O filho que eu queria abortar salvou a minha vida
Grávida aos 19 anos, ela foi contra os pais e voltou atrás da decisão de fazer um aborto
Giulia Michelini é uma linda atriz italiana. Embora tenha começado sua carreira em 2002, com 17 anos, os italianos a conheceram melhor quando ela interpretou o papel de chefe da Máfia em uma minissérie da televisão italiana exibida entre 2009 e 2012. Mas ela tem muito mais do que beleza física e talento para as artes. Apenas alguns dias atrás, eu descobri que a atriz tem uma história pessoal cheia de dificuldade e coragem, que vale a pena contar.
Em 2015, ela concedeu uma entrevista à revista Vanity Fair, publicada sob o título: “Um bebê me salvou”. Esse bebê não era um personagem de filme, mas seu próprio filho: Giulio Cosimo Michelini.
Grávida aos 19 anos
Quando tinha 19 anos, a atriz descobriu que estava grávida. Inicialmente, ela achou melhor não ter o bebê, e todos os que estavam próximos a ela – incluindo seus pais – aconselharam-na a fazer um aborto “porque ter uma criança naquela idade arruinaria a sua vida”.
Giulia marcou uma consulta para combinar o aborto, mas já na clínica mudou de ideia e decidiu ir embora.
“Eu fui sozinha à clínica. Uma garota foi chamada para entrar na sala, depois outra, e eu nem sei o que me fez levantar. Eu só sei que, em certo momento, eu me levantei e fui embora”, disse à Vanity Fair.
Desistindo do aborto
Felizmente, ela mudou de ideia, e com o coração cheio de emoções e medo, ela ligou para a sua mãe de um telefone público.
Na entrevista, ela disse: “Eu estava completamente em pânico. Depois que eu deixei [a sala de espera], entrei em uma cabine telefônica para ligar para minha mãe. No telefone tinha um elástico com uma faixa de cabelo de uma menina pequena … Eu sei, é estúpido, mas ao ver aquilo, eu disse para mim mesma: está bem assim, estou fazendo o que é certo”.
Medo e coragem
Na época, ela estava passando por um momento de dificuldade com o pai do bebê – um jovem oito anos mais velho do que ela, que a levou a frequentar bairros ruins nos arredores de Roma, longe do mundo em que ela cresceu. Quando escolheu ter seu filho, a atriz sabia que o relacionamento não tinha futuro, mas …
“Eu não acreditava muito no meu relacionamento com o pai. Na verdade, para ser honesta, eu sabia que aquilo iria acabar, e que eu ficaria sozinha com meu filho. Mas era como se isso me desse um impulso extra”, afirmou.
“Eu acho que ele salvou a minha vida”
A decisão de levar a gravidez adiante tornou-a responsável, deu-lhe força e coragem, e … salvou sua vida, como ela conta:
“Eu senti como se essa decisão definisse minha pessoa de forma mais clara, isso me permitiu que eu me visse, que eu quisesse ser eu mesma. Naquele momento, talvez eu precisasse me sentir viva. Naquela idade, não queria uma criança; eu queria independência, me sentir livre para correr como um trem … Mas esse bebê deu peso à minha existência – acho que ele salvou minha vida. Ele afastou a parte autodestrutiva de mim. Se não fosse ele, é provável que eu teria me perdido.”
Sua família não concordou, mas…
Os pais de Giulia não reagiram positivamente à decisão dela. Mas também não a impediram de manter a gravidez.
“Na época, era difícil para mim ir contra a minha família. Foi a primeira grande decisão da minha vida. Saí de casa e não nos conversamos durante seis meses. Então, quando eu estava começando a mostrar [a barriga], eles se aproximaram de mim novamente. (…) Hoje, meu filho é a menina dos olhos eles. Não sei o que eu faria se ele não estivesse aqui; e eu não sei o que eu faria sem eles, porque eles [os pais] me ajudaram muito, muito. Quando eu vou trabalhar, Cosimo fica com meus pais”, disse ela à Vanity Fair.
Quando uma mãe em dificuldade não faz um aborto, ela não só salva o bebê que ela carrega no ventre, mas também salva a si mesma.
fonte: Aleteia