ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: Instruções de Jesus para os missionários.

Celebramos hoje a festa dos santos Tito e Timóteo. Baseados no texto do evangelho de hoje, vamos por de relevo a serie dos sete imperativos de um missionário (na realidade seriam dez se consideramos os três que aparecem nos versículos 10-12, que não lemos hoje).

Assim o entenderemos um pouco mais e nos entenderemos também a nós mesmos. Vejamos:

  • “Rogai!” (10,2): O missionário é ante tudo um orante. Como acontece em At 13,1-3, a missão parte de uma comunidade que ora e nesse ambiente é revestida do Espírito para enviar os que dentre eles o Senhor designe.  Por outra parte, os 72 tomam consciência de que ainda eles sendo aparentemente muitos, na realidade são insuficientes: “os operários são poucos”.
  • “Olhai! (10,3): O missionário é consciente de que se aventura em um mundo de múltiplos perigos, sua vida estará sempre ameaçada: “como cordeiros em meio de lobos”.  Não vai com nenhuma autoridade externa que submeta aos demais, ele é fraco e indefenso, um homem de paz.
  • “Não leveis” (10,4ª): O missionário viaja desprendido de tudo. Há três implementos necessários para uma viagem, dos quais ele se desapega: a bolsa para a prata; o alforje para a merenda e muda de roupa; e as sandálias para caminhadas longas em terreno pedregoso. Isto não quer dizer que fique “no ar”. Sua segurança está em sua fé em Deus que não o abandona e provê suas necessidades como seu Pai que é.  Isto é tão real que quando Jesus lhes pergunta “Quando vos enviei sem bolsa, sem alforje e sem sandálias, vos faltou algo?” Eles responderam: “Nada” (Lc 22,35). A frase “Não saudeis… no caminho” (10,4b), indica que o missionário vai desprendido de todos, nada, nem ninguém, o distrai. Tudo para responder à urgência da missão.
  • “Dizei!” (10,5): A proclamação do evangelho começa pela saudação da paz: “Shalom leká” (ver Jc 6,23; Lc 24,36). Não se trata de um formalismo vazio, mas de um dom que se pode receber ou rejeitar.  Este dom que sabem acolher os “filhos de paz” está associado com a vinda da salvação. Esta paz é o dom pascal de Cristo (Lc 24,36; ver também 2,14.29; 19,42; At 10,36). Um dom o recebe só quem está aberto a ele.
  • “Permanecei!” (10,7): O missionário não anda buscando comodidades, por isso se lhe recomenda não ir de casa em casa, mas “permanecer” (10,7) e ali “comer o que lhe ponham” (10,8b). “Permanecer” é entrar a fundo na realidade e no tecido relacional desse lar que evangeliza para fazer irromper, a partir de dentro, o Reino (como Jesus com os discípulos de Emáus: “Permanece conosco!… e permaneceu com eles”, Lc 24,29; ou como Paulo na casa de Lidia, At 16,15).        O missionário deve saber aceitar a hospitalidade. Para ele é um sinal do amor de Deus que provê por ele. Não só deve saber dar, também deve saber receber.
  • “Curai!” (10,9ª): O missionário se expressa primeiro com fatos e logo com palavras que ajudam a compreender o acontecido. No evangelho de Lucas temos vindo lendo um bom número de curas que fez visível o Reino de Deus (ver 11,20). A chegada do Messias pôde ser reconhecida por isso. Jesus coloca agora esta tarefa nas mãos de seus missionários.
  • “Proclamai!” (10,9b): Assim como o Jesus viajante proclama por todas as partes a “Boa nova do Reino de Deus” (4,43), o missionário é um proclamador da irrupção definitiva de Deus na historia e dá testemunho disso. A ação silenciosa das obras precisa da Palavra. Tenhamos presente que “o Evangelho é o dom maior que dispomos os cristãos. Por isso devemos compartilhá-lo com todos os homens e mulheres que estão em busca de razões para viver” (Da CEI).

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