15º DOMINGO DO TEMPO COMUM (Estudo Bíblico)

Marcos 6,7-13

Introdução

Seguindo o itinerário de Marcos damos agora um passo importante: os discípulos se fazem missionários. Desde o primeiro momento em que o discípulo é chamado se alude a sua tarefa missionária (1,17), “Para enviá-los a pregar com poder de expulsar os demônios” (3,14b-15). Agora vemos como Jesus os envia pela primeira (e única) vez neste Evangelho.

A leitura deste relato vai ajudar-nos a descobrir elementos que teremos sempre presentes na missão da Igreja, já que é parâmetro que deve estar permanentemente ante os olhos da Igreja. Além do mais, esperamos que aconteça assim, nos motivará para pôr-nos a caminho junto com o Mestre e com os doze comprometendo-nos seriamente na tarefa missionária que nos foi confiada a todos.

Tenhamos presente neste domingo o que nos diz o Documento de participação em preparação da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano: “Fazer missão significa ir em busca das pessoas e dos grupos humanos, organizar as pessoas da paróquia e de outras comunidades, formá-las para a missão e então envia-las”.

  1. O texto, seu contexto e estrutura
    1. O texto

Leiamos atentamente Mc 6,7-13

1.2. O contexto

Segundo Mc 6,6b, Jesus ensinava nos “arredores” de sua cidade de Nazaré (6,1-4), uma vez que sua missão ali praticamente fracassara. O essencial da missão de Jesus, a pregação e o acontecer do Reino de Deus, se descreve com o verbo “ensinar”.

É o “ensinamento com autoridade” (Mc 1,22.27) que o diferenciava dos mestres da Lei e que consistia em submeter as forças do mal com sua Palavra, liberando assim ao homem de suas opressões e lhe reconstituindo como Filho de Deus.

Aqueles que foram chamados na montanha e foram constituídos “para que estivessem com Ele, e para enviá-los a pregar com poder de expulsar demônios” (3,14-15), os “doze” (3,16), começam a realizar o que tem aprendido de Jesus e com a mesma autoridade que Ele lhes confere.

Começa assim uma nova seção do Evangelho de Mateus que relata a última ação missionária de Jesus na Galileia e seus arredores (Mc 6,6b-8,26). A partir de 8,27, Jesus deixará a Galileia e irá para o norte, para Cesárea de Filipe, para pôr-se logo a caminho para Jerusalém.

O ponto de partida é o envio missionário dos doze. A partir daqui vemos como Jesus compromete mais os discípulos no que Ele faz em meio a um caminho que não conhece repouso e que leva inclusive para fora da Galileia (7,24.31). A missão da Igreja inteira é prefigurada e regulada por este gesto de Jesus.

1.3. Uma estrutura

Na passagem distinguimos as seguintes partes:

(1) Convocação e envio dos doze (6,7);

(2) Instruções para a missão (6,8-11):

  • Acerca do que se deve levar consigo (6,8-9);
  • Acerca do comportamento que há de ter em caso de acolhida ou rejeição (6,10-11);

(3) Resumo da realização da missão (6,12-13).

Ainda o olhar está posto na ação missionária que vão realizar os doze, é notável que a pessoa de Jesus está no centro de tudo: Ele chama, Ele envia, Ele reveste de poder e Ele é quem determina como devem comportar-se os missionários. Aprofundemos

  • Convocação e envio dos doze (6,7)

Três breves frases em progressão temporal abrem o relato: o chamado dos doze, o envio em dupla e a atribuição a eles de poderes exorcistas. Jesus está no centro de tudo: chama para Ele e envia, ao mesmo tempo capacita.

(1) Jesus os chama

Marcos coloca os termos que evocam um ato solene. O envio tem relação com a essência da vocação. O número “doze”, que evoca os doze patriarcas de Israel, deixa ver a intenção de Jesus de reconstituir o povo da Aliança. Na missão de Jesus está se realizando o projeto de Deus iniciado com o povo por meio do qual convocaria o mundo inteiro à comunhão com o Deus revelado na história e à fraternidade.

(2) Jesus os envia de dois em dois.

