ESTUDO BÍBLICO NA 6ª SEMANA COMUM ANO 2020

ESTUDO BÍBLICO NA 6ª SEMANA COMUM ANO 2020

Comunidade Católica Paz e Bem

BAIXAR EM PDF ESTUDO BÍBLICO NA 6ª SEMANA COMUM ANO 2020

 

SEGUNDA-FEIRA

Marcos 8,11-13

Em busca de sinais.

“Pediram-lhe um sinal do céu, com o fim de pôr-lhe à prova.”

 

Três versículos e um grande ensinamento

 

Novamente aparecem em cena os fariseus e desta vez, como é freqüente neles, em atitude polêmica diante de Jesus. Eles não pretendiam aclarar suas idéias nem muito menos iniciar um diálogo com Jesus. Sua intenção clara era armar uma armadilha de qualquer forma, e disto Jesus se dá conta.

 

Desta vez a armadilha não se relacionava com pagamentos de tributos a César, nem com questões de jejum ou observância de normas e leis judias.

 

A armadilha era nada menos que pressioná-lo a realizar um sinal extraordinário, algo que para eles viesse diretamente do céu. Não lhes bastavam os sinais recentes realizados por Ele: as duas curas nem a multiplicação dos pães. Queriam ainda mais.

 

Desta vez o evangelho nos descreve a fundo o que sentiu Jesus nesse momento. Uma dor profunda, como nos diz o texto: “Dando um profundo gemido do íntimo de seu ser” (v.12). Como quem diz: “Isto chegou até a alma de Jesus”.

 

Jesus não se detém em longas explicações. Simplesmente afirma que não se lhes será dado nenhum sinal, não porque não possa dar esse sinal, mas porque eles não estão preparados para recebê-lo.

 

Aqui termina o relato e diz que Jesus os deixou e se foi à margem oposta, quase como para dizer-nos que para crer nele é necessário fazer exatamente todo o contrário do que faziam os fariseus. Não só não pedir sinais, mas saber penetrar nos inumeráveis sinais que no dia-a-dia Deus mesmo nos dá.

 

Aprofundando:

 

  1. Santo [Padre] Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho

 

“Porque é que esta geração pede um sinal?”: Acreditar mesmo na obscuridade

 

O Espírito Santo diz-nos: Não deixeis o vosso espírito sucumbir à tentação e à tristeza porque a alegria do coração é a vida da alma. A tristeza não serve para nada e cria a morte espiritual. Acontece por vezes que as trevas da prova oprimem o céu da vossa alma; mas elas são luz! É graças a elas que vós credes na obscuridade; o espírito sente-se perdido, receoso por já não ver, por já nada compreender.

Mas é nesse momento que o Senhor fala e se torna presente à alma; e esta escuta, compreende e ama no temor de Deus. Para “ver” Deus, não espereis, pois, pelo Tabor (Mt 17,1) quando já o contempláveis no Sinai (Ex 24,18). Progredi na alegria de um coração sincero e de grande abertura. E se vos é impossível conservar esta alegria, pelo menos não perdeis a coragem e conservai toda a vossa confiança em Deus.

 

  1. Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja

 

“Porque é que esta geração pede um sinal?”

 

Vês então duas coisas: de um lado, obras divinas; de outro lado, um homem. Se só Deus pode realizar obras divinas, então presta bem atenção e vê se Deus não estará escondido naquele homem. Sim, está bem atento ao que vês e crê no que não vês. Aquele que te chamou a acreditar, não te abandonou a ti mesmo; mesmo quando te pede que creias no que não podes ver, não te deixou sem nada para ver,não te deixou privado de alguma coisa que te possa levar a crer naquilo que não vês. Será que, para ti, a própria criação é um sinal pobre, uma manifestação frágil do seu Criador? Repara que ele vem e faz milagres. Não podias ver Deus, mas podias ver um homem; então Deus fez-se homem, para unificar em ti o que vês e o que crês.

 

Para cultivar a semente da Palavra na vida:

 

  • Qual foi a motivação pela qual os fariseus pediram a Jesus um sinal?

 

  • Que sinais pedimos hoje a Deus?

 

  • Que tenho pedido ultimamente a Deus?

Ele me concedeu? Qual tem sido minha reação?

 

 

 

 

TERÇA-FEIRA

Marcos 8,14-21

guardar-se da falsIdadE.

“Guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes”

 

Jesus vai com seus discípulos mar adentro. Ele levava no coração o recente sucesso com os fariseus e, espontaneamente, lhes faz uma admoestação: «Abri os olhos e guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes» (v.15).

 

Como vemos, os discípulos estavam em outra. Estavam mais preocupados era com o fato de que só tinham um pão para comer. As palavras de Jesus então caíram no vazio e Ele mesmo o notou.

 

Jesus parece não compreender a atitude dos discípulos e assim os dá a entender. Há bem pouco tempo, Jesus havia saciado uma grande multidão só com uns poucos pães! Por que, então, se preocupavam tanto pelo alimento?

 

Jesus repreende esta dificuldade deles para entender, censura seu fechamento. Pergunta-lhes por que, mesmo tendo todo o necessário para crer e compreender, não o fazem: Tendo olhos não vês e tendo ouvidos não ouvis? (v.18).

 

Refresca-lhes, além do mais, a memória, perguntando-lhes sobre a multiplicação dos pães, não tanto para recordar-lhes o passado, mas para que compreendam e penetrem, através dos sinais milagrosos de Jesus, sua realidade divina.

 

É interessante notar que Jesus não lhes pergunta quanta gente se alimentou, mas quanto sobrou. A ação de Deus sempre nos dá elementos de sobra para crer incondicionalmente n’Ele.

 

Quase poderíamos estabelecer um paralelo entre o evangelho de ontem e o de hoje. Tanto os fariseus como os discípulos tinham sua mente distante do que pretendia Jesus. Não acabavam de crer nele. Os fariseus pedem abertamente um sinal que não lhes será dado.

 

Os discípulos, ainda que não peçam um sinal, lhes preocupa muito o material: ‘têm só um pão’ e o ensinamento de Jesus para uns e outros fica em um segundo plano.

 

É por isso que Jesus lança a seus discípulos essa última pergunta: “E, todavia não credes?”

 

Aprofundando

 

Santo Hilário (cerca de 315-367), bispo de Poitiers e doutor da Igreja 

Tratado sobre a Trindade

 

“Não compreendeis ainda? Tendes os vossos corações cegos?”

 

Pai, Deus todo-poderoso, é a ti que devo consagrar a principal ocupação da minha vida. Que todas as minhas palavras e pensamentos se ocupem de ti.

Porque somos pobres, pedimos aquilo que nos falta; faremos um esforço desmedido para entender as palavras dos teus profetas e dos teus apóstolos, bateremos a todas as portas que nos dêem acesso a uma compreensão que nos está vedada.

Mas é a ti que cabe atender nosso pedido, conceder o que procuramos, abrir a porta fechada.

De fato, vivemos numa espécie de torpor devido nosso adormecimento natural; estamos impedidos de compreender teus mistérios por uma ignorância invencível devida à fraqueza do nosso espírito.

Mas o zelo pelos teus ensinamentos fortalece a nossa percepção da ciência divina e a obediência da fé nos ergue acima da nossa capacidade natural para conhecer.

Esperamos, assim, que tu estimules os começos desta difícil empresa, que a fortaleças com um sucesso crescente, que a chames a partilhar o espírito dos profetas e dos apóstolos.

Quereríamos compreender as suas palavras no sentido com que eles as pronunciaram e empregar os termos exatos para transmitir fielmente as realidades que eles exprimiram.

Concede-nos o sentido exato das palavras, a luz da inteligência, a elevação da linguagem, a ortodoxia da fé; aquilo em que acreditamos, concede-nos que também o afirmemos.

 

 

Para cultivar a semente da Palavra na vida:

 

  • Por que os discípulos de Jesus não entenderam a mensagem que lhes queria dar?

 

  • Que preocupações podem dificultar-nos compreender e penetrar na mensagem de Jesus?

 

  • Que estratégias podemos empregar para compreender e penetrar melhor na mensagem de Jesus?

