Enviados por Jesus (EFC)

Lucas 9,1-6

JUNTOS PARA A MISSAO:

“Envio-lhes a proclamar o Reino e a curar”

Retomemos o Evangelho segundo Lucas. Depois do encontro com sua mãe, Jesus prosseguiu com sua missão. O Evangelho passa então do discurso às obras. Os discípulos seguem contemplando as ações salvíficas de Jesus e aprendendo que suas obras são também “Palavras que se deve aprender”. Jesus…

  • Acalma a tempestade (Lc 8,22-24);
  • Cura o endemoninhado de Gerasa (8,25-39);
  • Cura a hemorroísa (8,43-48);
  • Ressuscita a filha de Jairo (8,40-42ª-49-56).

Em toda esta revelação progressiva, através de 4 milagres escolhidos por Jesus (6,12-16) puderam apreciar quem eram os destinatários da Boa Nova do Reino, conteúdos e finalidade da missão do Mestre. E agora cabe a tarefa aos apóstolos, porque para isso foram chamados. Para Lucas a missão dos discípulos é uma extensão da missão de Jesus. Vejamos, seguindo a ordem do relato de envio:

  • Uma fórmula de envio (9,1-2);
  • Uma lista de instrução sobre como devem agir, durante o tempo da missão (9,3-5);
  • Uma brevíssima descrição do que os doze, efetivamente, fizeram (9,6).

A fórmula de envio (9,1-2): Esta primeira parte concentra as palavras mais densas de Jesus com relação à missão:

  • Os doze são convocados solenemente por Jesus; é como se os voltasse a chamar.
  • Jesus lhes dá investidura para que exerçam a missão com autoridade. O texto grego nos deixa entender que lhes comunica a mesma força que o tem acompanhado no combate contra o demônio e o mesmo poder com que tem realizado curas.
  • A missão aponta para a vitória sobre o mal (demônios) e restauração do homem (cura enfermidades);
  • A obra dos apóstolos vai além dos exorcismos e dos milagres em si mesmos, suas ações são sinais do que se proclama de viva voz: “anunciar o Reino de Deus”.

As instruções sobre o comportamento durante a missão (9,3-5): Jesus dota-os de força e potência. Os apóstolos por sua vez devem renunciar suas seguranças habituais. Por isso Jesus os instrui para que “não tomem nada para o caminho”. Os apóstolos:

  • Viajam como pessoas que tem pressa, que devem cobrir grande distância em um tempo reduzido;
  • Confiam plenamente na providência de Deus; deixam tudo para receber tudo de Deus. Sua renúncia é sinal de sua fé em Deus Pai, origem da missão que suprirá suas necessidades;
  • Estão sempre e completamente disponíveis para o trabalho evangélico. Igualmente devem saber viver a acolhida e a rejeição (recordemos o capítulo de 4);
  • Sabem receber o que lhes oferecem na missão e não tentam buscar melhor alojamento (9,4);
  • Sabem viver o fracasso na tarefa apostólica com a ação simbólica de sacudir o pó dos pés, eximindo-se assim de toda responsabilidade na condenação de quem rejeita voluntariamente a Jesus e como testemunho de acusação para o dia do juízo (9,5).

Breve descrição da missão (9,6): Lucas nos informa que os doze fizeram ao pé da letra aquilo a que foram enviados: “Saindo, pois, percorriam os povoados, anunciando a Boa Nova e curando por toda parte”. É assim como testemunham a mensagem, com as mesmas obras de Jesus (ver 4,31-41).

Aprofundemos com os nossos pais na fé

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de Africa) e doutor da Igreja.

Maria, Mãe de Cristo, mãe da Igreja.

Aquele que é o fruto de uma única Virgem Santa é a glória e a honra de todas as outras santas virgens; porque elas próprias são, como Maria, as mães de Cristo se fizerem a vontade de seu Pai. A glória e a felicidade da Maria por ser a mãe de Jesus Cristo desabrocham, sobretudo nas palavras do Senhor: “Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12,50). Ele indica assim o parentesco espiritual que o liga ao povo que resgatou. Seus irmãos e suas irmãs são os homens santos e as mulheres santas que tomam parte com Ele na herança celeste. A sua mãe é toda a Igreja porque é ela quem, pela graça de Deus, gera os membros de Cristo, isto é, aqueles que lhe são fiéis. A sua mãe é também toda a alma santa que faz a vontade do Pai e cuja caridade fecunda se manifesta naqueles que gera para Ele, até que Ele neles seja formado (Gl 4,19) Maria é certamente a mãe dos membros do Corpo de Cristo, isto é, de nós próprios, porque, pela sua caridade, ela cooperou para gerar na Igreja os fiéis que são os membros desse divino chefe de quem

é verdadeiramente mãe segundo a carne.

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