Realiza-se em sintonia com o direito judeu do testemunho (mencionado ao final do v.11: em testemunho contra eles) segundo a norma de Dt 19,15 (ver como aplica Jesus também em Mt 18,16 e Jo 8,17).

Daqui se destaca que os missionários:

  • Não vão por próprio nome, mas como testemunhas de uma mensagem recebida de Jesus.
  • Devem ajudar-se e apoiar-se entre si (inclusive corrigir-se).
  • Tem uma visão comunitária da missão: parte da comunidade se realiza em comunidade e aponta a formação da comunidade.

(3) Jesus lhes dá poder sobre os espíritos impuros

Esta sua prerrogativa (1,22-27) agora Jesus a transfere aos doze. Entende-se que tal poder é para expulsar os demônios, tal como se afirma ao final: e expulsavam a muitos demônios (6,13ª).

Até agora se tem mencionado seis vezes os exorcismos de Jesus no Evangelho de Marcos: 1,22-27. 34.39; 3,11-12.22; 5,1-20; isto mostra que dentro do anúncio do Reino esta é uma atividade essencial. Pois bem, seguindo a Jesus na missão o cristianismo também terá como tarefa a expulsão dos demônios do mundo, enfrentar as diversas manifestações do mal e vencê-lo com o poder de Jesus.

Ao princípio a ação principal dos missionários é o exorcismo, porém no fim do relato vemos que Jesus também lhes confiou outras duas tarefas: a pregação da conversão e a cura dos enfermos (6,13).

Na prática os aspectos da missão são três, os quais se referem à obra eficaz do acontecer do Reino resgatando ao homem de uma direção equivocada na vida e das garras destruidoras do mal que desfigura sua beleza, para que o homem seja o que está chamado a ser segundo o projeto divino.

3. As instruções para a missão (6,8-11)

A parte central do relato do envio dos missionários, a que ocupa maior espaço, é a das instruções de Jesus aos doze. O Jesus que chama e que envia e que dá poder aos doze, também é o Jesus que estabelece as normas de comportamento distintivo de um missionário seu.

Curiosamente não se trata de uma longa lista de pontos a ter em conta, mas que tudo se concentra em dois aspectos essenciais: a indumentária (onde se põe a segurança) e a reação que se deve ter frente ao êxito ou o fracasso missionário (acolhida ou rejeição em uma casa).

Jesus pronuncia as instruções não como simples sugestões, mas como mandatos: “lhes ordenou…” (6,8ª). Jesus fala com a autoridade própria de um enviado de Deus (ver 8,6).

3.1. Acerca do que se deve levar consigo e do que não deve levar (6,8-9)

No “caminho”. Os missionários são caminhantes que vão em busca do povo, a eles não se permitem acomodações e instalações. Este também é um traço essencial da missão cristã. A itinerância requer previsões, muito mais em um contexto em que os trajetos são longos e escabrosos e as vias são inseguras. Portanto, que devem levar consigo? A resposta é radicalmente negativa e logo positiva. Vejamos.

(1) A radicalidade no desprendimento

Primeiro Jesus lhes ordena que não transportem nada com eles: “Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho” (6,8ª). A renúncia total a posses exigida para o seguimento também o é para a missão: “Pedro pôs a dizer-lhe: ‘Já o vês, nós deixamos tudo e te temos seguido’ (10,28).

Como afirma Martín Hengel, o aspecto dos missionários devia ser parecido ao dos filósofos itinerantes cínicos estoicos, que andavam de um lado para outro providos só de um bastão, com cara de mendigo e manto de filósofo. Claro está que, se observamos bem, notaremos que os missionários de Jesus são muito mais radicais:

  • Nada de pão: não é a fugalidade dos filósofos, própria de sua moderação na comida (Dizia Diogneto Laetius: “um pouco de pão acompanhado de figos, e água para beber”), mas jejum total.
  • Nada de alforje: não há alforje, a mochila do viajante, porque não é necessária: não há provisão de víveres. De novo o aspecto é o de um mendigo.
  • Nada de dinheiro na cinta: o anterior poderia fazer pensar que não se levam os víveres nem os implementos para pernoitar no caminho como sinal de pressa para a viagem. Mas a radicalidade vai ao extremo: Jesus nem sequer lhes permite levar, como se costumava, algo de dinheiro envolto no cinto (aqui uma faixa de tela dobrada) para adquirir o necessário no caminho. As moedas às que se faz referência são simples; inclusive deste sinal de pobreza se despojam os missionários.

