ADVENTO: 2ª SEMANA ANO C
ESTUDO NA 2ª SEMANA DO ADVENTO ANO C
COMUNIDADE PAZ E BEM
SEGUNDA-FEIRA
Isaías 35,1-10 – Lucas 5,17-26
PROFECIA DO ADVENTO:
“Alegrar-se-á o deserto”
A profecia que escutamos hoje também poderia ser chamada “o Hino à Alegria”, entoado por Isaías.
É um hino para cantar como em uma marcha que atravessa os lugares de tristeza e de desolação, uma marcha que vai transformando tudo ao passar, uma marcha, na qual participam os homens redimidos pelo Senhor e que cantam emocionados por seu regresso para casa. “Abre-se passagem à perpetua alegria, o gozo transbordante os inunda, e ficam para trás o pesar e a tristeza” (35,10).
Nos lugares onde, habitualmente, reina a melancolia, realiza-se uma profunda transformação: “Alegrar-se-á o deserto, terra estéril, a estepe se encherá de flores e de júbilo. Florescerá, como florescem os narcisos, transbordarão de gozo e de alegria”. (35,1-2a).
Símbolo dessa alegria é o jardim cheio de flores, inundado de colorido e sabor dos aromas. A fertilidade das terras libanesas, a postura feminina do monte Carmelo e a prodigalidade das árvores frutíferas do Saron, se transportam para as terras antigamente assoladas pela seca e a aridez. Desta forma, nosso hino de alegria canta, em primeiro lugar, a beleza de Deus, de sua gloria é reflexo toda esta vegetação. “Pois ali se fará ver a glória do Senhor, a beleza de nosso Deus” (35,2b). A alegria brota da contemplação da beleza de Deus.
E o hino continua, redescobrindo uma beleza que não é menor; toda esta paisagem que está ante os olhos visionários do profeta é imagem da profunda transformação que acontece com quem faz a experiência de Deus.
Assim como a beleza dos antigos jardins se muda para o deserto, assim também a beleza de Deus se entranha sobre as deficiências e limitações humanas. A vinda de Deus ao homem lhe arranca sua debilidade e lhe faz expressar uma nova força que o tira de suas prostrações, de suas mutilações, de suas depressões: “Fortaleçam ao que vai com os braços caídos, robusteçam ao que tem encolhidas as pernas” (31,3).
Quando alguém tem problemas às vezes tende a acovardar-se, a diminuir-se ou retrair-se. Pois bem, o profeta fala diretamente ao homem e lhe dá alento anunciando-lhe a vinda em pessoa do Deus salvador: “Digam aos covardes: Coragem! Não tenham medo!: já chega seu Deus”(35,4).
Então o mundo fica cheio de um novo jardim vital, de uma nova beleza: a que irradiam os homens salvos pelo Senhor. A partir deles, uma corrente de alegria começa a atravessar e a vivificar o mundo: os mudos não só falam, mas cantam as canções, os surdos, não só ouvem, mas, agora, têm “ouvido de músico” e se divertem com elas e os paralíticos, não só caminham, mas bailam as canções (35,5-7a).
Esta festa da humanidade nova, que floresce no encontro com o Senhor, segue estendendo-se por todos os desertos do mundo, fazendo de tudo o que está seco um manancial de vida (35,6b-7). Finalmente, o hino da alegria, se canta em uníssono, como em um só coro de peregrinos que regressam a casa, deixando para trás suas antigas penas. A procissão se organiza de modo que a rota é como uma grande rodovia que o profeta chama “Via Sacra”, e quem abre o caminho é o proprio Deus (35,8-10).
Esta profecia se realiza na pessoa de Jesus (Lucas 5,17-26)
E Deus vem, em pessoa, na pessoa de JESUS, para salvar seu povo (Lc 5,17-26). Ele restaura a beleza perdida do homem, seja por suas deficiências físicas, seja por seu pecado. O paralítico do evangelho de hoje, se converte em outro cantante do hino da alegria. E não canta só, o acompanha o coro dos que glorificam a Deus. (vv.25.26). Se o hino de Isaías ressoava, poderosamente, muito acima ressoará o coro dos que com os seguidores de Jesus cantam: “Hoje temos visto coisas incríveis” (v.26).
Jesus torna Deus visível
Assim, a expressão comovida e comovedora da multidão, no evangelho de hoje, faz eco maravilhoso do anunciado pelo profeta. A saúde do paralítico gera este grito de admiração. O paralitico curado é “gloria” de Deus, e a palavra e o coração de Cristo são a fonte reveladora dessa gloria. O profeta dizia: Deus em pessoa vem salvar-nos, e isso experimenta o paralítico. Cristo, pois, é o Deus que vem e, assim, de fato, o chama o Apocalipse. Enquanto a besta que ali se descreve é a que “era e já não é” (Ap 17,8.11), Cristo é “o que era, que é e que há de vir” (Ap 1,4.8:4,8).
