ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: A perseguição aos cristãos
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Lucas 21,12-19
Os cristãos aprendem esta lição: o tempo que vai entre a primeira vinda de Jesus e o tempo final de sua vinda, em meio dos tempos difíceis da história, é o espaço para viver a Jesus, dando testemunho da opção radical por Ele.
O mesmo termo que o Evangelho aplica à paixão do Senhor se aplica também aos cristãos: “sereis entregues”. Há um “a quem” e um “por quem”:
- A quem: aos tribunais religiosos (sinagogas) e aos tribunais políticos (reis e governadores) (v.13).
- Por quem: pessoas mais próximas e isto é desconcertante (12,51-53), aquelas que não compreenderam sua nova vida (v.16). Ao final se generaliza: “sereis odiados por todos” (v.17).
A frase final “com vossa perseverança salvareis vossas almas” (v.19), nos convida à resistência e nos inculca que quem superar as provas das perseguições e o ódio até o final de sua vida na terra, certamente herdará a vida eterna. Não tem que baixar à guarda ante as dificuldades, mas fazer brilhar a força da fé.
Aprofundemos este evangelho com Jean Tauler (vers 1300-1361), dominicano em Estrasburgo.
“Sereis detestados por causa do meu nome, mas nem um cabelo da vossa cabeça se perderá”
Jesus prometia sempre a paz aos seus discípulos, antes da sua morte e após a sua ressurreição, sempre a paz (Jo 14,27; Lc 24,36). Os discípulos nunca obtiveram esta paz vinda do exterior, mas acolheram a paz na luta e o amor no sofrimento; e na morte encontraram a vida. E encontraram sempre um jubiloso triunfo quando, antes dessa morte, os interrogavam, julgavam, condenavam. Eram verdadeiras testemunhas. Sim, há muitos homens que estão totalmente cheios de mansidão no corpo e na alma, a ponto de estarem penetrados até à medula e até às veias, mas, quando chegam o sofrimento, as trevas, a dispersão interior, já não sabem para onde ir. Param de repente e daí não lhes vem nada. Quando chegarem os terríveis furacões, o deserto interior, a tentação exterior do mundo, da carne ou do Inimigo, aquele que souber passar através disso encontrará a paz profunda que ninguém lhe poderá arrebatar. Mas quem não tomar este caminho fica para trás e nunca saboreará a verdadeira paz. Eis quais são as verdadeiras testemunhas de Cristo.