ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: O poder da oração pelos filhos.
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Mateus 10,7-15
A autoridade do missionário:
Uma vez alguém me pediu pra que rezasse pelo seu filho. “Eu rezo por você”, respondi. “Saiba que ninguém nesse mundo tem maior autoridade sobre a enfermidade do seu filho do que você. Ela foi dada quando lhe fez mãe. Peço a Deus que lhe dê consciência desta autoridade”.
“Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios”.(v8)
Sobre este envio missionário vamos refletir:
Ao dar as instruções aos discípulos para o exercício da missão, Jesus coloca em suas mãos um verdadeiro “manual” que devem ter sempre presente. Mateus anota solenemente: “A estes doze enviou Jesus, após dar estas instruções” (v.5a). Visto que o autor da missão, em última instância, é Jesus mesmo, tudo se realiza segundo suas indicações.
O manual da missão começa com a descrição da tarefa que compete ao apóstolo de Jesus:
- Seu marco geográfico-espiritual: as “ovelhas perdidas da casa de Israel” (v.6). O espaço é bem claro: “não tomeis o caminho dos gentios, nem entreis na cidade dos samaritanos” (v.5b). Esta abertura só se dará após a morte e ressurreição de Jesus, no envio universal: “Ide, pois, fazei discípulos a todas as gentes” (28,19). Por ora, a missão, só em casa.
- Seu conteúdo: a proclamação da proximidade do Reino na pessoa de Jesus (v.7). O anúncio da proximidade do Reino, com poucas palavras e muitos sinais transformadores, não é outro que o da vinda de Jesus que, com seu poder tocando o homem no fundo de sua miséria, faz presente a vontade misericordiosa de Deus que cura, perdoa e traz a paz.
O que o apóstolo tem que dizer é pouco, ao contrário, as ações é que são grandes. Ele deve converter cada dia de suas vidas em uma página viva do Evangelho: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expulsai demônios” (v.8a). Os profundos conteúdos do Reino se refletem, então, no novo estilo de vida de quem os anuncia. Vejamos cinco traços distintivos deste novo estilo de vida que distingue o missionário:
- Seu coração (v.8a)
Sua ternura ativa com os enfermos, os pobres, os leprosos, os endemoninhados. Todos os milagres enumerados por Jesus supõem uma apropriação do Evangelho, impregnando-se da compaixão de Jesus com os sofredores da terra.
- Viver com o estritamente essencial (vv.9-10):
Ao compartilhar a pobreza de Jesus fica claro que o que conta, do início ao fim, não são os recursos materiais para a missão, mas a pessoa, ela mesma, primeiro. Mostra-se sóbrio em seu vestir, em sua alimentação e em seus recursos econômicos. Tudo isso como expressão da opção prioritária pelo Reino. Contudo, “tem direito a seu alimento” (v.10b). Precisavam de comunidades que os acolhessem e mantivessem em sua missão itinerante. (Provavelmente, havia comunidades que não queriam colaborar na manutenção dos missionários e, por isso, se recorda este dever fraterno).
- Suas relações interpessoais (v.11)
Sabe iniciar a missão no complexo mundo urbano (informa-se, saúda, é cortês, é constante;). Além de começar é capaz também de fechar bem os processos (“até que saiais”; 10,11b).
- Sua disponibilidade (v.12)
Por realizar bem a tarefa e sem nenhuma motivação que não o serviço generoso. Assim como o despojamento externo, o despojamento pessoal é o indicador mais evidente de uma vida que se dá em oblação de si mesma: a gratuidade do dom (10,8b). Este é o modo concreto de ir até a raiz do mal como Jesus fez. Por isso é muito significativo que não se peça nada em troca e se esteja disposto a tudo que se possa exigir.
- Capacidade de superar oposição e rejeição (vv.13-14)
O fracasso não o deprime nem as reações agressivas dos destinatários lhe roubam a paz. A missão está exposta a inconvenientes, alguns leves e outros maiores. Ele agirá com maturidade, à altura das circunstâncias, ao estilo do Mestre.
A tarefa está orientada e os requisitos para realizá-la bem já foram expostos. Com estas orientações se formará o novo povo de Deus que faz a experiência profunda do Reino. A Palavra de Jesus tem vigor para formar no mundo de hoje excelentes missionários que a façam possível.
Releiamos, agora, o texto, devagar, sublinhando os verbos em imperativo, distinguindo o que está em positivo e em negativo. E poderíamos, inclusive, comparar com o Evangelho do domingo passado. Logo confrontemos os ensinamentos com o estilo de vida que estamos levando e deixemos que a Palavra inspire em nós decisões concretas a favor de nosso crescimento pessoal.
veja também o que falou o papa Francisco sobre esse evangelho: