Compaixão pelo sofrimento do irmão (EFC)
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(Mt 20,17-28)
Pela terceira vez Jesus anuncia sua Paixão aos discípulos no evangelho de Mateus. Jesus fala abertamente, não oculta nada, descreve aos seus discípulos quase com detalhe quanto deverá padecer antes de ser glorificado. Notemos o “crescendo”: “Entregado, condenado, zombado, açoitado, crucificado e ao terceiro dia ressuscitará” (20,18-19).
Frente ao anuncio de Jesus, os discípulos não parecem estar à altura das circunstancias. Eles vão em via contrária à proposta. Assim se desvela a cegueira e insensatez dos discípulos que não lhes permite sequer vislumbrar o Mistério da glória que o Senhor lhes revela, e longe de entender as palavras de Jesus (Mc 8,32; 9,32;Lc 9,45) reagem adversamente buscando a glória humana e confundindo com esta, a glória do Senhor.Assim como os filhos de Zebedeu, que se apoiam em sua Mãe para pedir os primeiros postos no reino (20,20-24), também os outros discípulos que se sentem indignados por que aqueles se anteciparam e frustraram suas expectativas, uns e outros estão movidos pelo afã de reconhecimento e vangloria.
No diálogo de Jesus com seus discípulos, cheio de equívocos e desentendidos, vemos claramente o dinamismo de duas lógicas opostas:
- O que faz o egoísmo que busca a vangloria e o poder;
- O que faz o Amor, Jesus “que sendo de condição divina, não se apega a sua igualdade com Deus, mas que se despoja, se esvazia de si mesmo, assume a condição de escravo… e se humilha, obedecendo até a morte e morte de cruz” (Fl 2,5-8).
Desta maneira indica o caminho de nossa verdadeira realização humana: o esvaziamento, o caminho da cruz, a pequenez, o serviço. Queira o Senhor que neste tempo quaresmal, possamos deixar-nos tocar o coração pela Palavra do Mestre, e permitir-lhe que encarne em nós seus critérios, sua lógica, suas opções de vida.