Mãos à Obra

MÃOS À OBRA !

Foi esta a resposta do Senhor quando orava, no auge de minhas incertezas, pela fundação de uma Comunidade. Vinha meditando já a muito tempo e relembrando toda a trajetória percorrida até aquele dia 01 de novembro de 1996. No coração já estava impresso a marca indelével e intransponível da missão preparada para mim e todos os demais enviados por Ele. A palavra de Ag 2, 3c-10 era a intervenção concreta do Pai para um filho medroso e inseguro, ela (a Palavra) não veio apenas como confirmação mas como consolação:

“Coragem, Josué . Mãos à Obra! Eu estou convosco” (v. 4). Ao ler esta frase fiquei emocionado  e vi direitinho o meu Deus falando isto apontando em minha direção, olhando nos meus olhos. Agora já não tenho dúvida, dizia, Deus quer esta nova Comunidade.

Quanto a toda experiência maravilhosa vivida no passado e tudo o que deixaria pra trás Ele diz: “O esplendor desta casa, sobrepujará o da primeira” (v. 9). É o Senhor afirmando que esta nova obra ultrapassará em graça, missão, conversões e até mesmo em amor, o da primeira. Então comecei a correr feito criança, descalço pelo “caminho santo”, pulando e louvando a Jesus como nunca antes, e foi grande a alegria.

Os desafios vieram e junto com eles, a convicção de estar no plano de Deus. Foi aí que alguém, que desde 1992, andava dando seus palpites e empurrões, resolveu aparecer de vez: é o nosso Pequeno Pai Seráfico, Francisco de Assis. Encontrei nele a figura de um anjo insistente e ansioso. Realmente ele era desconhecido para  mim, mesmo quando coordenava um grupo (JUPAF – Jovens Unidos Por Amor à Francisco, em 1992) ligado a Ordem Terceira. Este grupo mudou de nome e de missão e eu não tive nenhum contato próximo com Francisco, isso porque é de praxe ele se esconder, porém continuou intercedendo e intervindo, tanto que para explicar o nome da Comunidade Paz e Bem, como foi colocado ou até mesmo escolhido, só há uma explicação: Francisco de Assis. Só pode ter sido ele, e como o Senhor Jesus o ama muito, aceitou sua imposição, ou melhor, “sugestão” e assim se fez. Estava tudo indo muito bem, a custa de muito sacrifício é claro, contava com alegria os frutos dados pelo Senhor, que para mim eram suficientes, porém o próprio Senhor não pensa assim e continuava inquietando o meu coração, até que  no Fórum Arquidiocesano de Leigos um vídeo sobre os movimentos da Igreja reunidos com o Papa João Paulo II no Congresso Mundial dos movimentos eclesiais, na festa de Pentecostes de 1998, me deixou paralisado, meus olhos não se mexiam, lágrimas inexplicavelmente, caiam. Senti que o Senhor queria falar comigo…

Uma semana depois ao cumprimentar um celebrante da festa da padroeira, ele me questiona: “Já são quantos os consagrados de Vida na sua comunidade?”; uma pergunta que era uma afirmação. Hoje este padre é nosso diretor espiritual e chama-se Pe. Oliveira.

Fiquei um pouco envergonhado porque, não foi por merecimento, mas por pura surdez minha, que o meu Amado teve que enviar um sacerdote para anunciar seu desejo. Este apelo de Jesus fez eco no teu coração também, é por isso que estamos aceitando um novo desafio de nos consagrarmos a Ele através da Comunidade de Vida e Comunidade de Aliança Paz e Bem. É desígnio, é plano de Deus, fugir dele, ou simplesmente ignorá-lo é frustrar todo um projeto tão amorosamente arquitetado pelo Pai para nós. Os fariseus e os doutores da lei frustraram o plano de Deus para a vida deles (Lc 7, 30), então foram beneficiados os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos (Lc 14, 21). Entreguemos nossas vidas ao nosso Senhor Jesus Cristo confiando não em nossa fidelidade mas sim, em sua misericórdia, afinal nós somos estes pobres, aleijados, cegos e coxos.

  Gerardo Magela Rebouças Maia        Fundador da Comunidade Paz e Bem

 

 

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