ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: Jesus nos ensina a partilhar
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Mt 14, 13-21
Nosso texto se desenvolve em três pequenas cenas, todas elas tecidas entre si e ao mesmo tempo com sua própria mensagem:
- Jesus cura à multidão (vv.13-14);
- Jesus desafia seus discípulos (vv.15-18);
- Jesus alimenta a multidão (vv.19-21)
- Jesus cura à multidão (14,13-14)
Chama a atenção a sequência das ações de Jesus:
- “Viu” (=com atitude analítica),
- “Se compadeceu” (=com atitude de misericórdia, de apropriação) e
- “Curou” (=ação efetiva).
São três passos que somos chamados a exercitar em nós para fazer nossa vida semelhante à de Jesus.
E notemos que Jesus salva a vida de seu povo renunciando a sua própria comodidade (estava buscando “um lugar solitário”; v.13) e arriscando sua própria vida ao realizar uma atividade pública e massiva quando acaba de morrer João Batista e a situação se pôs perigosa também para Ele (Jo 14,12).
- Jesus alimenta a multidão (14,19-21)
Jesus não só cura, mas que também sacia a fome do povo. “Ao entardecer” (v.15ª). Segundo o costume israelita esta é a hora em que toma a comida principal do dia.
Têm razão os discípulos quando advertem que “a hora já está avançada” (v.15b; se entende que para atividades públicas), todos já deveriam estar em suas casas compartilhando a ceia com suas respectivas famílias ou, ao menos, na procura desta, nos povoados mais próximos (v.15c).
Jesus se comporta como um pai que forma sua comunidade familiar reunindo-a, atendendo suas necessidades e ensinando-a a compartilhar solidariamente.
- Jesus desafia seus discípulos (14,15-18)
Justo em meio das duas cenas em que Jesus cura e alimenta, o evangelista Mateus insere um diálogo de Jesus com seus discípulos:
- Ali lhes pede um impossível;
- Ali interpela seu ceticismo, que aflora quando nos sentimos incapazes de mudar uma realidade;
- Ali lhes ensina a confiar em seu poder.
Os discípulos, então, aprendem que Jesus tem poder e por esta via seguem descobrindo, pouco a pouco, a identidade de seu Mestre. Novamente nos encontramos no caminho da fé do discípulo e, desta vez, o evangelho coloca seu fundamento: a ação messiânica (e eucarística) de Jesus.
Jesus Cristo não só sacia a um povo, mas surpreende seus discípulos tomando o pouco que tem a comunidade para fazê-lo dom (multiplicado em suas mãos) para os demais.