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Mateus 19,23-30

O DOM DA SALVAÇÃO.

Entãoquem poder se salvar?”

A frase “não entrar” (no Reino dos Céus… na Vida eterna) segue repetindo-se constantemente: enquanto as crianças foram postas como modelo de quem sabe dar esse passo, o jovem rico desejava dar o salto qualitativo.  Agora se aprofunda neste ponto.

Como aconteceu quando Jesus falou das exigências do matrimonio, desde a perspectiva do Reino, Os discípulos, de novo, ficam desconcertados com a severidade das exigências de Jesus: “Então, quem poderá se salvar?” (v.25). 

Esta interpelação deixa no ar a pergunta: Não estará pedindo demais? Que sentido tem tudo isto? Será possível vivê-lo? No diálogo que Jesus trava com seus discípulos, justo no momento em que vai passando o jovem rico, vai respondendo a todas estas questões:

  1. É difícil, mas é possível sabe decidir

Jesus mesmo admite que é “difícil”, mas nunca disse que seria impossível. Com o exemplo paradoxo e gracioso – que bom humor o de Jesus! – de um camelo que passa pelo buraco de uma agulha se insinua que enquanto uma pessoa estiver apegada a sua riqueza não poderá entrar no Reino dos Céus.

Portanto, terá que escolher. E esta decisão depende, exclusivamente, do interessado. Para uma pessoa apegada aos seus bens fica traçada a pergunta: Que é mais importante para ti?

  • A salvação é um dom de Deus

Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível” (v.26b). Ante a impotência humana brilha a onipotência de Deus. Ninguém salva a si mesmo, a salvação é um dom da misericórdia de Deus. Se salva quem tem coração aberto para acolher a graça.

A renúncia pelo discipulado tem sentido

À reação de Pedro, pela qual se põe de manifesto que ele e seus companheiros deram este difícil passo, Jesus responde com o anuncio do novo horizonte de benção e plenitude que aguarda a todo discípulo que tem feito a opção.

Jesus descreve o futuro com duas imagens:

  • Seu papel futuro se verá na participação no dia final no juízo em qualidade de juiz: Vos sentareis, também vós, em doze tronos, para julgar às doze tribos de Israel” (v.28);
  • Os que deixaram tudo recebem tudo e centuplicado, porém o mais importante dos dons é a “vida eterna”: “receberá cem por um e herdará a vida eterna” (v.29).

Não se deve perder de vista que o Reino inverte as situações. O discipulado se insere dentro deste giro fundamental que a obra de Deus realiza no mundo: não são os primeiros e os mais poderosos do mundo, mas os últimos e os que deixaram para trás seus bens, precisamente por causa de Jesus, os que levam a dianteira.

Aprofundemos com os nossos pais na fé

São Gregório Magno (c. 540-604), papa e doutor da Igreja  

“Nós deixamos tudo e te seguimos?”

Ouvistes, meus irmãos, que Pedro e André abandonaram as redes para seguirem o Redentor, ao primeiro apelo da sua voz (Mt 4, 20)…

Talvez algum de vós diga baixinho: “Para obedecer ao apelo do Senhor, que é que aqueles dois pecadores abandonaram, eles que não tinham quase nada?”.

Mas, nesta matéria, temos de considerar as disposições do coração mais do que os bens que se possuem.

Deixa muito aquele que não retém nada para si; deixa muito aquele que abandona tudo, mesmo se não é muita coisa.

Quanto a nós, aquilo que possuímos, conservamo-lo com paixão, e, o que não temos, buscamo-lo com todo o nosso desejo.

Sim, Pedro e André deixaram muito, pois um e outro abandonaram mesmo o desejo de possuírem. Abandonaram muito porque, renunciando aos seus bens, renunciaram também às suas ambições.

Seguindo o Senhor, renunciaram a tudo o que teriam podido desejar se o não tivessem seguido.

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