ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: Abandonando-se como um bebê nos braços do Pai
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Lucas 11,1-4
Na oração do Pai-Nosso, Jesus ensina o sentido de intimidade, a grande confiança que se mostra naquele a quem chama “Pai”, o que maravilha. Jesus responde sem tardar: “Quando orardes, dizei: “Abbá”, Papaizinho” (11,2).
Sabemos o desconcerto que um apelativo assim provocava em um ambiente no qual o povo nem sequer se atrevia a chamar a Deus por seu nome próprio de “Yahvé” (preferiam dizer “Adonai”). O respeito para com Deus se mostrava desde a própria forma de invocá-lo. Porém Jesus se dirige a Ele de maneira diferente: se apresenta como um bebezinho, como um filho que ama e se sabe amado.
Atrever-se a chamar “Papai” ao Todo poderoso, ao Senhor que criou o céu e a terra! A oração de Jesus manda ao chão qualquer barreira que possa interromper a presença de Deus.
Não há distância entre Deus e as pessoas, cada um pode dirigir-se a Ele diretamente, sem necessidade de intermediários. Uma verdadeira revolução na história das religiões!
No termo “Papai”, Jesus nos faz conhecer o mistério de Deus e o seu próprio. De um lado, a confiança e intimidade que o Filho tem pelo Pai; e de outro, a ternura protetora de Pai para com cada um de nós.
Santa Teresinha, seduzida por este sentimento de confiança em Deus, se atreveu a dizer em seu poema “O abandono é o fruto delicioso do Amor”: “Dá-me neste mundo um oceano de paz. E nesta paz tão profunda, descanso eu, sem cessar”.