Todavia, no imperativo do v.9 Jesus acrescenta: E não vistais duas túnicas”. Aqui é preciso distinguir entre as peças para vestir nesta época: a túnica, que é a bata que está em contato direto com o corpo, e o manto, que está por cima.

Outro sinal de radicalidade no desprendimento. Algumas pessoas colocavam uma túnica por cima da outra para dar a impressão de estar com uma aparência altiva. Aqui, a questão parece ser: não levar outra túnica para trocar (que é necessária, porém não tanto, se pode sobreviver). Isto indica que se vive com o estritamente essencial: nada que faça pensar em luxo ou em riqueza.

A pobre túnica, sem mais indumentárias nem atrativos junto com o bastão e as sandálias, se convertem daqui em diante no distintivo de um missionário cristão. Sua pregação será ante tudo seu testemunho de vida, este anúncio do Reino de Deus sem palavras.

(2) O que se pode levar à missão

A proibição de não levar nada para o caminho tem duas exceções que põem de relevo a itinerância dos missionários: o bastão e as sandálias.

“Um bastão”. O bastão do peregrino tinha múltiplos usos, um dos mais importantes era a arma de defesa dos animais ou delinquentes que apareciam na viagem.

“Calçados com sandálias”. Também é um implemento necessário para quem percorre longos trechos pedregosos, que esquentam com o sol, que tem espinhos ou outras coisas que dificultam o caminhar normal e saudável.

Junto com a única túnica (é obvio), o bastão e as sandálias se referem, às coisas realmente necessárias para uma viagem longa. Esta maneira de andar é toda uma linguagem que reforça o sentido de seu programa missionário. A extrema pobreza do missionário é anúncio:

  • De que vem em paz e com total mansidão.
  • De que Deus é o fundamental e sabe viver de sua providência paterna.
  • De que chegou o tempo definitivo que relativiza todo o aparato consumista em que os homens põem segurança e satisfaz seus desejos.
  • Que o Reino de Deus pode oferecer o direito aos pobres e a proteção aos marginados e indefensos.

Porém o mais importante é que os missionários não levam consigo nada mais que a mensagem que anunciam e o poder dado por Jesus, tudo o demais passa ao segundo plano. É como disse Pedro ao paralítico da Porta Formosa no Templo: Não tenho prata nem ouro; porém o que tenho, te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, põe-te a andar” (At 3,6).

Havia muitos outros pregadores itinerantes no tempo de Jesus, também eles faziam renúncias e se faziam distinguir em sua indumentária, mas o ponto a que chegam os enviados por Jesus é extremo, parece superar a todos. Esta radicalidade no desprendimento revela quanto estão realizando na vida mesma do Reino que anunciam.

3.2. Acerca do comportamento que deve ter em caso de acolhida ou de rejeição (6,10-11)

A segunda parte das instruções aos missionários é conhecida como “a regra para as casas”. Refresca-nos o quadro da hospitalidade proverbial no oriente antigo.

De novo, como na instrução anterior, se faz a distinção em termos positivos e negativos, neste caso duas eventualidades possíveis: quando lhe abrem as portas ou quando as fecham ao missionário.

(1) A regra da constância (6,10)

Deve-se pressupor que, em princípio, o missionário que vem são de paz, completamente desprendido de todas as coisas, encontre a benévola acolhida de famílias que lhe oferecem um espaço em suas casas. Se é assim, se proíbe o missionário mudar de alojamento.

Com isto se espera que o missionário:

  • Não ande buscando espaços mais cômodos e se contente com o que uma pobre família tem para partilhar.
  • Se dê o tempo suficiente para acompanhar a uma família que inicia um caminho de fé (não há que abrir processos para deixá-los rapidamente); isto exige constância e certa estabilidade por parte do missionário, só assim se poderá formar uma comunidade.
  • Não faça distinção de pessoas em prol de suas próprias preferências.