 

 

 

QUARTA-FEIRA

Marcos 8,22-26

Comentário ao Evangelho do dia feito por : Homilia atribuída a São Fulgêncio de Ruspe

 

 

«Jesus impôs as mãos sobre os olhos do cego»

 

O espelho projecta; o espelho apaga. Com efeito, Aquele que, «vindo ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1, 9) é o verdadeiro espelho do Pai. Cristo passa enquanto imagem do Pai (Heb 1, 3) e afasta a cegueira dos olhos dos que não vêem. Este Cristo que veio do céu passa, a fim de que todo o homem O veja, de acordo com a palavra profética do velho Simeão, que recebeu o Verbo recém-nascido nos seus braços e O contemplou com alegria, dizendo: «Agora, Senhor, podes deixar ir o teu servo partir em paz, segundo a Tua palavra porque os meus olhos viram a Salvação» (Lc 2, 29-30).

 

Só, o cego não podia ver Cristo, espelho do Pai. Qual era então a fidelidade d’Aquele que os profetas tinham anunciado: «Então se abrirão os olhos do cego e se desimpedirão os ouvidos do surdo, o coxo saltará como um veado e a língua do mudo dará gritos de alegria»? (Is 35, 5-6) Cristo abriu os olhos ao cego, que viu em Cristo o espelho do Pai. Maravilhoso remédio contra a natureza! […]

 

O primeiro homem foi criado luminoso, tornando-se cego quando se abandonou à serpente: este cego tornou a nascer quando voltou a acreditar. Porque o seu corpo era fraco, mas a sua natureza também estava corrompida. Necessitava duplamente da Luz. […] O artífice, o seu Criador, passou e reflectiu no espelho esta imagem do homem caído, vendo a miséria do cego. Milagre do poder de Deus, que cura quem encontra e ilumina quem visita.

Algumas pistas sobre a leitura de hoje

  • Jesus durante a Sua vida publica foi curando vários cegos. Talvez nos quisesse chamar a atenção para as nossas próprias cegueiras. Com que olhos vejo a realidade que me cerca?
  • A relação com Jesus obriga a tempo e perseverança. Não obedece aos ritmos da vida de hoje. Não acontece tudo à primeira.
  • Deixar-se curar por Jesus é ver o Mundo com outros olhos. É tudo o que nos rodeia e que nos acontece ganhar sentido, ganhar cor, ganhar forma. Uma proposta de vida feita a cada um de nós.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

QUINTA-FEIRA

Marcos 8,27-33: Saber assumir a cruz de Jesus. “Seus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens 
Até agora, Jesus havia implantado sua ação dentro e fora da Galiléia de uma maneira muito variada: pregação, cura, outros tipos de milagres, discussões com escribas e fariseus. Sua figura já era bem conhecida.

Hoje, parece que Jesus está interessado em saber o que é dito sobre Ele. Ele caminha com seus discípulos para Cesaréia de Filipe e de repente faz uma pergunta a eles: “Quem dizem os homens que eu sou?” (27) Não é capturado como uma simples curiosidade. Não! Ele sabe que seus discípulos estão mais em contato com as pessoas e conhecem suas reações e opiniões.

 

O evangelho enfatiza o fato de que há vários que respondem à pergunta de Jesus. É fácil repetir a opinião dos outros quando isso não afeta a vida de alguém. Eles repetem o que ouviram. Para o povo, Jesus não vai além de ser um “grande profeta” comparável a João, que foi dito ter ressuscitado (6.14) ou a Elias, de quem já em sua profecia Malaquias havia assegurado seu retorno (Mal 3.23) . Aqueles que não o identificaram com nenhum deles alegaram que ele era um novo profeta.

 

Jesus não fica lá. É necessário saber o que seus íntimos pensam dele e é por isso que ele lança uma nova pergunta à queima-roupa: “E você, quem você diz que eu sou? (29), como quem diz: Espero de você uma resposta diferente, considerando tudo o que vivemos juntos.

 

O texto nos diz que neste momento todos estavam calados e Pedro, como se estivesse levando o porta-voz do grupo, respondeu imediatamente: “Você é o Cristo” (29) Não sabíamos qual era a expressão do rosto de Jesus, mas é fácil supor que uma admiração satisfeito por ter sido desenhado em seu rosto. A resposta expressou um caminho de entendimento da pessoa de Jesus e um pouco mais de profundidade do que aquilo que as pessoas pensavam.

 

Mais uma vez, Jesus cobre sua própria identidade com um véu de silêncio: “E ele ordenou fortemente que ninguém falasse sobre ele” (30).