Cristo é “o que era, que é e que há de vir”. Não se deve ler essa expressão como uma fórmula abstrata ou com rodeios poéticos. É uma descrição, não tanto do “ser”, mas do “fazer” revelador de Cristo. Não é uma alusão, simplesmente, à sua eternidade, mas um louvor de seu atuar que nos revela a gloria de Deus, como aconteceu com o paralítico.
Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:
- Que pessoas conheço que estão tristes ou deprimidas às quais lhes poderia levar estas palavras de alento da profecia de hoje?
- Como está a força de meu canto, que me inspira, que transforma no caminho? Sou um contemplativo da beleza de Deus no mundo?
- Sou consciente da importância da “presença” e “ausência” de Deus no mundo? Qual é o sinal que traduz essa realidade histórica e escatológica ao mesmo tempo?
TERÇA-FEIRA
Isaías 40,1-11 – Mateus 18,12-14
É A HORA DA CONSOLAÇÃO:
“Consolai, consolai a meu povo, diz vosso Deus”
O Advento nos prepara para a vinda do Senhor e seu dom é a consolação. Na experiência bíblica, a consolação é muito mais forte e radical que a que costumamos oferecer entre nós.
Por mais que alguém queira, por exemplo, ante a desgraça que vive um amigo ou ante um funeral, o mais que pode fazer é dar um pouco de alivio com a escuta, com a presença amiga, com uma expressão de solidariedade; porém, o amigo, ou os doentes, seguem com o problema.
Hoje o profeta Isaías nos expõe com todas suas forças o anuncio do Advento: Consolai! Consolai! E anuncia mudanças maravilhosas que estão a ponto de acontecer. A consolação que oferece o Senhor é uma mudança que vive uma pessoa ou comunidade, passando de uma triste situação a outra de plena realização, graças à superação do fator que a originou. Não é ficar assomados aos problemas com paliativos passageiros, mas o inicio de uma nova etapa positiva.
Em virtude disso, qual é a espiritualidade da consolação que hoje nos convida a viver o profeta no advento do Messias? Seguindo o fio do texto, podemos hoje concentrar-nos em algumas pautas que serão muito úteis para nosso exercício espiritual:
- O Senhor interpela até o fundo, até o coração: “Falai ao coração de Jerusalém” (40,1-2)
Antes de tudo se recuperam os ânimos. Para explicar isto, o profeta apresenta Jerusalém como uma bela dama que é conquistada pela palavra penetrante e amorosa de sua amante. Assim Deus quer reconquistar o amor de seu povo infiel. A boa noticia que o mensageiro põe no coração de Jerusalém é que se acabarão os motivos de tristeza, isto é, o fim de seu isolamento na experiência histórica do desterro. Na historia de Israel, o desterro veio como castigo por seu pecado. A consolação inicia com o dom do perdão. E como é provável que na situação de castigo, se chegue a sofrer um pouco mais da conta, o profeta anuncia que todo este sofrimento receberá sua recompensa.
- O Senhor prepara o caminho: “No deserto, preparem o caminho do Senhor” (40,3-5)
Além da preparação interna, a boa disposição do coração, se empreende a preparação externa: o caminho de regresso à terra pelo deserto. O consolo não se dá de uma hora para outra. É um processo com suas respectivas etapas, como foi o andar de Israel pelo deserto no êxodo:“todo vale seja elevado todo monte e colina rebaixado…”.
Neste espaço geográfico e espiritual do deserto árido e ressequido se realizam grandes transformações: a gloria do Senhor, a “shekiná”, que há tempo habitava no povo, reluzirá, como nunca, e seus raios surpreenderão a toda a humanidade: “Revelar-se-á a gloria de Iahweh e toda criatura, de uma só vez, a verá”.
- Pausa de reflexão para tomar consciência de si mesmo ante à grandeza de Deus: “Todos os mortais são como a erva e a flor campestre…” (40,6-8)
O anuncio da consolação tem como conteúdo a força da palavra de Deus, a qual é como um forte alento (como “Ruah”) que, se gera uma nova criação, por outra parte não sabemos se poderemos resisti-lo. É como acontece à débil erva da manhã nas estepes de Israel, apenas passe o vento cálido do deserto. Por isso, o profeta se permite um pequeno diálogo (talvez monólogo), no qual se interioriza esta realidade: ante a grandeza e a eternidade de Deus, quem sou eu?
