O milagre da pequena semente (EFC)

Marcos 4,26-34

O Evangelho de hoje nos apresenta duas belíssimas parábolas relacionadas com a vida que cresce a partir de dentro e, como disse uma delas, sem que, nem sequer, nos demos conta.

A primeira nos apresenta um semeador que lança a semente na terra. O tempo transcorre em seu ritmo e mesmo que o semeador descanse ou trabalhe (noite e dia) a semente brota e cresce sem que ele saiba como.

É essa confiada certeza que a semente em boas condições irá irromper e crescer, sem que, para isto, o homem seja necessário. A semente que cresce é o Reino, é essa Palavra da qual já nos havia falado Isaías, que não volta a Deus sem que tenha dado seu fruto. (55,10-11).

O texto nos recorda que toda Palavra semeada não dá fruto automaticamente, mas realiza um processo lento: “Primeiro erva, logo espiga, depois trigo abundante na espiga” (v.28).

Se não há processo não se pode garantir uma mudança. Só quando são dados uns passos concretos, como nos diz a parábola, só assim se poderá estar pronto para a ceifa, pois o fruto será abundante e de boa qualidade.

A segunda parábola também nos fala de semente e de crescimento. Desta vez o Senhor nos quer fazer notar a desproporção entre a diminuta semente e a grandiosidade da árvore que chegará a ser. Trata-se da força geradora da vida que possui a Palavra.

O resultado da semeadura de uma semente tão pequena é uma gigantesca árvore, na qual se faz ninho para as aves. Toda Palavra de Deus que germina em nós nos faz “habitáveis”, primeiro por Deus mesmo e logo por nossos semelhantes, assim como as aves do céu que fixam sua morada na árvore.

Na primeira parábola o resultado é uma colheita abundante, quer dizer, trigo, que serve para alimentar a muitos, para satisfazer uma necessidade básica.

Na segunda, a grande árvore oferece abrigo às aves, se faz casa, satisfaz outra necessidade básica. Duas grandes lições para todo seguidor de Jesus: fazer-se pão partilhado e casa de portas abertas para os demais.

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