nos vários “Zé” do nosso Brasil: nos João, nos Severino, Gumercindo… Que vivem com fé em Deus numa terrível luta pela sobrevivência. Sob esta perspectiva, as dores e alegrias de São José são mais vivas do que nunca: vivas porque reais, vivas porque acontecem hoje, ao nosso redor. Deixam de ser uma devoção, e se tornam nossa história“.

 

1. José, filho de Davi, não temas.

1ª Dor e Alegria de São José: A Encarnação

Ó puríssimo esposo de Maria Santíssima, glorioso São José, assim como foi grande a amargura e a angústia do vosso coração na perplexidade de abandonardes a vossa castíssima esposa, também foi inexplicável a vossa alegria quando pelo Anjo vos foi revelado o soberano mistério da Encarnação.

Por esta vossa dor e por esta vossa alegria, rogamo-vos a graça de consolardes, agora e nas extremas dores, a nossa alma com a alegria de uma boa vida e de uma santa morte, semelhante à vossa, entre Jesus e Maria.

O CONTEXTO: o Sim de Maria e a Encarnação de Jesus.

José e Maria estão recém-casados. Como era costuma naquele tempo, o casamento era realizado em duas etapas. Na primeira havia o consentimento e o compromisso. E, a partir dela os recém-casados se preparavam para a segunda, após a qual a esposa deixava o lar de seus pais e passava a viver com o esposo.
No período ente a primeira e a segunda etapa do casamento de José e Maria, acontece o convite de Deus a Maria, o seu sim e a Encarnação de Jesus: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”.
Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

2. O Filho de Deus nasce num ambiente pobre e acolhedor. 

2ª Dor e Alegria de São José: O Nascimento de Jesus

Ó felicíssimo Patriarca, glorioso São José, que fostes escolhidos para o cargo de pai adotivo do verbo humanado, a dor que sentistes ao ver nascer em tanta pobreza o Deus Menino se vos trocou em celestial júbilo ao escutardes a angélica harmonia e ao verdes a glória daquela brilhantíssima noite.

Por esta vossa dor e por esta vossa alegria, obtendo-nos a graça de nos alcançardes que, depois desta vida, passemos a ouvir os angélicos louvores e a gozar os resplendores da glória celeste.

O CONTEXTO: o Filho de Deus nasce num ambiente pobre e acolhedor.

O evangelista Lucas narra que César Augusto ordenou um recenseamento para todo o seu império. Ele queria conhecer todo o seu potencial em termos de população e riquezas. José e Maria, pertencendo à casa de Davi, deviam apresentar-se em Belém. Maria aproximava-se do fim da sua gestação. A viagem, difícil e cansativa, era uma caminhada de quase 140 Km: Belém ficava nos arredores de Jerusalém. Não encontrando lugar na hospedaria, José, homem prático, buscou fora da cidade uma gruta, que servia para abrigar animais, um lugar rústico e silencioso, quase com certeza uma estrebaria. Foi ali que Maria deu à luz o Filho de Deus.

A pobreza do local do nascimento é contrastante com o ambiente acolhedor criado por José e Maria. O Menino Deus nasce pobre, mas é recebido pelo Santo Casal com tanto amor e carinho que o calor do amor de seus pais compensa, em muito, a singeleza do local.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 

3. Foi-lhe dado o nome de Jesus, conforme o anjo confidenciou a José. 

3ª Dor e Alegria e Alegria de São José: A Circuncisão de Jesus

Ó obedientíssimo executor das leis divinas, glorioso São José, o sangue preciosíssimo que na circuncisão derramou o Redentor Menino vos transpassou o coração; mas o nome de Jesus vô-lo reanimou, enchendo-o de contentamento.

Por esta vossa dor e por esta vossa alegria, alcançai-nos que, sendo arrancados de nós todos os vícios desta vida, com o nome castíssimo de Jesus no coração e nos lábios, expiremos cheios de confiança

O CONTEXTO: o Filho é acolhido como integrante do Povo de Deus e recebe o nome de Jesus.

O evangelista Lucas (Lc 2,21) narra que, passados oito dias de seu nascimento, Jesus foi apresentado, segundo a lei de Moisés, para a circuncisão e na ocasião lhe foi colocado o nome de Jesus.

Esta cerimônia era realizada de preferência na casa dos pais, mas podia ser feita também na Sinagoga. Lucas não diz quem foi o ministro da circuncisão, mas segundo a tradição esta era uma atribuição e um direito do pai. No ato da circuncisão era pronunciada a seguinte oração: “Bendito seja o senhor nosso Deus, que nos santificou com seus preceitos e nos deu a circuncisão, e nos concedeu introduzir nosso filho na Aliança de Abraão, nosso Pai”.  Esse rito fundamentava-se no pacto que Deus havia feito com Abraão. Todo filho homem do povo devia ser circuncidado como sinal de pertença à Aliança, que implicava, da parte do povo adorar o único Deus, andar em seus caminhos, observar a justiça e obedecer à voz de Javé.