- A vinda do Senhor em pessoa realiza a salvação esperada: “Ai está vosso Deus” (40,9-11)
O profeta que falou amorosamente ao coração do povo, que deu ordens para que se prepare o caminho e provocou uma pausa de reflexão, converte-se, enfim, no alegre mensageiro que percorre, agitadamente, o último trecho do deserto, abrindo o caminho até chegar à terra. Ao chegar, sobe à montanha mais alta da região de Judá para que o escutem em todos os recantos: “Sobe a um alto monte, alegre mensageira de Sião”.
O alegre mensageiro grita aos quatro ventos a iminência da chegada de Deus e sua salvação. Com estes três proclamas se desvelam, pouco a pouco, o cenário no momento em que aparece Deus: “Olhai a vosso Deus”; “Olhai seu braço robusto” (=poder); “Olhai seu séquito na marcha da vitoria” (=arrasta os vencidos, carga ou despojo de guerra).
Este Deus, que se apresenta como salvador poderoso, tem o coração, a ternura e a delicadeza de um pastor, que o que mais deseja é a vida e o bem estar da comunidade da qual é responsável: “Como pastor pastoreia seu rebanho: recolhe nos braços os cordeirinhos; no seio os leva; e trata com cuidado as ovelhas que amamentam”.
E esta profecia se realiza em Jesus (Mateus 18,12-14)
A parábola do pastor que busca em meio das montanhas a ovelha perdida anuncia que o Messias vem, precisamente, para realizar esta profecia da consolação. Seguindo a insinuação do evangelista, também nós somos convidados a participar na busca da ovelha e animar alegremente seu regresso a casa.
Deus é poderoso e é também piedoso. Isaías tira a lição a seu modo e Jesus a expõe a seu modo. Este pastor do evangelho de hoje não é um empresário das ovelhas, guiado pelos números e os lucros. A ovelha perdida vale tanto, ou mais, que as noventa e nove que não se perderam. Não é lógico nos números, porém funciona; dá vida.
Um dia eu fui ou serei essa ovelha, e então me convirá que a lógica fique calada para ouvir a canção de meu pastor. É maior a alegria que nasce do processo perder-recuperar, que a alegria de nunca perder.
É o que dizíamos sobre a lição que aprende o povo em seu processo “pecado-humilhação-lição”.
Ao final dessa volta o povo é qualitativamente diferente. Como o filho pródigo: volta à própria casa, porém não volta mais o mesmo. A volta pelo pecado não é tempo perdido. Pode ser o tempo mais importante da vida daquela ovelha ou daquele pecador.
Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:
- Que se entende por consolação na Bíblia? Como a viveu o povo de Israel no exílio da Babilônia?
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Neste Advento, em que necessitamos ser consolados (minha família e eu), pelo Senhor?
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- Que qualidades se anunciam de Deus na profecia?
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É esse o rosto de Deus que quero experimentar?
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- Que passos dá o Senhor para fazer efetiva a consolação?
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Que características têm o profeta que anuncia a consolação?
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- De que tarefa me está encarregando o Senhor para este tempo forte do Advento e Natal?
QUARTA-FEIRA (IMACULADA CONCEIÇÃO)
Lucas 1,26-38
VIRGEM SANTA MARIA, A MAIS BELA E A MAIS PURA
“Disse Maria: ‘Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo tua palavra’ ”
A solenidade de hoje nos enche de uma profunda emoção. Louvamos a Deus pelo dom reservado a Maria, de ser santa desde sua concepção, de não ser ferida pelo pecado e pelo mal.
Desde o dia em que o Papa Pio IX proclamou o dogma da “Imaculada Conceição”, em 1854, esta solenidade ficou inserida, em pleno tempo do Advento e com razão, visto que a Imaculada prepara o Advento do Senhor: ela, a “cheia de graça”, foi “santa e imaculada no amor”, pois estava destinada a ser a Mãe do Senhor.
Este mistério, que aponta nosso olhar para a raiz da vida de Maria, é a chave de leitura de toda sua vida e nos ajuda a entender a obra de Jesus, que veio a salvar-nos do pecado. Desta vitoria sobre o pecado ela foi a primeira beneficiada e, no espelho de sua santidade plenamente alcançada, descobrimos também a nossa.
Para entrar melhor no mistério, a liturgia nos propõe hoje como telão de fundo o texto que se conhece com o nome de “protoevangelho”, que diz: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a dela: ela te pisará a cabeça e tu lhe feriras seu calcanhar” (Gn 3,15).
Esta passagem se aplica a Maria Imaculada que vence a serpente, símbolo demoníaco do mal. Por si, o texto original nos expõe a tensão continua e o duelo que se consuma entre nós, as criaturas humanas descendentes da mulher, e o mal que se aninha na historia.
Relendo a passagem do Gênesis, notemos cinco pontos fundamentais que nos permitem compreender melhor a obra de Deus em Maria:
- Que o homem foi posto por Deus como o centro de sua obra criadora.