 

Jesus viu que o terreno já estava preparado para falar com mais clareza e, em um verso apertado (31), ele anunciou o que deveria acontecer a Ele, como a Cristo. A imagem estava completa. Ele não apenas ficou com o quanto deve sofrer, mas também contou a eles sobre sua ressurreição. Infelizmente, os discípulos, e especialmente Pedro, não estavam preparados para uma chuva dessas e a reação foi rápida.

 

De qualquer forma, Pedro queria ser discreto e deixar Jesus de lado “ele começou a repreendê-lo” .   Não lhe cabia que Jesus pudesse acontecer tudo isso, como Mateus 16,22 explica.

 

Jesus com uma reação, traz aquele pequeno diálogo de anonimato. O texto diz que Ele se virou e olhou para seus discípulos como se lhes dissesse: Como você gosta do que Pedro está me dizendo?

 

Os papéis estão   invertidos e agora é Jesus quem repreende Pedro “Afaste-se de meu Satanás. Você não vê as coisas como Deus as vê, mas como os homens as vêem ” (33).

Esse é o Pedro que sempre conhecemos, um homem de contrastes marcantes. Um homem que nos lembra nossa própria condição, nossa fragilidade. Esse foi precisamente o homem que Jesus escolheu para guiar sua Igreja.

 

 

Para crescer a semente de palavra na vida:

  1. Qual é a diferença fundamental entre o que o povo de Jesus disse e o que os discípulos disseram por Pedro?
  2. Qual é a minha opinião sobre Jesus?
  3. Com que frequência me aproximo da leitura palavra de Deus para saber mais sobre Jesus, seu trabalho e seu relacionamento comigo?

 

 

SEXTA-FEIRA

Marcos 8,34-9,1: 

Como seguir Jesus. “Se alguém quiser vir atrás de mim, negue-se, pegue sua cruz e siga-me”

 

 

Parece que Jesus estava demonstrando a atitude recente de Pedro, que não havia entendido profundamente os desígnios e a vontade de Deus. Era necessário esclarecer e não apenas fazê-lo com o grupo de seus discípulos, mas com o povo.

 

Jesus começa com uma daquelas frases que parecem um imperativo essencial: “Se alguém quer me seguir, negue a si mesmo, pegue sua cruz e siga-me” (34). Jesus já havia nos dito que havia optado pelo caminho estreito da cruz e foi isso que escandalizou Pedro. Era muito lógico para seus seguidores propor esse mesmo caminho.

 

Dentro da frase dita por Jesus, capturamos dois movimentos que têm dois verbos como núcleo: um condicional: “se alguém quiser” e o outro imperativo: “negue, aceite, siga-me”.

 

Desde o início, Jesus deixa bem claro que o convite não é para todos, mas para quem “quer” , ainda mais, nem mesmo é expresso no plural: “se houver” .

 

Praticamente os imperativos que se tornam condições são dois:

“Negue a si mesmo”, “tome a sua cruz”. De maneira geral, essa era a mesma vida de Jesus. O que mais é a encarnação senão negar a si mesmo ? E o que mais é paixão senão um cruzamento ? Essas duas atitudes não fazem sentido se não viverem dentro da dinâmica de seguir a Jesus. A vida não é fácil e muitas vezes temos que negar a nós mesmos e não raramente tomar a cruz. É bom nos perguntar se fazemos isso apenas para poder sobreviver ou porque estamos realmente tentando seguir a Jesus.

 

Então Jesus dá mais elementos para entender o que foi dito acima. Querer “salvar a vida” e querer “vencer o mundo” é o mesmo que não negar a si mesmo. Em vez disso, perder a vida por Jesus e seu evangelho corresponde a negar a si mesmo.

 

Parece um jogo de palavras, mas, no final, não é senão a maneira como Jesus, no texto anterior, define sua missão e que ele aponta para nós hoje. “O Filho do homem deve sofrer muito, ser repreendido pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e ressuscitar três dias depois” (31)

 

 

Para crescer a semente de palavra na vida:

  1. Quais são as duas condições necessárias para seguir Jesus de acordo com o evangelho de hoje?
  2. Jesus nos convida a negar a nós mesmos e tomar a cruz. Como eu vivi isso?
  3. Como aceito as inevitáveis ​​cruzes que a vida cotidiana traz?

 

PEDIMOS ORAÇÕES PELO NOSSO RETIRO DE CARNAVAL 2020 QUE ACONTECERÁ NA PARÓQUIA DE MULUNGÚ!

 

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