Estudo Bíblico na 4ª Semana do Advento ano B 2020
ESTUDO BÍBLICO NA 4ª SEMANA DO ADVENTO ANOB 2020
Comunidade Católica Paz e Bem
SEGUNDA-FEIRA
Lc 1, 39-45
TERÇA-FEIRA
Lucas 1,46-56
O CANTICO PROFÉTICO DA MÃE
E disse Maria: “Engrandece minha alma ao Senhor
e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador”
O evangelho que lemos ontem, ainda não terminou. Às palavras de Isabel, responde Maria com outro hino, inspirado pelo Espírito Santo, que anuncia, profeticamente, a obra do Salvador. O conhecemos com o título de “Magníficat”.
Retomemos o texto, tratando de descobrir seus fundamentos, seu conteúdo e seu itinerário oracional perguntando: Em que se baseia o Magníficat? Qual é sua fonte de inspiração? Que canta Maria? Qual é o núcleo de seu conteúdo? Como o canta? Como se desenvolve?
Em que se baseia o Magnificat?
Lucas nos mostra que o cântico de Maria não é resultado de um simples momento de emoção, mas que vem de um longo processo de tomada de consciência, vivido, primeiro, a partir do encontro consigo mesma, no silêncio, e, logo, por meio da voz inspirada de Isabel.
Vemos que o cântico é, enfim, a resposta de Maria à primeira palavra que lhe dirigiu o Anjo: “Alegra-te!” (1,28). Depois de passado um tempo, durante a visão, Isabel lhe recordou, com outros termos, a primeira palavra do Anjo: “Tu és feliz!” (1,45).
Agora, após todo este processo de maduração interna, é a própria Maria quem vai dizer: “Alegro-me em Deus, meu Salvador!” (1,47). Assim, o “magníficat” é um canto que nasce de um coração agradecido a Deus, de um coração atento à voz e à ação de quem lhe disse que a ama profundamente.
Unindo, em sua voz, salmos e cânticos do Antigo Testamento e pondo o olhar na extraordinária novidade de Deus neste novo tempo, Maria pode, agora, expressar a síntese que elaborou em seu coração orante.
Que canta Maria?
O tema central do Magnificat é Deus: “Engrandece minha alma ao Senhor”. Ele foi o protagonista de tudo que ocorreu até o momento e que virá depois. Tendo como referencia sua experiência pessoal, Maria dá uma olhada retrospectiva na obra de Deus na Historia da Salvação.
Com este hino proclama, pois, a grandeza do Deus da história, que reconhece por sua santidade, poder, misericórdia e fidelidade. Compreende, agora, porque o experimenta dentro dela mesma, o porquê de todos estes atributos. Pôs-se no lugar justo para compreender a Deus: o dos humildes (1,48; 10,21).
Como o canta?
Maria entoa sua canção inspirada, proclamando a obra de Deus nela, no mundo e no povo de Israel.
(1) A obra de Deus nela (1,16-49a)
O Deus, a quem reconhece grande em sua santidade, poder, misericórdia e fidelidade, é também seu “Salvador”. E foi pondo seus olhos em sua humildade de escrava, amando-a nessa situação, e fazendo maravilhas nela: o poder criador que a fez mãe do Senhor (ver 1,35).
Isto a impulsiona a profetizar: “Desde agora todas as gerações me chamarão feliz”. Isabel foi a primeira em fazê-lo e, bem o sabemos, a profecia saída de seus lábios tem se cumprido, até hoje.
(2) A obra de Deus no mundo (1,49b-53)
Erguendo seu olhar contemplativo sobre a humanidade, Maria vê como Deus muda sua situação pelo poder de seu braço.
- Primeiro, como que se renova a imagem envelhecida de um Deus distante e estático: o “Santo”, Deus em sua transcendência, é, também, o “Misericordioso”, com um coração próximo ao homem, capaz de comover-se e sofrer com ele. Saboreia sua misericórdia aquele que o teme, quer dizer, quem está aberto, sem resistências, à sua Palavra, que busca seus caminhos.
- Segundo, Maria, pequena entre os pequenos, se apresenta como um destes pequeninos da historia que, de sua vivencia da misericórdia, está em condições de proclamar a “revolução” que introduz o poder libertador de Deus, “a força de seu braço” (imagem significativa que nos remete ao Êxodo):
- Dispersa os soberbos, orgulhosos, presumidos e autosuficientes, lado oposto ao temor de Deus;
- Exalta o humilde, oposto aos que constroem seu projeto de vida, baseando-se no poder e na força humana. Pelo contrário, os derruba.