- Que a pesar disto o homem não quis dialogar com seu Criador, nem crer em sua palavra, rebelando-se contra seu plano de viver em íntima comunhão com Deus e com os demais.
- Que o homem quis um futuro distinto e fez mau uso da liberdade que Deus lhe deu.
- Que por esta razão a historia se converteu em “teatro de uma luta tremenda contra as potencias das trevas, luta que durará até o último dia” (retomando as palavras de João Paulo II).
- Dai que a vida no Senhor esteja caracterizada pelo combate, pelo conflito, pelo esforço para conseguir o bem e lograr a unidade interior em Deus.
Portanto, a vida de todo discípulo do Senhor se mede por sua capacidade de resistir ao mal, pela luta contra as tentações que tratam de demolir cada dia sua fé e sua esperança. Sem dúvida, o panorama não permanece obscuro. Nossa fé hoje proclama que com a vinda de Cristo à humanidade, através de Maria, este combate tomou um novo rumo e chegou ao seu fim com a vitória do Senhor. É neste cenário onde emerge, com maior esplendor, a figura de Maria. As outras duas leituras de hoje nos descrevem bem a grandeza de Maria:
- Exalta-se a benevolência de Deus Pai com a que será Mãe de seu Filho
(ver a segunda leitura: o hino de Efésios)
Desde sua concepção imaculada, Maria alcançou o vértice mais alto da filiação divina, da semelhança com Deus (Ef 1,5). Assim compreendemos porque nela, antes que em qualquer outra criatura, o Senhor foi glorificado. Porque Maria é “santa e imaculada no amor”(Ef 1,4), ela é mais potente que qualquer experiência do mal.
Maria é sinal da vitória de Deus sobre o mal, pois viveu livre da herança do pecado. Isto não a afasta de nós, mas, ao contrário, a sentimos ainda mais próxima: Maria nos ajuda na luta cotidiana contra o que se opõe ao Evangelho e à construção de um mundo que seja reflexo do Reino de Deus, porque para isso, assim como ela, também nós fomos chamados.
- Se exalta a resposta livre e amorosa de Maria à palavra do Anjo (ver Evangelho anunciação)
Maria é a “cheia de graça” (Lc 1,28), quer dizer, plena da santidade e da beleza de Deus, seja porque foi redimida de um modo sublime (como anotamos no ponto anterior), seja porque soube acolher esta graça: a fez crescer dentro dela, apoiando-se na Palavra do Senhor, declarando-se sua serva e convertendo-se assim em discípula perfeita de Jesus. Foi assim como Maria permitiu que a graça invadisse a historia do mundo e criasse aquela humanidade renovada da qual ela é o modelo perfeito.
Por tudo isto, o mistério que celebramos hoje nos dá força interior em nosso caminhar, muitas vezes incerto e obscuro, nos dá uma nova luz sobre o sentido da historia, nos dá um pouco de repouso nos momentos difíceis que nosso país e o mundo estão vivendo.
A presença viva de Maria na vida da Igreja nos ajuda a compreender também que, a pesar de todas as aparências contrarias, em meio do mundo brota uma fonte pura da qual se deriva toda uma torrente de graça que rejuvenesce o mundo.
Ao dizer “Faça-se em mim segundo tua palavra” (Lc 1,38), ela, a “cheia de graça”, entregou a Deus todo seu amor, toda sua fidelidade e obediência. Neste formoso dia pedimos à Imaculada que nossa fé, que madura no combate, seja uma prolongação desse, seu “Fiat”.
Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:
- Que afirma o dogma da Imaculada Conceição e como se compreende à luz da Palavra de Deus? Que combates levo em minha vida espiritual?
- Que Boa Noticia me anuncia hoje na pessoa de Maria? De que modo Maria acolheu a “graça” de Deus nela?
- Como fazer em meu caminhar com o Senhor?
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QUINTA-FEIRA
Isaías 41,13-20 – Mateus 11,11-15
É A HORA DA CONFIANÇA
“Não temas, verme de Jacó, gente de Israel: eu te ajudo, teu redentor é o Santo de Israel”
Muitas vezes na vida, sentimos uma grande impotência, sentimo-nos pequeninos como um “verme” frente aos demais, com a sensação de que não vamos poder sair fora, porque os problemas e desafios nos superam.
Ante esta realidade nos coloca, hoje, Isaias. Ele nos mostra, a cada um e à comunidade, como daremos passos de superação, se nos deixamos agarrar e levantar pela mão criadora de Deus.
Ao ler a profecia messiânica de hoje, notemos que Deus nos fala, direta e insistentemente, na primeira pessoa, como si estivesse tratando de inculcar-nos a certeza de sua proximidade, de sua ternura, através das formas concretas como Ele se ocupa de nós: “Eu… te agarrei… te ajudo… te converto em trilho novo… os responderei… não os desampararei… abrirei… converterei… porei”.Desde o inicio até o final, o Senhor se apresenta como o autor da salvação: “Eu, Yahveh, teu Deus”.
