Santa Rita de Cássia (#ep3)

“Nunca é tarde demais para mudar a direção da sua vida. Sempre haverá uma nova rota ou uma nova chance de recomeço”

Com esta frase de Santa Rita de Cassia a SANTA DAS CAUSAS IMPOSSIVEIS, que damos início ao terceiro episódio do nosso podcast SANTOS DO CATOLICISMO, podcast criado para os que tem devoção a seu Santo em particular, aquele que cura suas dores, suas angustias e move sua vida a caminho da santidade em busca de bençãos seja para a família, amigos ou conhecidos.

Meu nome é Lino Soares, E Junto com você iremos acompanhar de segunda a sexta feira  história de um santo do catolicismo venerado comumente tanto no Brasil quanto aqui na Itália, País de onde estou gravando este podcast. Lembrando que este episódio não só estará disponível no canal da Comunidade Paz e Bem Spotify como também no www.pazebem.org.br.

Rita Lotti, nasceu no mês de maio, em 1381, na pequena aldeia de Roccaporena, a 5 km de Cassia bem no alto dos montes Apeninos, na província da Úmbria aqui na Itália. Mas ela seria batizada em Santa Maria dos Pobres, em Cássia, pois sua cidade natal não possuía ainda uma pia para batismo. Ela passou sua infância entre montanhas, próxima da cidade de Assis. Era filha de Antonio Lotti e Amata Ferri Lotti, um casal de muita oração e do qual todos gostavam. Não sabiam ler nem escrever, mas ensinaram à filha tudo sobre a fé em Jesus e Nossa Senhora. Eles contavam a ela também histórias de vida de muitos santos e santas, o que muito contribuiu para sua formação.

Uma curiosidade é que apesar de sua idade avançada, 62 anos, Amata, mãe de Rita, acreditava realmente que seria mãe. Dizem os relatos que ela foi, como Maria, visitada por um anjo, o qual previu que ela conceberia uma garota especial, um instrumento divino que revelaria seus milagres. Até seu nome teria sido declarado pela entidade celestial.

Quando bebê, Rita acompanhava seus pais no trabalho agrícola, contemplando o céu de sua cesta de vime, sob as árvores. Um dia ela se viu subitamente cercada por muitas abelhas brancas, as quais derramavam mel em sua boca sem machucá-la. Ela não se assustou, pelo contrário, demonstrava muita alegria. Um lavrador dirigia-se, com a mão ferida, para Cássia, e atravessou o caminho da menina; temendo o ataque dos insetos à garota, tentou afastá-los com as mãos. Imediatamente seu ferimento se curou. A partir deste momento as abelhas não mais a deixaram, permanecendo ao seu lado mesmo quando foi para o mosteiro de Cássia. Ela nunca aprendeu a ler e a escrever, mas desde pequena sabia tudo sobre a vida de Jesus e de sua mãe.

Rita aos 16 anos queria ser religiosa, uma monja, mas submeteu-se a vontade dos pais que logo escolheram para ela um marido, como era costume na época. O marido escolhido foi Paolo Ferdinando, homem ao qual Rita havia conhecido no mercado após este salvar uma criança, e, dias mais tarde o ter encontrado casa de sua amiga Mancini. Paulo se apaixonou por ela, contudo era filho de Ferdinando Mancini – um dos cavaleiros mais ricos e poderosos da região – que gostaria que seus filhos fizessem casamentos que favorecessem os negócios da família. Ela então pediu a intercessão de Jesus, que seu amor fosse possível, tornando-se esposa devotada e virtuosa.

Esse é o primeiro milagre: entre os anos de 1387-1388. Santa Rita e Paulo casaram-se, mesmo vindo de classes distintas. Do casamento entre Rita e Paulo nasceram dois filhos gêmeos: Giangiacomo Antonio e Paulo Maria. O casamento de Rita não teria uma boa escolha, pois Paolo era um infiel no matrimônio e tinha o hábito de beber demais. Por causa dele, Santa Rita sofreu por 18 anos. Seu comportamento dócil, porém, amenizou a natureza grosseira e impulsiva do marido, e assim ela testemunhava diante de vizinhas que atravessavam as mesmas atribulações.