Jesus, então, com este rito entrou a fazer parte do Povo eleito. Durante a celebração dava-se a nome à criança; e para os hebreus o nome definia sempre a missão que a pessoa devia desenvolver. E o nome de Jesus encerrava de fato toda a sua missão, pois queria dizer: O Senhor salva!

Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 

4. Pai, em tuas mãos entregamos a vida do Filho que nos destes.

4ª Dor e Alegria de São José: A Apresentação de Jesus no Templo

Ó fidelíssimo santo, que também tivestes parte nos mistérios de nossa Redenção, glorioso São José, se a profecia de Simeão a respeito do que Jesus e Maria tinham de padecer vos causou mortal angústia, também vos encheu de soberano gozo pela salvação e gloriosa ressurreição que igualmente predisse teria de resultar para inumeráveis almas.

Por esta vossa dor e por esta vossa alegria, obtendo-nos que sejamos do número daqueles que, pelos méritos de Jesus e pela intercessão da Virgem Maria, têm de ressuscitar gloriosamente.

O contexto: o Espírito Santo se manifesta através do profeta Simeão e manifesta a missão salvadora de Jesus. (Lc 2,25-35)

O evangelista Lucas narra que vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Era piedoso e justo, e recebera do Espírito Santo a revelação de que não morreria sem antes ter visto o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito Santo, veio ao templo, no momento em que José e Maria apresentavam o Menino para o cumprimento da lei a seu respeito. Neste rito da apresentação do menino, a participação de José é incontestável, pois ele, como pai, tinha toda a responsabilidade e, ao mesmo tempo, as prescrições das observâncias religiosas que diziam respeito ao Menino eram da alçada do pai.

Na Escritura, os deveres do pai eram: circuncidar o filho, pagar o resgate prescrito, instruí-lo na Lei, ensinar-lhe uma profissão e levá-lo ao matrimônio. Por isso, é nesta ocasião que Lucas qualifica expressamente José como “Pai” de Jesus.

Simeão, em virtude de seu carisma profético anunciava a José a presença da salvação. As palavras de Simeão revelavam o significado sobrenatural da vida daquela criança, que seria “Sinal de contradição… Queda e reerguimento para muitos em Israel… Salvação para os povos… Luz para iluminar as nações…” e provocaram em seus pais uma profunda admiração.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 

5. José, exemplo de fidelidade ao chamado de Deus.

Dores e Alegrias de São José. 5ª Dor e Alegria: A Fuga para o Egito

Ó vigilantíssimo guarda, familiar íntimo do Filho de Deus encarnado, glorioso São José, quando penastes para alimentar e servir o Filho do Altíssimo, particularmente na fuga que com ele tivestes de fazer para o Egito. Mas qual não foi também a vossa alegria, tendo sempre convosco, a confortadora presença de Jesus e de Maria.

Por esta vossa dor e por esta vossa alegria, obtendo-nos que, superando os perigos do mundo e as insídias do demônio, unidos a Jesus e a Maria, consagremos nossa vida ao serviço de Deus e do próximo.

O contexto: a prontidão de São José salva Jesus e Maria da perseguição de Herodes. (Mt 2,13-15)

A narração da fuga e permanência da família de Nazaré no Egito é descrita pelo evangelista Mateus. Ele conta que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-se toma o Menino e sua Mãe e foge para o Egito e fica lá até que eu te avise, porque Herodes está procurando o Menino para o matar”.  José, obedecendo ao comunicado do anjo, levantou-se apressadamente durante a noite, tomou o Menino e sua Mãe, e partiu para o Egito, e ali permaneceu até que Herodes morresse.

Esta ordem Divina foi imediatamente executada por José, pois foi a ele, como chefe legítimo e natural e defensor da Sagrada Família, que o anjo apareceu e comunicou o destino do Egito como meta temporária do exílio, até a morte de Herodes. Foi nesse país, escolhido pela Providência, que passaram a viver por algum tempo, alojados provavelmente em um dos bairros hebreus situados numa das cidades próximas à fronteira oriental. Ali os hebreus podiam encontrar auxílio e conforto junto aos compatriotas que viviam naquele país, famoso por suas tradições, suas cidades com monumentos imponentes e seus centros culturais e comerciais.

Não era fácil para um estrangeiro viver no Egito, sobretudo para um hebreu que adorava um só Deus, pois a religião Javista excluía todo e qualquer politeísmo. No ambiente egípcio, entretanto, assim como em todo o Oriente, praticava-se o culto ao imperador e o número de ídolos   era bastante elevado e, além do mais existia um vasto domínio de magia e de superstições.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 

6. José, exemplo de prudência e opção pela vontade de Deus. 

6ª Dor e Alegria de São José: A Volta do Egito

Ó protetor das famílias, glorioso São José, se a volta do Egito foi tumultuada pelo medo de Arquelau, causou-vos grande consolação o sereno convívio de Nazaré, onde Jesus, na obediência, quis ser por Vós preparado para a vida e para o trabalho.

Por esta vossa dor e por esta vossa alegria, estendei-nos que sejamos libertados dos temores e apreensões, para que cumpramos nossos deveres no sereno ambiente da família e do trabalho, sob o olhar paternal de Deus.

