A libertação dos cativos

São João Crisóstomo (345-407), bispo de Antioquia, doutor da Igreja.

A libertação dos cativos

Neste dia, Jesus Cristo entrou como conquistador no abismo dos infernos.

Neste dia, “Ele quebrou (destruiu) as portas de bronze e rompeu os ferrolhos de ferro”, como diz Isaías (45,2).

Notai estas expressões. Ele não diz que “abriu” as portas de bronze, nem que as levantou, mas que as “quebrou”, para dar a entender que não há mais prisão, ou seja, que Jesus aniquilou (destruiu) esta morada dos cativos.

Uma prisão sem portas nem ferrolhos não pode ter prisioneiros.

Estas portas que Cristo quebrou quem as poderá restaurar?

Estes ferrolhos que ele rompeu quem os poderá recompor?

Quando os príncipes da terra libertam prisioneiros emitindo cartas de perdão, deixam subsistir as portas e os guardas da prisão, para mostrar aos que saem que, tanto eles como outros, ainda podem entrar de novo aí.

Cristo não age desse modo. Ao quebrar as portas de bronze, Ele testifica que não há mais cativeiro, nem morte. Por que portas de “bronze”?

Porque a morte era impiedosa, inflexível, dura como o diamante.

Durante séculos antes de Jesus Cristo, jamais algum dos seus cativos pôde-lhe escapar, até ao dia em que o Soberano do céu desceu ao abismo para lhe arrancar as suas vítimas.

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