Os dois filhos gêmeos infelizmente, trouxeram consigo o legado agressivo da esfera paterna. A mãe rezava muito por eles e mantinha a fé. Após vinte anos de vida em comum, seu esposo se converteu e rogou seu perdão, transformando sua forma de proceder. Paolo se converteu e mudou sua vida conjugal de tal forma que as amigas de Rita e as mulheres da cidade vinham aconselhar-se com ela.

Paolo, embora verdadeiramente convertido, tinha deixado um rastro de violência e rixas entre alguns grupos da cidade. Assim, um dia ele saiu para trabalhar e não voltou para casa. Rita teve a certeza de que algo horrível tinha acontecido. Seu marido foi assassinado durante a noite, na Torre de Collegiacone a alguns kilometros de Roccaporena quando voltava para Cássia. Seus dois filhos, que já eram jovens, juraram vingar a morte do pai. Santa Rita, então, pediu a Deus que os levassem e que não deixasse eles cometerem esse pecado mortal. Logo os dois ficaram muito doentes, de forma incurável. Antes que eles morressem, porém, Rita ajudou os dois a se converterem, ao amor de Deus e ao perdão. A graça foi tão grande que os dois conseguiram perdoar o assassino do pai, e morreram.

Parece estranho, mas a morte dos dois filhos de Rita quebrou uma corrente de ódio e vingança que poderia durar anos, causando muito mais sofrimentos e mortes. Depois disso, Rita teve a certeza em seu coração de que os três estavam juntos no céu. Assim, tudo tinha valido a pena.

Quando S. Rita ficou sózinha, tinha pouco mais de 30 anos e sentiu reflorescer no seu coração o desejo de seguir aquila vocação que na juventude tinha desejado realizar.

Desligada dos laços do matrimónio e dos cuidados maternais pela morte do esposo e dos filhos, Rita passou a dedicar-se com afinco à prática das virtudes, às obras de caridade e à oração. Em tempo de lutas partidárias que dividiam vizinhos e famílias, Rita tornou-se um anjo de paz, procurando, por todos os meios ao seu alcance restabelecer a harmonia entre todos.

Tudo isto, porém, não bastava para satisfazer a sua alma inflamada pelo amor divino. Quando ia à cidade, ao passar diante das portas dos mosteiros onde teria podido servir a Deus com todas as suas forças, parecia-lhe que uma força interior e poderosa a atraía. Rita ganhou ânimo e resolveu fazer uma tentativa. Bateu à porta do convento das agostinhas de Santa Maria Madalena, por quem alimentava profunda admiração pela devoção que tinha a Santo Agostinho e por ter sido Santa Mónica, mãe de Santo Agostinho, seu modelo nos diversos estados de vida e tão parecida com ela no sofrimento. Expôs à superiora do convento o seu ardente desejo. O seu aspeto humilde e piedoso causou grande impressão na religiosa; mas o convento, que somente recebia jovens solteiras, jamais abriria as suas portas a uma viúva, e a pobre mulher viu-se rejeitada. Rita regressou à sua terra, Roccaporena, à sua vida de dedicação a Deus e aos vizinhos necessitados do seu amparo ou caridade. Ainda voltou várias vezes a pedir a entrada no convento, mas sempre o seu pedido foi rejeitado.

Estando uma noite em oração, pareceu-lhe ouvir uma voz que, repetidamente chamava: “Rita, Rita”. Abriu a porta e viu na sua frente os santos de sua devoção: Santo Agostinho, São João Batista e São Nicolau Tolentino. Segui-os em êxtase, e logo estava em Cássia, no coro do convento de Santa Maria Madalena.

Quando as religiosas se dirigiram ao coro para em comum rezarem o Ofício Divino, encontraram Rita, de joelhos em profunda meditação. Como entrou aqui? Era a pergunta que, estupefatas, faziam no seu interior todas as irmãs. Rita explicou. As freiras ficaram impressionadas com o relato e, diante de tal milagre, reconheceram os desígnios de Deus e admitiram-na, jubilosas, em sua companhia.

