MEU DEUS E MEU TUDO

Música Meu Deus e a experiência de Francisco ao pronunciar esta oração:

MEU DEUS, MEU TUDO.

Quero tão somente bem aqui / Ficar eternamente e não sair / pra reparar os danos / para conhecer teus planos/ para te ouvir

Eu sei que o amor é amado/ e vive bem aqui abandonado/ tem gente tão indiferente / que teu amor não compreende/ que não tá nem aí

Bem que eu poderia sair por ai/ e falar que tudo é nada sem você/ e que não adianta a vida ganhar pra alma morrer

Vou gritar até enrouquecer/ que sem ti não sentido pra viver/  e que tudo passa e só amor vai permanecer

Meu Deus, Meu Tudo (2x)

Minha vida, meu mundo é você!

Tento sem sucesso comparar / o amor que o calvário fez jorrar/ mas só você se encantou/ com que te crucificou/ com o pecador

Eu sei que sou doente do pecado/ mas mesmo assim estás sempre ao meu lado/ na solidão o amigo/ e no frio meu abrigo/ eu sei que estás comigo

Vou olhar para o irmão e falar/ pra te seguir uma cruz tem que abraçar / os animais tem tocas mais o Senhor não tem onde descansar

Mas a ti nada faltará/ quem veste os lírios mais por ti fará/ bastam as sandálias e o nosso alimento já está no altar

Refrão…

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Bernardo era mercador como Francisco, mas de maior fortuna. Era ponderado e reflexivo, dificilmente se entusiasmava e mantinha controlados todos os seus impulsos.

Convencido de que nada vale a pena, porque tudo vai e vem e coisa alguma permanece, foi desprendendo o coração dos bens terrenos e começou a cultivar aquela sede de Deus.

Foi aí que Bernardo começou a observar Francisco e começou a pensar: “Francisco acertou. Tinha tudo e deixou tudo. Agora parece mais feliz do que todos nós. Vive sem Ter nada e como quem possui tudo. E sua conversão não foi uma febre passageira. Vou observá-lo de perto para verificar o grau de sua transformação”.

Convidou-o um dia para jantar em sua casa. Depois mandou preparar uma cama no mesmo quarto que ele, para observá-lo. Bernardo tinha na parede uma imagem do Senhor Crucificado.

Francisco deitou-se e fingiu um sono profundo. Bernardo fez o mesmo. Então Francisco levantou-se silenciosamente, ajoelhou-se diante da imagem, estendeu os braços em cruz e começou a dizer lentamente: “Meu Deus e meu tudo”, dizia com tanta intensidade e amor, que cada vez que repetia  isso parecia ser a primeira vez, e assim pas-

sou a noite e não dizia mais nada. Bernardo estava profundamente emocionado.

Na manhã seguinte disse a Francisco: “Irmão Francisco, o Senhor me deu riquezas. Vi que as riquezas me separam do meu Senhor. Eu quero que o Senhor seja minha riqueza. Que devo fazer ?”

Francisco respondeu: “É verdade. Se as riquezas ocupam a alma, é difícil que o Senhor seja a sua riqueza. Trata-se de uma alternativa, ou Deus ou o dinheiro”.

A vida de Francisco causou a mais viva impressão no espírito do rico negociante. E ele decidiu, com coragem e firmeza que abriria mão de seus bens e deixaria o mundo para abraçar o ideal da perfeição cristã.

No dia seguinte saíram cedo de casa. Passaram pela casa episcopal, onde chamaram Pedro Catani, cônego de São Rufino, que também tinha manifestado o desejo de fazer o mesmo que Francisco, e  participaram da Missa na igreja de São Nicolau. Após a missa passaram um tempo em oração.

Então Francisco aproximou-se do altar com reverência, como quem vai fazer algo muito importante. Francisco realizava as coisas maiores com simplicidade e sabia fazer as coisas menores com uma certa solenidade.

Pegou o missal, e com surpreendente ingenuidade e com aquela fé que transporta montanhas, submeteu a delicada questão ao juízo de Deus, suplicando ardentemente que o Senhor lhe mostrasse sua vontade, só de abrir o livro.

Abriu o missal pela primeira vez e deu com estas palavras:

            “Se queres ser perfeito vai, vende o que tens e dá-lo aos pobres, e terás um tesouro no céu”.   ( Mt 19,21 )

Em seguida abriu segunda vez, e eis que se  depara com o seguinte:

            “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz cada dia e siga-me”. (Lc 9,23 )

Terceira vez abrem o livro e lêem:

“Não possuais ouro nem prata, nem tragais dinheiro nas vossas cintas”. ( Mt 10,9 )

A vida, bem como a regra de São Francisco encontram base sólida nessas verdades evangélicas.

Francisco depositou o missal no altar. Voltou-se para seus irmãos e lhes disse: “Amigos, o Senhor falou. Não temos nem o que comentar”.

Ao sair da Igreja foram os três à casa de Bernardo. Fizeram uma divisão: estas coisas e tanto dinheiro para o leprosário de “San Salvatore delle Pareti”. Esses tecidos e mais tanto dinheiro para outros hospitais pobres. O resto vai ser repartido entre os pobres na praça de São Jorge.

Era 16 de abril. Foi um espetáculo, viúvas, velhos, mendigos, todos os pobres, reuniram-se na praça para receber a sua parte.

Nessa ocasião, passava pelo local o padre Silvestre, este, mesmo sendo sacerdote, era homem seguro e, exigiu de Francisco um pagamento maior pela venda de pedras que antes lhe fizera, por ocasião da reconstrução da Igreja de São Damião. Francisco, admirado com aquele procedimento, colocou a mão na bolsa de Bernardo, onde havia dinheiro, tomou uma boa porção e bruscamente a entregou ao sacerdote, censurando-o pela sua avidez.

O padre Silvestre ouviu a palavra de censura e mágoa de Francisco, e retornando para casa, sentiu que o dinheiro lhe ardia nas mãos.

A partir daí o jovem padre começa a refletir na grandeza daqueles que davam tudo por amor a Deus. Reconheceu sua mesquinharia e arrependeu-se.

Algum tempo depois entregar-se-á a Francisco, como verdadeiro cristão e o acompanhará sempre.

Francisco terá por ele muito respeito. Aliás, Francisco votará, em todas as horas de sua edificante vida, profundo respeito pelos padres. Tinha-os como o prolongamento do sacerdóci

o de Jesus Cristo.

Francisco, Bernardo e Pedro de Catani deixaram Assis e foram para Santa Maria dos Anjos, a Porciúncula. Sem teto, sem dinheiro, sem nada. Eram, ao pé da letra, estrangeiros nesse mundo.

baixar a música: MEU DEUS MEU TUDO

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