ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: A veste nupcial
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Mateus 22,1-14
Deus não nos obriga, não nos leva à força a aceitá-lo e a viver segundo seus caminhos, mas que apela a nossa livre decisão. A parábola do banquete nupcial na realidade são duas parábolas: a dos convidados que recusam o convite (22,1-10); e a do homem que entrou sem as vestes de boda (22,11-14). Em ambos os casos se põe de relevo a grande bondade do rei para com seus chamados.
O convite é um sinal de seu amor. A recusa do convite é fechar-lhe as portas a uma vida de comunhão profunda com Deus. Os primeiros convidados se fizeram indignos porque deram prioridade às suas ocupações pessoais, não quiseram ser incomodados em seus projetos nos quais se moviam.
O rei convoca então novos comensais: a porta se abre a todos sem exceção. Porém, também neste caso pode destacar-se a indignidade. Um homem chega à sala do banquete sem as vestes da festa. Na linguagem simbólica bíblica, a veste indica o próprio estado de uma pessoa, como aparece ante Deus (ver, por exemplo: Ap 3,4.5.18).
“A veste de bodas”
Que significa a veste de bodas, ou traje nupcial?
O Apóstolo explica: «O objetivo desta recomendação é o amor que brota de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera» (1Tm 1,5).
É ele o traje nupcial.
Não se trata de um amor qualquer, pois com frequência vemos pessoas que se amam e têm má consciência.
Os que juntos se entregam ao roubo, bruxarias, que atraem o amor dos comediantes, dos cocheiros e gladiadores, que em geral amam-se entre si, mas não com o amor que nasce dum coração puro, duma boa consciência e duma fé sincera: ora, é nisto que consiste o traje nupcial.
Revesti-vos, pois, do traje nupcial, vós, que ainda não tendes.
Já entrastes na sala do banquete, ides aproximar-vos da mesa do Senhor, mas não tendes, ainda, em honra do esposo, o traje nupcial: procurais ainda os próprios interesses e não os de Jesus Cristo.
O traje nupcial veste-se para honrar a união nupcial, isto é, entre o Esposo e a Esposa.
Sabeis quem é o esposo: Jesus Cristo; sabeis quem é a Esposa: a Igreja.
Honrai a desposada; honrai também quem a toma por esposa.
(Santo Agostinho (354-430), bispo e doutor da Igreja)