A primeira coisa que Rita fez, ao ser admitida no convento, foi repartir entre os pobres o que restava dos seus bens. A obediência era a regra de ouro do convento. As noviças eram postas à prova nesta virtude através, tantas vezes, de ordens aparentemente absurdas. Segundo a tradição, a superiora do convento ordenou a Rita que regasse de manhã e à tarde um tronco de videira ressequido e já destinado ao fogo. Rita não ofereceu dificuldade alguma, e com admirável simplicidade, cumpria essa tarefa diária. Passaram tempos e tempos… Mas um belo dia, as irmãs se assombraram: a vida reapareceu naquele tronco ressequido, surgiram brotos, apareceram folhas, e uma bela videira desenvolveu-se maravilhosamente, dando fruto a seu tempo. A videira ainda hoje lá está, viçosa, no convento.

 Em 1443, na pregação da Quaresma, Rita ficou profundamente sensibilizada pelo sermão da Paixão de Nosso Senhor. Voltando ao Convento, profundamente emocionada pelo que ouvira, prostrou-se diante da imagem do crucifixo que se achava na capela interior, e suplicou ardentemente a Jesus que lhe concedesse participar dos seus sofrimentos. E eis que um espinho se destacou da coroa do crucifixo, veio a ela e cravou-se na sua fronte. Rita perdeu por tempos os seus sentidos.

Quando voltou a si, lá estava a ferida atestando o doloroso prodígio, ferida que a acompanhou durante quinze anos.

Em 1450 foi celebrado o jubileu em toda a cristandade e, como algumas irmãs se preparavam para ir a Roma, Rita manifestou um ardente desejo de as acompanhar, mas, pelo seu estado de saúde agravado pela ferida do espinho na fronte, as irmãs acharam que Rita não devia ir. Mais uma vez a oração foi mais forte: a ferida desapareceu, foi a Roma como era seu desejo. De regresso, a ferida reapareceu, causando-lhe grande sofrimento. Em meio das dores conservava sempre serenidade, e um sorriso encantador brilhava no seu rosto.

Na última enfermidade, que durou quatro anos, veio visitá-la uma sua parenta: Rita agradeceu-lhe e, ao despedir-se, fez-lhe este pedido: vai ao jardim que fica ao lado da tua casa, e traz-me uma rosa. Era o mês de janeiro, quando os campos estão cobertos de neve e a vegetação morta. A parenta não deu crédito, pensando que Rita delirasse; contudo, para lhe ser agradável, dispôs-se a satisfazer-lhe o pedido. E, regressando a casa, viu, surgida da neve, uma linda rosa. Cortou-a e levou-a à enferma. Rita tomou-a nas suas mãos e colocou-a junto do seu Cristo. Este espisodio ficou conhecido como “O milagre da Rosa”

O estado de saúde agravava-se e as dores tornavam-se insuportáveis. Rita, sabendo que em breve partiria para o Céu, pediu às irmãs que se aproximassem do seu leito e despediu-se com estas palavras:

“Chegou o tempo, de sair deste mundo. Deus assim quer. Muito vos ofendi por não vos ter amado e obedecido como era minha obrigação; com toda a minha alma vos peço perdão por todas as negligências e descuidos; reconheço que vos tenho molestado por causa desta ferida da fronte; rogo-vos que tenhais piedade das minhas fragilidades; perdoai minhas ignorâncias e rogai a Deus por mim, para que a minha alma alcance a paz e a misericórdia da clemência divina”

Sorriu, pareceu adormecer e… acordou no Céu.

 Com 76 anos de idade e 40 de vida religiosa, faleceu Santa Rita em Cássia, no velho convento das Agostinhas, na noite de 22 de maio de 1457. No momento da sua morte os sinos de Cássia começaram a tocar, por mãos invisíveis, convidando a comunidade a participar na sua glorificação. O povo acorreu com archotes a aclamar como santa aquela que já veneravam em vida. Seus restos mortais repousam no Santuário de Cássia numa urna de prata e cristal fabricada em 1930.

