O Louvor de Jesus (EFC)

Mateus 11,25-27:

Uma reveladora oração de Jesus

“Ocultaste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequenos”

A primeira palavra do Evangelho de hoje é uma oração de louvor que leva o selo da experiência particular de Jesus. Esta oração vai dirigida ao “Pai”, que é “Senhor do céu e da terra” (11,25).

Novamente Jesus quer mostrar-nos a estreita vinculação que existe entre o Pai e Ele, junto com a possibilidade que nos dá de ascender, de nos elevar, a este mesmo estado.

Os seguidores de Jesus são pessoas que conhecem muito bem sua missão e o horizonte que possuem ao conhecer Jesus: onde está à origem e qual é a meta de sua existência.

Na raiz do discipulado está à relação do Pai e do Filho como realidade fundante da qual brota todo o conhecimento de Deus que se recebe e como paradigma do verdadeiro sentido do chamado recebido: participar desta comunhão.

Como deixa entender, Jesus, a boa comunicação com Deus e a constante relação com Ele, nos permite conhecer os mistérios e as verdades que estão no interior de nossa vocação e de nossa missão cristã.

Os “sábios e entendidos” são, no contexto deste Evangelho, os mestres da lei e os fariseus, que conhecem a Lei de Moisés, porém, rejeitam Jesus porque lhes parece insignificante. Rejeitam-no, não porque não compreendam suas palavras a nível intelectual, mas porque, captando bem o que tem ensinado, se negam, categoricamente, a aceitá-lo.

Eles não estão abertos à nova proposta de salvação e vida que provém do Reino, cuja irrupção definitiva anuncia Jesus. Ainda que, sendo grandes teólogos, eles preferem seguir atados à sua norma, a um sistema de vida rígido que os impede de ler os sinais vivos da presença de Deus em Jesus de Nazaré.

Ao contrário, os “pequenos” são os que, com simplicidade de coração, têm aberto, de par em par, as portas de seu coração, para receber a revelação de Jesus e a acolhido efetivamente.

Os “pequenos” são os que, não importa sua condição social, têm uma atitude diferente, que parte do reconhecimento de que “não sabem tudo” e, portanto, desejam, vivamente, aprender e viver mais ao lado do Mestre.

Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (11,27). Esta revelação que o Filho faz do Pai é a que o Pai tem manifestado aos simples: que todos nos façamos um com Ele e para Ele.

Aprofundemos com os nossos pais na fé

«Vinde a Mim todos os que estais fatigados»

Percorríamos o itinerário desta vida na ignorância e na incerteza.

Nossa viagem pelo mundo tinha nos sobrecarregado com considerável fardo de negligência pecadora…

De repente, avistamos do lado do Oriente uma inesperada fonte de água viva.

Enquanto nos apressávamos para ela, a voz de Deus fez-se ouvir gritando a nós: “Vós, que tendes sede, vinde às águas!” (Is 51,1).

Vendo que nos aproximávamos carregados de pesadas bagagens disse: “Vinde a Mim todos vós que estais fatigados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei”.

Então nós, ao ouvirmos essa voz cheia de bondade, lançamos por terra nossas bagagens.

Atormentados pela sede, estendemo-nos no solo a fim de beber avidamente da fonte; e tendo bebido longamente, levantámo-nos restabelecidos.

Após termo-nos erguido, permanecemos ali, absolutamente estupefatos, no excesso da nossa alegria.

Olhávamos o jugo que tínhamos carregado penosamente ao longo do caminho, e as bagagens que nos haviam fatigado até à morte com seu peso…

Enquanto estávamos absortos em nossas considerações, ouvimos de novo a voz que saia da fonte que nos restituíra à vida: “Tomai sobre vós meu jugo e entrai para minha escola, pois sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas. Pois meu jugo é suave e minha carga leve”.

E nós, a estas palavras, dissemos uns aos outros: “Não voltemos atrás depois de termos reencontrado a vida, graças a tal fonte…

Não retomemos a bagagem dos nossos.”

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