- Despede sem nada os que apóiam sua vida em bens materiais e põem sua confiança na própria riqueza. Mas, assiste aos famintos, a quem a má distribuição dos bens da terra marginalizou.
Contemplando, criticamente, a realidade humana e suas desgraças, Maria proclama que o poder de Deus é mais forte que as maquinarias que oprimem a sociedade provocadora de fome e desigualdade.
A escala de valores e a distribuição dos bens que hoje vemos e que tanta indignação nos causa, não é definitiva, já que Deus tem a última palavra sobre a historia e constrói, com sua Palavra, um novo tecido de relações baseado na fraternidade, justiça e solidariedade (ver primeiros capítulos de Atos).
Trata-se, então, de uma visão global da obra do Evangelho, porque Maria faz referencia, justamente, a três dos pontos com os quais choca Jesus em seu ministério.
(3) Uma visão ampla da historia da Salvação (1,54-55)
Maria está consciente de que está contemplando o vértice da historia, uma historia, na qual, Deus tem caminhado como companheiro fiel de seu povo escolhido. Sinal concreto de seu amor fiel é que, agora, cumpre-se a antiga promessa feita a Abraão.
A palavra da promessa foi o fio condutor em todo o Antigo Testamento e se cumpre através da obra começada agora em Maria: a Encarnação. Antecipando-nos ao final do Evangelho, podemos dizer que o mesmo que Abraão, também Maria passou pela prova da fé e saiu vitoriosa.
Hoje a obra segue adiante, seu Filho Jesus é o último e definitivo sucessor de Davi (ver 1,32-33), Senhor e Salvador, n’Ele se cumpre a promessa da benção (ver Gn 12,1-3) que, ao fim de tudo, é o dom da plenitude de vida.
Aprofundemos com os nossos pais na fé:
São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra e doutor da Igreja
“O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas”
Quando toca um coração, é típico do Espírito Santo afastar dele toda a tibieza. Ele ama a prontidão, é inimigo dos adiamentos, dos atrasos na execução da vontade divina… “Maria partiu apressadamente”… Que graças se teriam derramado sobre a casa de Zacarias quando Maria ali entrou! Se Abraão recebeu tantas graças por ter albergado três anjos em sua casa, que bênçãos se derramaram sobre a casa de Zacarias onde entrou o Anjo do Grande Conselho (Is 9,6), a verdadeira arca da Aliança, o divino profeta, Nosso Senhor escondido no seio de Maria! Toda a casa ficou repleta de alegria: o menino estremeceu, o pai recuperou a fala, a mão ficou cheia do Espírito Santo e recebeu o dom da profecia. Vendo Nossa Senhora entrar em sua casa, ela exclamou: “De onde me vem esta graça, que a Mãe do meu Deus me venha visitar?”… E Maria, ouvindo o que sua prima dizia em seu louvor, humilhou-se e rendeu glória a Deus de todo o seu coração. Confessando que toda a sua felicidade procedia desse Deus que “tinha olhado para a humildade da sua serva”, ela entoou o belo e admirável do seu Magnificat. Como devemos estar transbordantes de alegria, também nós, quando nos visita esse divino Salvador no Santíssimo Sacramento ou através das graças interior, as palavras que dia a dia ele diz no nosso coração!
Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:
- À luz do canto de Maria, que relação há entre “oração” e “vida”?
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Que elementos do canto nos ajudam caracterizar a espiritualidade de uma pessoa que quer viver sua fé comprometida com sua realidade?
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- Quais são os momentos do cântico de Maria?
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Que caracteriza cada um?
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Que lição nos dá Maria para nossos momentos de oração?
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- Que valor tem orar pelas tardes com as mesmas palavras de Maria?
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Como recolhe e expressa o que se vive ao longo de uma jornada?
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Que me ensina o cântico de Maria quando disse que Deus é “meu Salvador”?
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Que relação tem com o natal e com o mistério pascal?
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QUARTA-FEIRA
Lucas 1,57-66
A FESTA DA VIDA QUE NASCE:
“Se cumpriu para Isabel o tempo de dar a luz, e teve um filho.
Ouviram seus vizinhos e parentes que o Senhor lhe havia feito
grande misericórdia, e se congratulavam com ela”
Deus cumpre suas promessas. O que parece ponto de chegada resulta em um novo ponto de partida, como o Evangelho de hoje, que desata uma série de acontecimentos na vida de quem foi abençoado.
Hoje vemos como, com o nascimento de João Batista, se cumpre a profecia do Anjo a Zacarias.