(2) A regra do testemunho (6,11)

Porém, como efetivamente aconteceu desde o começo da evangelização, ainda com o mesmo Jesus, o missionário e sua mensagem podem ser rejeitados: “Se algum lugar não vos recebe e não vos escutam” (=”ao mensageiro” (6,11ª)). O termo “receber” é significativo (9,37; 10,15), nele se julga o acontecer do Reino que sempre se oferece e nunca se impõe.

Que fazer na repulsa? Há que partir “dali” (como acontece a Jesus na cena anterior em Nazaré, (6,5), porém isto não quer dizer que se lhe fechem todos os horizontes à missão, se abrirão novos espaços).

Porém o momento de partida está marcado por um gesto significativo: “sacudindo o pó da planta de vossos pés, em testemunho contra eles (6,11b). O gesto quer dizer o fim de toda relação.

Analisemos. Tirar o pó dos pés ou da roupa pertencia a um ritual simbólico com o que o israelita se purificava quando regressava de terra pagã; posto que se pensava que a terra participava do caráter de seus habitantes (Nm 5,17), havia que  libertar-se dele.

O israelita não entrava em comunhão com o estilo de vida do pagão, muito menos, participaria do destino que o aguardava. Por isso o gesto agora realizado pelos missionários tinha valor de um testemunho de advertência de não estar de acordo com sua atitude negativa e último chamado à conversão já que a rejeição do anúncio do Reino traria consequências más. Quem rejeita o missionário rejeita também a Boa Nova que ele anuncia.

A Palavra segue anunciando-se, ainda que em circunstâncias adversas por meio deste “testemunho”, como, efetivamente, ocorre no caso do leproso enviado aos sacerdotes (“para que lhes sirva de testemunho”, Mc 1,44) ou dos missionários que são interrogados nos tribunais (“para que deis testemunho”; Mc 13,9).

4. Resumo da realização da missão (6,12-13)

Estreitamente conectada com a primeira parte do relato (6,7) e de forma sumária, Marcos descreve finalmente a realização da missão por parte dos doze: Jesus “os enviou (6,7) e eles “foram (6,12ª).

A tarefa primeira é a pregação da conversão. Este era um traço da pregação de Jesus (“O Reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho”, 1,15) e da Igreja das origens (“Pedro lhes contestou: Convertei-vos, At 2,38).

Não é suficiente a intenção da conversão se o mal segue acompanhando. Por isso à atitude de abertura do homem ante Deus corresponde a autoridade do Reino que se manifesta em exorcismos e curas. O gesto da unção dos enfermos com óleo (não se diz que Jesus tenha mandado fazê-lo, porém se pressupõe), é coerente com a convicção antiga da cura é ao mesmo tempo um exorcismo do mal que o está gerando, graças à força catártica do azeite. Então, o mal é vencido e aparece o homem novo na liberdade e saúde.

A preocupação dos primeiros missionários por estes sinais de vitória sobre o mal é significativa. Desde o principio do Evangelho nas duas primeiras cenas da missão de Jesus, depois do chamado dos quatro primeiros, o esquema “exorcismo”/ “cura” (exorcismo na sinagoga, cura na casa de Pedro; sumário destas duas ações em seguida na porta; 1,21-34) caracteriza a novidade da obra de Jesus.

Esta maneira de proceder dos missionários não é casual nem passageira, parece fazer-se habitual. Os tempos verbais do v.13 o assinalam: “expulsavam…”, “ungiam…”, “curavam”.

Temos, finalmente, uma curiosidade. Este relato de envio dos doze não tem referentes temporais (quando foi, quanto durou) nem geográficos (onde estavam, aonde foram). Tampouco sabemos como reagiram os destinatários da missão.

A força do relato recai sobre a relação dos discípulos com Jesus que os chamou, os enviou, os dotou de poder e os formou. Ao final se verá como os enviados renderam contas ao Mestre sobre a missão realizada (6,30).

