ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: Não julgar e nem condenar, mas ser misericordioso
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- “Não julguem e não serão julgados”: Julgar é colocar-se no lugar de Deus; considerar-se a si mesmo como a medida de tudo; meu juízo contra o irmão é mais grave que seu próprio pecado, porque é negar ao Pai em sua misericórdia.
- “Não condenem e não serão condenados”: Enquanto o juízo é um ato interno, condenar é expressar externamente o juízo. O Pai, em lugar de condenar-nos, se compadece, nos perdoa e confia tão profundamente em nós que nos entrega a administração de sua misericórdia. Ele sempre atua através de mediações: sua compaixão e sua misericórdia passam através de mim ou não passam. Cada um de nós é como uma chave de água, temos o poder de abrir ou de fechar a fonte inesgotável do amor misericordioso que a todos tem sido dado em Cristo Jesus.
- “Deem e lhes será dado”: Jesus não indica o que é que temos que dar, simplesmente diz “deem”, como para enfatizar essa atitude de doação, que deve caracterizar nosso discipulado; viver para os outros, sem reter nada de si, nada para si, como Jesus, que se autodoou, sempre mais, até a morte. Na medida em que nos doamos aos outros, também recebemos da parte de Deus, que nos dará seu amor e o imenso dom de ser como Ele, configurando-nos com seu Filho.
- “Porque com a medida com que medirem serão medidos”: Deus renuncia a medir-nos e julgar-nos, deixando que sejamos nós mesmos que nos demos a medida e nos julguemos, segundo o amor e a misericórdia que oferecemos aos outros. Meu juízo final e minha salvação corresponderão à misericórdia que ofereço hoje ao outro. Ao acolher a misericórdia que o Pai, em Jesus, tem para com cada um de nós, vamos transformando-nos, pouco a pouco, na expressão viva desta inesgotável compaixão de Deus.