A profecia tem duas partes: (a) vv.13-16: vê-se como Deus vai tirando alguém de seus medos, e a conduz do “temor” à “alegria”; (b) vv.17-20: vê-se, de novo, Deus em ação, tornando desertos em bosques paradisíacos; neste teatro da ação criadora de Deus no pobre e no sedento, compreendem como a salvação lhe é oferecida.
Em ambas, se parte da tomada de consciência de uma necessidade profunda e se termina com o reconhecimento da salvação de Deus. Na leitura do texto deixemo-nos guiar pela força das imagens:
1. Superar os medos: “Não temas, eu te ajudo”
- a imagem da “mão”
A primeira vez que Deus diz “Não temas, eu te ajudo”, aparece, também, a imagem de uma mão que agarra: “tomei-te pela mão direita”. Tocar uma mão quente e poderosa transmite a ternura que infunde confiança. Deste modo se aproxima Deus, do homem atribulado, enquanto disse ao seu ouvido: “não tenhas medo”. A expressão é maravilhosa, porque, o que estende a mão é o próprio Deus, dai que, Ele mesmo, se apresente: “sou eu quem te digo” (13c).
Mas, o contraste entre os dois é grande: por um lado está a fragilidade do homem, representada no “vermezinho” e na “lagartinha” e, por outra, está o poder de Deus “o redentor”, “o Santo”. Os nomes “Jacó” e “Israel” indicam o povo de Deus inteiro, mas, este aparece, aqui, em sua qualidade de povo que não é nada sem seu Deus. Que grande ternura manifesta, Deus, nesta passagem bíblica!
- a vitoria sobre as “montanhas”
Uma vez que foi tomado pela mão, o povo é, pouco a pouco, levantado por Deus, e o vermezinho que andava atribulado supera a grandeza das montanhas. O vermezinho, que vivia arrastado, agora é suporte, que arrasta, com seu juízo, as montanhas, como se fossem palha de trigo (ver v.15), para logo separar o trigo da palha (ver v.16).
Os montes e os colinas representam tudo aquilo que é adverso dentro da historia humana, são imagem do orgulho humano, que se levanta contra Deus e dos obstáculos que são postos ao povo em seu caminhar libertador e triunfante, no deserto, sobre as forças obscuras que o oprimiam (ver Is 40,4). Dessa maneira os obstáculos são superados.
- Brota a alegria e o louvor
A seguir vem a celebração. O povo canta e aclama a Deus porque tudo foi obra de sua proximidade. O Deus tremendo e exigente (“Santo”) é, agora, o motivo de uma alegria extraordinária. O poderio e a ternura de Deus encontram sua síntese no louvor do povo em festa.
- Saciar a sede:
“Humildes e pobres buscam água… os responderei… não os desampararei”
Vendo ao povo humilde que caminha no deserto árido e ressequido, cheio de medos e, vencendo os obstáculos, na experiência da tremenda presença de Deus, a profecia diz, agora, “os humildes e os pobres” (v.17).
A dificuldade, agora, está relacionada com a morte que o ameaça com a falta de água no deserto (v.17b). O “vermezinho” que se sentia ameaçado pelas montanhas aparece, agora, como o pobre que luta pela sobrevivência. A situação é dramática: “A língua se lhe secou de sede” (v.17c). Deus responde, agora, com sua palavra criadora (v.17d).
Ante a vista do humilde que suplica, o mercenário se transforma. As mudanças que se realizam são incríveis. Mediante a obra do Senhor (“abrirei”, “converterei”, “porei”), a aridez do monte ameaçador e do inóspito deserto, se transforma em espaço de vida.
O cenário nos recorda o paraíso banhado por quatro fontes (v.18). Vemos ali uma lista de sete árvores seletas que oferece o melhor de si mesmas para a vida (v.19). A exuberância da vegetação, unida à abundancia de água que mana pelos montes e vales, tudo em grande quantidade e qualidade, remetem aos ideais da plenitude humana, os quais, não são possíveis, se não é pela “mão” criadora de Deus.
Então, o homem responde com sua fé que reconhece e agradece a ação criadora de Deus (v.20). Vendo a obra se reconhece seu criador.
Os quatro verbos descrevem o dinamismo desta fé:
- o“ver” a obra de Deus;
- o conhecer” que se deriva da constatação dos fatos;
- o refletir” que implica, finalmente;
- o “aprender” que a salvação de Deus é a maior criação dele. Esta profunda tomada de consciência permite descobrir, valorizar e acolher o “novo” de Deus em todos os momentos da vida.
Esta profecia se realiza em Jesus (Mateus 11,11-15)
Isaías disse “Não temas, verme de Jacó, gente de Israel: eu te ajudo, teu redentor é o Santo de Israel” (v.31). No evangelho que hoje a Igreja serve na liturgia da Palavra, escutamos a Jesus que nos dize “o menor no reino dos céus é maior que ele”. Anuncia-se, aqui, o mistério do novo nascimento, o qual só se faz possível pela graça de Jesus Cristo, e que é impossível somente pelo arrependimento e a consciência da indigência humana. É nele que se realiza a profecia.
A grandeza do Batista
Chama a atenção que Jesus elogie a alguém. Não é algo frequente nos Evangelhos. E não é pouco o que disse: “ninguém maior…”.Mas, a tradução incluída nesta página diz: “não surgiu entre os homens ninguém maior que João o Batista”, mas está mais próximo ao texto original este outro: “entre os nascidos de mulher não se tem levantado ninguém maior que João Batista”.
De fato, a expressão “nascidos de mulher” equivale, materialmente falando, “aos homens, os seres humanos”, porém, tem, também, uma conotação que não devemos perder: “o que pode dar uma mulher a este mundo; o que a carne e o sangue podem dar a esta terra; o que pode lograr o ser humano desde suas próprias forças”.
E o sentido do texto seria: “o máximo que se pode esperar do ser humano, por suas próprias forças, é a imensa honestidade e a carga de verdade que brilha em João Batista”. Isso explica o que segue: “sem dúvida, o menor no Reino é maior que ele”. João é o grande “nascido de mulher, nascido da carne e do sangue”; ao contrário, o que nasce para o Reino, não nasce da carne e do sangue (cf. Jo 1,13).
O Reino de Deus sofre violência
De fato, a própria vida do Batista foi isso: um ato de ruptura, como violento protesto contra toda a mentira do povo e seus dirigentes. Se alguém olha a João e pretende entrar ao Reino de Deus baseando-se só nas palavras e o exemplo de João só pode tirar uma conclusão: “tenho que romper com tudo para ser fiel a Deus”. Esta forma de “violência” é a única possibilidade que fica aberta se olhamos a santidade sem medida deste asceta gigantesco, o Batista, que, sem duvida, teve discípulos.
Esta entrada “violenta” era a única que havia “até agora”. De fato, com a chegada de Cristo há uma nova lógica, uma nova possibilidade de ingresso e posse do Reino, através da fé, da graça, da efusão do Espírito Santo e das obras novas que dai nascem. Bendito seja Deus!
Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:
Há imagens fortes e belas na profecia de hoje que poderiam ajudar-nos no exercício de oração. Por exemplo, a mão que agarra outra mão, que transmite calor e infunde confiança no poder de Deus, nos situa desde já, ante a experiência que João canta na natividade: “os que contemplaram e tocaram nossas mãos acerca da Palavra de Vida” (1 Jo 1,1).
- Que imagens desta profecia são significativas para mim?
- Frente aos obstáculos da vida, como a experiência de Deus descrita pelo profeta Isaías pode me ajudar para dar passos de superação? De que tenho sede?
- Quais são minhas necessidades fundamentais? Como responde Deus a elas?
- Hoje a liturgia da Igreja quer também convidar-nos a contemplar a figura de João Batista, precursor do Messias. Que frase desta profecia está relacionada com sua missão.
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SEXTA-FEIRA
Isaías 48,17-19 – Mateus 11,16-19
PROFECÍA DO ADVENTO
“Eu sou o Senhor teu Deus, eu te ensino o que há de ser-te útil”
Por que será que nos custa tanto manter as relações?
Por que os grupos sociais e, algumas vezes, também, os eclesiais, se dividem com tanta facilidade?
Por que é tão complicado fazer comunidade?
A profecia de hoje indaga sobre estas perguntas e, para isso, se vai à fonte da vida comunitária na Bíblia: o caminhar pelo deserto. O deserto foi a grande escola de Israel. As etapas do longo caminhar foram as lições. O Mestre foi o próprio Deus.
Como bem sintetiza o livro do Deuteronômio, foi uma educação profunda: “Recorda-te de todo o caminho que Yahweh, teu Deus, te fez andar, durante estes quarenta anos, no deserto, para humilhar-te, provar-te e conhecer o que havia em teu coração: se irias, ou não, guardar os seus mandamentos… Dar-te conta, pois, de que Yahweh, teu Deus, te corrigia (=educava) como um pai corrige a seu filho”(8,2.5).
A capacidade, ou não, de viver na terra, para realizar, ali, o projeto de povo que Deus lhes propunha, dependia desta aprendizagem. Quer dizer, que não se pode fazer comunidade, não se pode ter uma autêntica sociedade, se não se faz o caminho educativo. Se não, cedo ou tarde, a mesquinhez, que habita o coração, sairá, e o sonho de um mundo justo e fraterno virá abaixo, de um momento a outro.