E se seguimos o fio da narração encontramos uma série de fatos em torno deste primeiro nascimento:
- O fato do nascimento de João;
- A circuncisão e imposição de seu nome, “João” (que quer dizer “Yahweh é misericordioso”);
- O coro dos vizinhos que aclama a ação de Deus em Isabel;
- A reação do pai, Zacarias, que recupera a linguagem e se une ao louvor do povo.
(Constate estes acontecimentos em sua Bíblia)
Releiamos lentamente o texto, fazendo alguns sublinhados sobre o significativo.
- Nasce um menino
No início do texto, o nascimento de João se anuncia com uma fórmula simples que vemos, também, no nascimento de Jesus: “Cumpriu-se para Isabel o tempo de dar a luz, e teve…” (1,57).
- Renasce a fraternidade e o louvor
O nascimento traz novas mudanças. A primeira ocorre em sua mãe, que passa do segredo a uma vida pública intensa: “Ouviram seus vizinhos e parentes que o Senhor lhe havia…” (1,58).
Este é o ponto de partida de uma grande festa pela vida, que se expressa, tanto na felicitação à nova mãe como no louvor a Deus (que Lucas põe ao mesmo nível).
E as coisas não param aí: o acontecimento toma tanta transcendência que supera os limites da casa e da aldeia, chegando a ser motivo de reflexão em toda a montanha de Judéia (1,65). O ambiente é festivo. Todos saem de suas casas e se encontram para celebrar.
Esta imagem lucana da alegria partilhada (1,58) nos recorda as palavras do Anjo: “Muitos se alegraram com seu nascimento” (1,14). A verdadeira alegria, não está em estar contente sozinho, mas em ver que, também, o outro está feliz.
- O itinerário da oração
Mas no texto de hoje há algo mais. Observando com atenção, notaremos como no comportamento dos personagens, Isabel, Zacarias, os parentes, os vizinhos; todo o povo da Judéia; temos um modelo que nos ensina a ler, com olhos de fé, a mão de Deus nos acontecimentos essenciais da vida.
Aí se ver os motivos para estar alegre em Deus.
Três palavras chaves do texto nos podem ajudar: a admiração, a meditação e o louvor
A admiração.
“Invadiu o temor a todos seus vizinhos e em toda a montanha da Judéia se comentavam estas coisas” (v.65).
Esta reação (=“temor”), é sinal de abertura, com simplicidade, ante a presença de Deus.
Ao longo do Evangelho Lucas dá um grande valor à admiração do povo ante a obra de Jesus, enquanto que os inimigos de Jesus (a gente mais religiosa) nem, sequer, é capaz de dar este primeiro e mais simples passo. Tem que deixar-se surpreender por Deus.
A meditação.
“Todos os que as ouviam as gravavam em seu coração” (v.66).
A meditação é o “indagar” dentro dos acontecimentos para descobrir, ali, a mão criadora de Deus.
A meditação, se faz, perguntando pelo significado dos fatos: que está querendo dizer, Deus, com isto? Que aconteceu? E se passa, então, a confrontar os fatos da vida com a Palavra de Deus.
O louvor.
“E, na hora, se abriu sua boca e sua língua, e falava bendizendo a Deus” (v.64).
Esta oração se põe na boca de Zacarias. A admiração, que provoca a percepção do poder de Deus em nossas vidas, deve expressar-se, publicamente, na oração de louvor.
Disto Maria já foi exemplo. Zacarias percorre, agora, o mesmo caminho e nos oferece outro precioso exemplo de oração.
- Finalmente o ancião é resgatado de seu cansaço ante a vida
João e seus pais se encontram nos extremos cronológicos da vida. Isto nos serve de pista para fazer uma anotação a mais sobre o alcance que pode ter a salvação.
É interessante observar as referências a Zacarias nesta passagem: nele descobrimos um homem salvo por Deus de seu pessimismo e de seu cansaço ante a vida.
Recordemos que, em 1,20, o Anjo lhe havia recriminado sua incredulidade ante o anúncio da graça que Deus lhe estava fazendo. Lucas nos mostra, agora, como este homem vive uma mudança profunda em sua vida: Deus o retira de seu cansaço e de sua resignação, para levá-lo a um estado de alegria extraordinária e de louvor.
A recuperação da capacidade de falar, elemento importantíssimo na vida de um sacerdote (para dirigir as orações da assembléia), se realiza quando vê o cumprimento da Palavra de Deus. Agora, Zacarias, com uma grande visão de futuro, louva a Deus com alegria e profetiza.
