ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: Transfiguração do Senhor

Mc 9,2-10 / Mt 17, 1-9

Hoje celebramos a transfiguração do Senhor. Um vida de oração verdadeira traz sempre um transfigurar em nossa alma. O caminho é difícil, mas a intimidade com Deus nos faz suportar alegremente a nossa jornada.

Uma montanha

Não sabemos de que montanha se está falando dentro da geografia da Palestina. A tradição assinala o monte Tabor, relativamente próximo de Nazaré. Outros, recentemente, hão proposto o monte Hermon, já que Jesus, na cena anterior, estava muito próximo dali. Em todo caso, a menção da montanha cria uma atmosfera espiritual que nos remete ao que havia sucedido no monte Sinai, o monte no qual o contato de Moisés com Yahveh o levou a refletir em seu rosto a Glória do Senhor (ver Ex 34,35).

E não só isso. Em uma cena prévia, quando Moisés subiu a montanha (Ex 24,12), se diz: “A glória de Yahveh pousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu durante seis dias. No sétimo dia, Yahveh chamou Moisés do meio da nuvem” (24,16). Há aqui dois pontos de contato claros com o relato da Transfiguração. Pode-se intuir, na lógica de nosso relato, que “seis dias depois” do anuncio da Paixão, se escutará uma palavra de Deus Pai em pessoa.

JESUS TRANSFIGURADO:

O acontecimento está descrito com poucas palavras. O essencial é que é uma obra de Deus na pessoa de Jesus (literalmente, em grego: “E seu aspecto foi transformado”). Jesus não se transfigurou a si mesmo, Ele “foi” transfigurado: foi Deus quem o realizou isto nele. O efeito desta transformação do aspecto de Jesus se descreve em seguida: “Suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, de uma alvura tal que nenhum lavadeiro na terra poderia alvejar” (v.3). O branco alude uma realidade celestial; é o distintivo de quem pertence ao mundo de Deus (ver, por exemplo: Ap 3,5).

O evangelista acentua mais que os outros a brancura das vestes de Jesus. O que ocorre é em função dos discípulos: “diante deles”. Pode-se entender isto: graças ao poder de Deus, Jesus se faz visível ante os três discípulos com a mesma figura que terá em sua ressurreição, quando em sua entronização messiânica, participe plenamente na vida divina (ver Mc 16,5).

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