Aqueles que tempo atrás eram pescadores, junto com os outros provenientes de outros ofícios, agora começaram a participar na maravilhosa missão de Jesus em função da salvação e a vida plena de todos os homens. O que haviam escutado No dia de seu chamado acerca do que iam fazer no futuro, desde este momento é uma realidade que experimentam pessoal e comunitariamente, uma bela realidade da qual também hoje nós fazemos parte.

6. Cultivemos a semente da Palavra na vida

  1. Como aparece a relação entre Jesus e seus discípulos no relato?  Que imagem aparece de Jesus? Como se correlaciona discipulado e missão?
  2. Por que Jesus os envia dois a dois?
  3. Como traduzir hoje as tarefas fundamentais da missão apostólica: a pregação da conversão, os exorcismos e as curas?
  4. Os discípulos iam despojados de tudo: Por quê? Como devia entender quem os via?
  5. Considero que a missão é tarefa para uns poucos na Igreja? Que posso fazer para ser missionário onde vivo, trabalho e descanso?

Pe. Fidel Oñoro, cjm

ANEXO:

  • São Gregório Magno (cerca de 540 – 604), papa, doutor da Igreja

Homilias sobre o Evangelho

“Começou a enviá-los dois a dois”

O nosso Senhor e Salvador, irmãos caríssimos, instrui-nos quer pelas suas palavras, quer pelas suas ações.

Suas ações são, elas mesmas, mandamentos pois, quando faz alguma coisa sem nada dizer, ele mostra-nos como devemos nós agir. Eis, pois, que envia os seus discípulos a pregar, dois a dois, porque os mandamentos da caridade são dois: o amor a Deus e ao próximo. O Senhor envia seus discípulos a pregar dois a dois para nos sugerir, sem o dizer, que quem não tem caridade para com o outro não deve de modo algum assumir o

ministério da pregação. Fica muito claro que “os envia dois a dois à sua frente a todas as aldeias e localidades em que ele mesmo deveria ir” (Lc 10,1). De fato, o Senhor vem após seus pregadores, pois a pregação é um preâmbulo; o Senhor vem habitar nossa alma quando as palavras de exortação vieram à frente e prepararam

a alma para acolher a verdade. É por isso que Isaías declara aos pregadores: “Preparai o caminho do Senhor, aplanai as veredas para o nosso Deus” (40,3). E o salmista diz também: “Abri caminho para aquele que se eleva ao pôr-do-sol (Sl 67,5 vulg). O Senhor ergue-se ao pôr-do-sol porque, tendo-se deitado por ocasião da sua Paixão, manifestou-se com maior glória na sua Ressurreição. Ergueu-se ao pôr-do-sol, pois, ressuscitando, esmagou aos pés a morte que tinha sofrido. Abrimos, pois, caminho àquele que se eleva ao pôr-do-sol quando pregamos sua glória às vossas almas para que, vindo a seguir, Ele as ilumine pela presença do seu amor.

  • São Charles de Foucauld (1856-1916), eremita e missionário no deserto de Saara

“Começou a enviá-los”

Ser apóstolo por que meio? Por aqueles que o Senhor põe à sua disposição: os padres têm os seus superiores que lhes dizem o que devem fazer. Os leigos devem ser apóstolos para com todos aqueles a quem podem chegar: os seus próximos e os seus amigos, mas não só eles; a caridade nada tem de estreita, ela abraça todos aqueles que abraça o Coração de Jesus. Por que meio? Pelos melhores, tendo em conta aqueles a quem se dirigem: para com todos aqueles com quem estão relacionados, sem exceção, pela bondade, a ternura, o afeto fraterno, o exemplo de virtude, pela humildade e pela doçura sempre atraentes e tão cristãs. Com alguns, sem lhes dizer nunca uma palavra de Deus nem de religião, tendo paciência como Deus tem paciência, sendo bom como Deus é bom, sendo um irmão terno e rezando. Com outros, falando de Deus na medida que conseguem atingir; A partir do momento em que chegam à ideia de procurar a verdade pelo estudo da religião, pondo-os em contacto com um padre muito bem escolhido e capaz de lhes fazer bem. Sobretudo vendo em todo o humano um irmão.

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