O profeta nos apresenta o rosto do Deus pedagogo e o faz falar assim: “Eu te ensino o que há de ser-te útil, te guio pelo caminho que tens que seguir”(48,17). Nesta frase, o caminhar pelo deserto, com todos os seus acontecimentos implicados, é a matéria do ensinamento.
Nós, os leitores desta profecia de hoje, compreendemos que nossa vida inteira é este caminhar pelo deserto e que, do dia a dia, temos que tirar suas lições. A Torá (Lei do Senhor), antes que um acúmulo de prescrições é este caminho histórico guiado pelo Senhor e sustentado pela fé, constante, nele.
Igualmente, este caminho da vida, não pode ser compreendido, senão à luz das Palavras que o Senhor nos prescreve em sua Lei. Quando a vida se une a Deus e se deixa guiar por Ele, as bênçãos se vêm vir.
A profecia assinala três: (1) a paz e a justiça; (2) a descendência; (3) a permanência na presença do Senhor. Às vezes há quem pensa que viver segundo a Palavra não serve para nada, porém ai está uma primeira lista de bênçãos.
Como se estivéssemos orando o Salmo 81,14, “Ah, se meu povo me escutasse, se Israel caminhasse em meus caminhos”, a profecia faz um clamoroso chamado para que ponhamos nossos passos nos caminhos de Deus fazendo de suas opções as nossas. Vale destacar a maneira como o faz: dando, ao filho rebelde, a beleza e o gozo de um novo abraço.
O mesmo tom profético o notamos nas palavras de Jesus (Mateus 11,16-19)
Notemos as palavras de Jesus que compara o auditório rebelde com as crianças malcriados e egoístas que gritam, uns a outros, em suas rodas recreativas nos bairros. Um grupo diz ao outro que dancem, porém, estes não dançam, então pedem que chore, porém, tampouco, estes o fazem (Mt 11,16-19).
Este é o drama que vive Jesus, o Mestre, na educação de seu povo. É verdade que não é fácil aderir ao evangelho e que sempre haverá desculpas para adiar a conversão. Causalmente as pessoas mais difíceis para pregar-lhes, nos que habitualmente há mais resistências, somos nós, os que já estamos (ou deveríamos estar) no caminho.
Se bem que é certo que não podemos sedimentar nossa vida espiritual em nada diferente da Palavra (a Escritura lida desde a vida e a vida relida desde a Palavra), também é certo que a Palavra não é verdadeiramente lida se não a levamos à prática. Não é fácil a conversão, contudo, o Senhor, que sabe de pedagogia, segue chamando.
Um problema de sintonia
Deus se queixa de seu povo. Não há sintonia. Chamou a penitencia por meio de João, e a resposta foi de rejeição; chamou a amizade por meio de Cristo, e de novo a rejeição.
A dureza do homem desconcerta ao próprio homem, se reflete um pouco sobre ela. Comove-nos a palavra de Isaías. Eis aqui um Deus que quase tem que dar explicações a seu povo. “Instruo-te por teu bem”, diz o Senhor, por si alguém não havia entendido.
O problema de novo é de sintonia: o bem que Deus quer não é bem que o povo quer. Ou talvez estes bens coincidam, no fundo, mas a obediência às regras, caminho para o bem, não encontra espaço no coração endurecido do povo.
Não podemos ficar contemplando o espetáculo da desobediência passada. É preciso que hoje creiamos na palavra do profeta: o que Deus nos ordena, é por nosso bem.
A grande mentira do demônio é: “Deus não te ama, não se ocupa de ti”; a grande verdade revelada por Cristo é: “Deus te quer; és importante para Ele”. E desse amor e importância que tens ante Ele, te ordena seus mandamentos.
O amigo de seus inimigos
A crítica contra Jesus, dita por ele mesmo no evangelho de hoje, é no fundo um elogio em sua parte final: “ai têm a um amigo de pecadores”. Frase que nasceu do desprezo e da inveja, e que sem dúvida descreve bem o mistério e o ministério de Jesus: é o amigo dos pecadores, o amigo de seus inimigos.
A lei de Moisés proibia juntar-se com o enfermo de lepra por temor ao contágio. Com uma lógica semelhante querem que se proíba o contato com os pecadores, por medo de contagiar-se. Não descobriram que Jesus não ficará sujo, mas que os limpará. Jesus é o lugar do “bem forte”, o bem que não se suja em contato com o mal, mas que o vence e o limpa. Ele é a luz que vence às trevas.