O culto a Santa Rita de Cássia rapidamente se estendeu pela Itália, Portugal e Espanha, onde, devido aos milagres obtidos por sua intercessão o povo lhe deu o nome de “Santa das causas impossíveis”. Depressa a sua veneração se estendeu ao mundo inteiro, especialmente ao Brasil, onde, para além de muitas igrejas e capelas a ela dedicadas, existe a matriz de Santa Rita, da arquidiocese do Rio de Janeiro, datada de 1577.

Santa Rita de Cássia foi beatificada 180 anos depois da sua subida aos céus e proclamada Santa após 453 anos da sua morte.

O Papa Urbano VIII, então bispo de Spoleto, a cuja diocese pertence Cássia, presenciou vários milagres. Assi m que foi elevado à cátedra de São Pedro, mandou iniciar o processo de beatificação. Em 1627 aprovou a Celebração Eucarística em honra da Santa.

Muitos contratempos fizeram que se protelasse a canonização, que só em 24 de maio de 1900 se realizou, sob o pontificado de Leão XIII. Contudo, já em 1577 se erguia em Cássia uma igreja à Santa das causas desesperadas e impossíveis.

Santa Rita de Cássia, a santa das causas impossíveis e do perdão, deixou-nos um legado de fé e perseverança, transmitido por sua vida de amor ao próximo e ao Senhor. Dedicada a Cristo e Seus ensinamentos, foi Seu instrumento para a realização de muitos milagres. Por sua devoção e espiritualidade, recebeu o estigma que a acompanhou durante toda a vida e lhe permitiu compartilhar com Jesus as dores de Sua Paixão.

Santa Rita, modelo de humildade e bondade, viveu o Evangelho a tal extremo que foi capaz de perdoar os assassinos de seu marido e de orar por eles. Conheçamos, nestes tempos de individualismo e guerras, a história daquela que praticou e defendeu o maior ensinamento do Senhor: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.”

Agora falando sobre os milagres de Santa Rita os primeiros onze dos quais todos no ano 1457 o que se pode supor que sejam aqueles descritos pelo Tabelião Casciano Domenico Angeli. Vou citar alguns.

Lucretia de Ser Pauolo de Colforcello, estava mal devido à grande idade e inchada por hidropisia, se fez conduzir na frente do corpo da Beata Rita, fazendo devotas orações, retornou sã como antes.

 Salimene d’Antonio do Poggio tendo um dedo da mão insensível a muito tempo, encostando-o no corpo da Beata com grande reverência e humildade, devoção e fé, foi liberado na presença de muita gente e derramando muitas lágrimas, rendeu graças ao Senhor e à Beata Rita.

Giacomuccia de Leonardo da Ocone tormentada por muitos anos por uma gravíssima dor nas pernas e no corpo, nos dois últimos anos não se alimentava bem. Carregada nos braços foi levada até à presença do corpo da Beata e implorando ao Senhor e a Ela, ficando por oito dias na Igreja, foi liberada e com grandíssima alegria agradeceu a Deus em primeiro lugar e à Beata Rita.

Há Livros sobre a vida de Santa Rita de Cassia como “Nos Passos de Santa Rita de Cassia” de Luiz Alexandre Solano Rossi, “Santa Rita de Cassia” de Luis de Marchi e “Rita de Cassia” de Luigi Ferraresso” e também há vários filmes sobre a Santa disponíveis no Youtube e em outras plataformas.

Dia 22 de Maio é o dia de Santa Rita de Cassia tanto no Brasil como aqui na italia. 

Referencias

https://educacao.uol.com.br/noticias/2021/05/22/dia-de-santa-rita-de-cassia-saiba-quem-foi-e-veja-a-oracao.htm
https://www.santuariodesantarita.pt/santa-rita-2/santa-rita/
https://www.cnbb.org.br/historia-de-santa-rita-de-cassia/
https://digilander.libero.it/raxdi/porto/vita.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rita_de_C%C3%A1ssia
https://www.infoescola.com/biografias/santa-rita-de-cassia/
https://blog.sjoartigosreligiosos.com.br/blog/2019/08/22/quem-foi-santa-rita/
https://www.drafilo.com.br/oracao-a-santa-rita-de-cassia/
https://digilander.libero.it/raxdi/porto/miracoli.htm

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