ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: A cura de um hidrópico
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- Havia ali, diante dele, um homem hidrópico”
Para um judeu a hidropesia é um duplo mal pior que a lepra. É uma inchação do ventre compromete gradualmente todos os órgãos internos até chegar ao coração e levar à morte repentina. É muito dolorosa, causa desespero e, sobretudo, num mundo em que a medicina ainda não conseguia descobrir as causas nem oferecer os remédios, submetia o enfermo a uma continua angustia na espera da morte.
Ademais, do ponto de vista religioso, esta enfermidade era vista como conseqüência de uma maldição. Era o pior castigo que se podia desejar a um inimigo: “Se vestiu de maldição como de um manto: que penetre em seu seio como água!” (Sl 109,18ª). É também a enfermidade que se atribui às pecadoras adúlteras, conseqüência de seu pecado (Nm 5,21-22; Pv 5,15-23). O hidrópico, então, era uma pessoa repudiada e amaldiçoada socialmente. Existiam alguns meios para atenuar a dor do enfermo, porém estes estavam proibidos em dia de sábado. Como seria o sábado para estes enfermos!
- “Então lhe tomou, lhe curou e lhe despediu“.
A obra de Jesus frente ao enfermo se realiza à sombra da suspeita: “estavam observando-o”. Entende-se que era para ver se quebrava as normas sagradas do sábado, se sua misericórdia ia além da Lei de Deus. O sábado hebreu celebra o “descanso de Deus” (Gn 2,2) e medita, amplamente, sobre a plenitude que Deus concedeu a sua criação.