Hoje vemos no Evangelho como um frágil menino pode mudar completamente a vida dos adultos. O nascimento de uma criança deve ser ocasião de abrir-nos ante o novo, curar-nos de nossa falta de esperança e acolher a radical novidade do Deus da Vida, que cada dia está disposto a surpreender-nos.
Aprofundemos com os nossos pais na fé:
João Paulo II
«O seu nome é João»
«O Senhor chamou-me desde o seio materno, pronunciou o meu nome desde as entranhas de minha mãe» (Is 49,1). Celebramos hoje o nascimento de João Batista… Hoje podemos fazer nossa esta exclamação. Deus conheceu-nos e amou-nos antes mesmo que os nossos olhos pudessem contemplar as maravilhas da criação. Ao nascer, cada homem recebe um nome humano. Mas, ainda antes disso, ele possui um nme divino: o nome pelo qual Deus Pai o conhece e o ama desde sempre e para sempre. É assim para todos, sem exclusão. Nenhum homem é anônimo para Deus! Todos possuem igual valor aos seus olhos: todos são diferentes, mas todos iguais, todos chamados a ser filhos no Filho. «João é o seu nome» (Lc 1,63). Zacarias confirma o nome do seu filho perante os parentes maravilhados, escrevendo-o numa tabuinha. O próprio Deus, por intermédio do seu anjo, tinha indicado este nome, que em hebreu significa «Deus é favorável». Deus é favorável ao homem: quer que ele viva, quer a sua salvação. Deus é favorável ao seu povo: quer fazer dele uma bênção para todas as nações da terra. Deus é favorável à humanidade: guia o seu caminho para a terra onde reinam a paz e a justiça. Tudo isto está inscrito nesse nome: João!
Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:
- Em que consistiu a “grande misericórdia” de Deus com Isabel e Zacarias?
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Que prefigura?
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Que relação há entre a “salvação” e a “misericórdia” do Senhor?
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- Como foi vivida a “grande alegria” que trouxe o nascimento de João?
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Que sugere para nossa maneira de viver este tipo de acontecimentos?
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- Que itinerário oracional nos propõe o Evangelho de hoje?
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Como educar nossa oração?
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Como vamos viver estas “quase” vésperas natalinas?
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QUINTA-FEIRA
Lucas 1,67-79
A grandeza da missão do menino que já nasceu e a do que vai a nascer
“Zacarias, seu pai, ficou cheio do Espírito Santo, e profetizou dizendo:
‘Bendito o Senhor Deus de Israel porque visitou e redimiu seu povo…‘”
Estamos já às portas do Natal e escutamos neste prelúdio da grande festa que começa esta noite, um formoso hino de louvor pela vida e a missão de João Batista e de Jesus, conhecido como o “Benedictus” (pela palavra com a qual começa).
É como se fosse a “abertura” da grande sinfonia natalina.
Notemos que é o Espírito Santo quem abre a boca a Zacarias e quem o faz orar e profetizar: “Zacarias ficou cheio do Espírito Santo, e profetizou dizendo…” (1,67).
A idéia central de seu hino profético, como também ocorre no de Maria, é a proclamação da misericórdia, a fidelidade e o poder de Deus que ajuda seu povo e que o conduz até a plenitude da vida.
O texto do hino tem duas partes:
- A proclamação do que Deus tem operado através do Messias (1,68-75)
O ancião Zacarias começa com uma benção ao “Deus de Israel”, recordando que Iahweh é o Deus da historia e que tem se revelado como tal no caminhar de um povo.
Ele é o Deus que:
- Uniu-se, de maneira concreta, a seu povo, através da promessa a Abraão (ver 1,55.73);
- demonstrou sua misericórdia aos patriarcas (1,72);
- fez uma promessa a Davi com relação a seu reino (1,32.69; ver 1 Sm 7,12-16),
- e que tem falado por meio dos profetas (1,70).
Em toda esta longa historia, Deus deixou claro que é poderoso, fiel e misericordioso. E sobre este fundo é que se entende a vinda do Messias. Nele, o Deus da história, nesta nova etapa da historia da salvação, “suscitou um salvador poderoso” (1,68).
A resposta à pergunta do povo “Que virá a ser este menino?” (1,66).
Ante a grandeza do mistério de Jesus-Messias, Zacarias proclama, agora, o significado da missão de João Batista: “E tu, menino, serás chamado profeta do altíssimo, pois irás diante do…” (1,76).
Com estas palavras Zacarias, consegue responder à pergunta que havia formulado o povo ante o nascimento de João (1,66).