O contexto: prudente, José busca um lugar seguro para a Sagrada Família. (Mt 2,19-23)

Assim como já havia atendido o comunicado do Anjo para acompanhar o Menino Jesus e sua Mãe ao Egito, e viver lá, num país estranho e pagão, para proteger o Menino da crueldade do rei Herodes, da mesma forma José dispôs-se prontamente a voltar para Nazaré, sua cidade, quando o Anjo lhe comunicou: “Levanta-se tome o Menino e sua Mãe, e volte para a terra de Israel, pois já morreram os que tramavam contra a vida do Menino”.

Deixar o Egito representava para a Sagrada Família muita coisa. Significava abandonar um país idólatra e estranho e tornar a conviver com a gente simples e humilde de Nazaré. Significava voltar a morar na pequena e pobre casa construída de pedras calcárias, com o teto coberto de barro amassado. Significava retornar à prática da profissão simples do carpinteiro, reatando as velhas e gostosas amizades. Implicava a volta à vivência dos bons costumes no exercício de uma vida descomplicada, com um regime alimentar bastante módico, feito de pães, peixes do lago de Genesaré e um pouco de frutas. Significava voltar a freqüentar com regularidade a sua Sinagoga, a partilhar com seu povo a fé no Deus verdadeiro. Implicava, sobretudo, viver uma vida totalmente à disposição da vontade de Deus com uma prontidão que poderíamos dizer inacreditável.

Mas a fama cruel de Arquelau fez com que José tivesse medo de regressar ao país de Israel. Diz o evangelista Mateus que, “tendo ouvido que na Judéia reinava Arquelau em lugar de Herodes, seu pai, receou ir para lá”. De fato, ao assumir o trono de seu pai, Arquelau distinguiu-se pelas atrocidades que cometeu contra o povo de Israel, e José sabia disso; afinal, as notícias espalhavam-se com certa facilidade pelas colônias judaicas situadas fora da Palestina.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 

7. O desencontro com Jesus e o reencontro no Templo.

7ª Dor e Alegria e Alegria de São José: O desencontro com Jesus e o reencontro no Templo.

Ó exemplar de toda a santidade, glorioso São José, perdestes sem culpa vossa o Menino Jesus e, para maior angústia, tivestes de procurá-lo por três dias, até que com sumo júbilo o encontrastes no templo entre os doutores.

Por esta vossa dor e por esta alegria, suplicamos-vos com o coração nos lábios, de intercederdes para que nunca nos suceda perdermos a Jesus por culpa grave. Mas, se por suma desgraça o perdermos, fazei que com tão viva dor o procuremos, que o achemos favorável, especialmente na nossa morte, para passarmos a gozá-lo no céu e cantarmos eternamente convosco as suas divinas misericórdias.

O contexto: o zelo de Jesus pelas coisas do Pai . (Lc 2,43-45)

José e Maria, cumpridores fiéis da Lei, tinham o hábito de subir todos os anos a Jerusalém para as festas da Páscoa, e lá permaneciam por alguns dias, visitando o Templo e rezando.

Quando Jesus completou doze anos, eles foram segundo esse costume saudável, para a Cidade Santa. Ao terminarem os dias da festa, tomaram o caminho de regresso para Nazaré, formando uma grande caravana e confundindo-se com os outros peregrinos da região. Jesus, porém, permaneceu em Jerusalém, entre os pórticos do templo, sem que seus pais percebessem, e ali, entre os rabinos, seguia com atenção os seus ensinamentos.

É preciso salientar que Jesus não se perdeu, mas ficou ali livremente, a fim de cumprir a vontade de seu Pai. Para Ele essa façanha não foi nada difícil, pois as crianças de sua idade, durante a viagem, gostavam de andar juntas ou acompanhadas só o pai ou só a mãe, já que os homens e as mulheres caminhavam em grupos separados, encontrando-se apenas em determinados pontos preestabelecidos para descansar um pouco. E foi na primeira grande parada do caminho que deram por falta do Menino. Eles não podiam imaginar que Jesus tivesse ficado em Jerusalém. Era possível que ele estivesse entre as pessoas que faziam parte da caravana e, por isso, “começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos”. Mas ninguém sabia dar informações sobre o seu paradeiro. Em vista disso, não havia outra coisa a fazer, nem tempo a perder: era preciso, embora já fosse noite, após um dia de estafante caminhada, voltar a Jerusalém para localizá-lo.

Durante três dias, José o procurou, ao lado de Maria, na cidade caótica, como são todos os grandes centros, e ainda fervilhando de peregrinos e estrangeiros. Foram três dias de preocupações misturadas com ansiedade e temor, até que uma alegria inefável lhe veio inundar o coração: Jesus estava no Templo, no meio dos doutores da Lei, provocando, com sua pouca idade, grande pasmo e admiração nos mestres de Israel, “admirados com sua inteligência e suas respostas”.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória.

 

 

via:

https://www.osj.org.br/noticias/indica-nos-o-jose-o-caminho/

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