Se Jesus fosse inimigo de seus inimigos, poderia talvez ganhá-los, mas ao preço de dar uma vitória à inimizade e um novo impulso ao ódio. O amigo dos inimigos é o que perde, a primeira vista, mas ganha a batalha, porque vence não a um humano fraco, mas a um pecado forte. É verdade que não é fácil aderir ao evangelho e que sempre haverá desculpas para adiar a conversão. Causalmente as pessoas mais difíceis para pregar-lhes, nos quais habitualmente há mais resistências, somos nós, os que já estamos (ou deveríamos estar) no caminho.
Se bem que é certo que não podemos alicerçar nossa vida espiritual em nada distinto da Palavra (a Escritura lida desde a vida e a vida relida desde a Palavra), também é certo que a Palavra não é verdadeiramente lida se não a levamos á prática. Não é fácil a conversão, contudo, o Senhor, que de pedagogia sabe, segue chamando.
Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração
- Para que levou Deus povo ao deserto? Como sai o povo do deserto?
- Que acontece quando orientamos nossos projetos de vida segundo o caminho do Senhor?
- De que maneira tiro proveito, para meu crescimento no Senhor, de minhas vivências cotidianas?
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SÁBADO
Lucas 1,39-47:
Maria é sinal do rosto maternal e misericordioso de Deus
“Olhem, a virgem está grávida e dará a luz um filho e lhe porá por nome Emanuel, que significa Deus-conosco”
Uma manhã cedo do ano de 1531, na colina do Tepeyac (México), Maria apareceu a Juan Diego, hoje primeiro santo indígena na historia da Igreja. A ele se manifestou como a Mãe de Deus e a Mãe dos homens necessitados. Logo, ao mesmo tempo em que se derramavam rosas, sua formosa figura ficou impregnada no manto que hoje veneramos como Nossa Senhora de Guadalupe.
Recordemos o diálogo da Virgem Maria com Juan Diego na primeira aparição:
“―Juanito, o menor de meus filhos, a onde vais?
―Senhora e criança minha, tenho que chegar a tua casa, a seguir as coisas divinas que nos dão e ensinam nossos sacerdotes, delegados de Nosso Senhor.
―Sabe e tem entendido, tu e menor de meus filhos, que eu a Sempre Virgem Santa Maria, Mãe do verdadeiro Deus por quem se vive; do Criador em cujas mãos tudo estás, Senhor do Céu e da terra. Desejo vivamente que se levante aqui um templo para mostrar e dar nele todo meu amor, compaixão, auxilio e defesa, pois eu sou vossa piedosa Mãe, a ti, a todos vós juntos, os moradores desta terra e aos demais que me amam, me invocam e confiam em mim. Ali ouvirei seus lamentos e remediarei todas suas misérias, penas e dores. Tu és meu embaixador, muito digno de confiança”.
Assim, Maria se constituiu em sinal que nos fala, continuamente, da obra de Deus nos povos e culturas que habitam o continente americano. Deixando-nos guiar pela Palavra de Deus – particularmente a profecia de Isaías – permitamos que se abra ante nós o mistério.
No evangelho que proclamamos hoje, a maternidade de Maria é felicitada por Isabel: “Bendita tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu seio”(Lc 1,42).O ventre de Maria é reconhecido, por estas palavras inspiradas, como a arca da aliança perfeita na qual o Senhor se faz presente de modo plena e definitivo.
3. Hoje Maria segue sendo o “grande sinal” da fidelidade e ternura de Deus em nosso continente e no mundo
Ao celebrar neste dia, a Maria, como a Mãe e evangelizadora da América, temos presente que neste meio milênio de historia cristã de nosso continente, o Evangelho foi pregado apresentando-a como o modelo perfeito do qual a Palavra nos convida a viver. Como disse o Papa João Paulo II: “Desde as origens ―em sua invocação de Guadalupe― Maria constituiu o grande sinal, do rosto maternal e misericordioso, da proximidade do Pai e de Cristo, com quem ela nos convida a entrar em comunhão” (Igreja en América, 11).
Ao contemplá-la, a Santa Maria da esperança, ressoarão, em nós, palavras de confiança, que nos convidam a não perder o ritmo da espera: “Não temas, nem desmaye teu coração”. Que o rosto mestiço da Virgem Maria, a Virgem do Tepeyac, Santa Maria de Guadalupe, Mãe das Américas, que dá rosto ao evangelho com a cor de tantas raças, nos inspire todos os dias na impregnação e o arraigo do evangelho, para que renasça entre nós a cultura da paz e da vida.
Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:
- Como anda minha fé e esperança, especialmente quando se apresentam as dificuldades da vida?
- Qual o sinal de Deus para os cristãos deste continente? Que ensina este sinal? Que relação tem com a cultura da vida que esperamos neste longo advento de nosso continente?
- Que evoca em mim o rosto terno, amoroso e preocupado por mim, da Mãe de meu Senhor?
Autor: Padre Fidel Oñoro, CJM