ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: A parábola do dinheiro emprestado

Lucas 19,11-28

ENTENDENDO A PARÁBOLA:

A parábola nos situa precisamente neste plano do regresso de um rei, de maneira que descubramos com que atitudes nós devemos recebê-lo.

Por outra parte, a história do homem nobre (19,12), que regressa depois de receber a investidura real (v.15), e pede contas dos negócios que encarregou a seus servidores (vv.13.15-27), parece fazer eco a uma história real bem conhecida nos tempos de Jesus: o rei Arquelão, filho de Herodes o Grande, e único de seus herdeiros no poder, fez uma viagem a Roma no ano 4 aC para que ali o imperador o confirmasse como o herdeiro da dignidade real de seu pai.

Enquanto isso uma delegação judia fez uma viagem paralela para firmar, ante as autoridades imperiais, seu desacordo. Estes pediram ao imperador Augusto que o nomeasse unicamente rei da região da Judéia, com um título de menor categoria: etnarca.

Esta história de intriga política reflete-se nos vv.11-14. Jesus interpreta a oposição de seus adversários, por ocasião de sua chegada a Jerusalém, a partir desta história, fazendo-lhes os respectivos ajustes.

O homem nobre (jesus) viaja para um país distante (casa do Pai) para conseguir o título de rei (sua morte) e volta depois (ressurreição) para o julgamento. O povo mau não aceita o Messias: “Não queremos que esse homem reine sobre nós”. O final da parábola insinua o final trágico dos ingratos. Os empregados que fazem frutificar as cem moedas tomarão parte no governo do Reino. O empregado inútil e medroso, que nada produziu, não terá parte no Reino. Deus procura em nós os frutos, as boas obras, com base nas qualidades que ele mesmo nos concedeu. A sentença conclusiva é um programa para os membros da comunidade crista: “A todo aquele que tem, lhe será dado…” (v. 26) No Reino de Deus, quem “produz” tem dentro de si o tesouro, a pérola; quem não “produz” está vazio por dentro.

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