Prontamente Zacarias, profetiza, proclamamando quem é este “Senhor” que ele precede. Por isso, a segunda parte do Hino se divide em outras duas: a missão de João (1,76-77) e a missão do Messias (1,78-79).
- A missão de João (1,76-77)
João é um servidor do plano de Deus.
- Seu título mais significativo é o de “profeta”;
- Sua tarefa: a de ir como precursor, para preparar os caminhos do Messias;
- O conteúdo de seu anuncio: a experiência de Deus como Salvador; salvação que, em última instancia, se vive no perdão dos pecados.
Assim se cumpre a promessa de Jr 31,34: “Todos me conhecerão, dos menores aos maiores, oráculo de Iahweh, porque perdoarei sua culpa e de seu pecado não voltarei a recordar-me”.
(c) A missão do Messias (1,78-79)
Três imagens a descrevem:
Jesus, o Messias, é o libertador de seu povo (1,68.71.74).
É a imagem de alguem que combate por nós e nos resgata, levando-nos a uma situação de vida “livres de mãos inimigas”, uma vida conforme a vontade de Deus (“em santidade e em justiça”), ao serviço da obra de Deus (“servir-lhe”). Ele nos liberta também do “temor”, de maneira que uma vida ao serviço de Deus está fundamentada na confiança nele e não no medo do castigo (ver 1,54-75).
Jesus, o Messias, é a luz de um novo “amanhecer” (1,78).
O passar da noite ao dia é símbolo do triunfo da vida e, portanto, de esperança. Assim, a vinda do Messias é um novo amanhecer sobre um povo que passou pela noite do sofrimento. A luz é também símbolo da orientação: na escuridão estamos desorientados, porém, com a luz do Messias, podemos orientar-nos para viver.
Jesus, o Messias, endireita nosso caminhar pelo caminho da paz (1,79).
Com sua luz, o Messias nos ensina o caminho da vida que, ainda que passando pela morte, conduz à paz de Deus e em Deus.
Concluindo …
Ao final de seu hino Zacarias nos ensina o que deveria ser a chave de leitura de toda a obra de Jesus: a misericórdia de Deus. Desta forma, sua oração desce até a fonte de tudo, até o coração de Deus, e trata de traduzir tudo o que capta ali: “as entranhas de misericórdia de nosso Deus” (1,78).
Tudo o que Jesus vai realizar estará em consonância com esse coração. Jesus é o coração amoroso de Deus que a humanidade nunca antes havia experimentado em tão tremenda proximidade.
Aprofundemos com os nossos pais na fé:
Santo Agostinho
Desperta, ó homem!
Por ti, Deus se fez homem.
Celebramos com alegria a vinda de nossa salvação e redenção.
Ele se converteu para nós em Justiça, santificação e redenção.
A verdade brotou na terra.
Alegremo-nos por essa graça, para que nossa glória seja o testemunho que nos dá consciência.
Que graça maior pode fazer-nos Deus?
Tendo um Filho único, o fez Filho do Homem para que o Filho do Homem se fizesse Filho de Deus. Procura qual é a tua Justiça e observa se podes outra coisa encontrar senão a graça.
Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:
Estamos nas vésperas do natal. A Palavra de Deus nos conduz, progressivamente, até o encontro vivo com Jesus, na Eucaristia, esse espaço privilegiado sacramental em que acolhemos sua “vinda”. Ao longo de todos estes dias a Palavra de Deus, não só tem querido aquecer nosso coração, despertando nossos sonhos e pondo-os em sintonia com Deus, mas também nos tem chamado a uma purificação. Vivamo-la sacramentalmente, na celebração da misericórdia, por meio de uma boa confissão.
- Segundo a oração inspirada de Zacarias (o “Benedictus”), qual é a missão de João Batista?
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Que relação tem com a missão de Jesus?
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- Com que imagens se apresenta a missão do Messias?
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Que nos disse cada uma delas com relação aos dons que dele vamos receber neste natal?
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- Quais são as “sombras de morte” que há em minha vida, em minha família, na sociedade?
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Como se podem vencer?
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Que anuncia o natal?
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SEXTA DIA 25 DE DEZEMBRO, NATAL DO SENHOR, PREPARAMOS UM ESTUDO BÍBLICO ESPECÍFICO PARA VOCE!
DESDE JÁ, DESEJAMOS A TODOS UM NATAL CHEIO DE PAZ E SAÚDE!
PAZ E BEM!
Autor: Padre Fidel Oñoro, CJM