São Gerado Majella (#ep10)
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Gerardo Majella ou Maiella nasceu na cidade de Muro Lucano, sul da Itália, em 23 de abril de 1726. Era filho de Benedetta. Seu pai era alfaiate. Este faleceu quando Gerardo estava com apenas 14 anos. Por causa disso, sua família começou a passar por dificuldades extremas, caindo na pobreza. Para ajudar a família, ele começou a trabalhar numa alfaiataria. Porém, não era bem tratado pelo seu patrão e depois de quatro anos trabalhando nessa situação, foi trabalhar para o bispo de Lacedônia. Seus amigos lhe aconselharam a não assumir o trabalho. No entanto, os ímpetos de ira e as constantes repreensões, que impediram os outros empregados de permanecer mais que poucas semanas, nada eram para Geraldo. e lá ficou durante três anos, até a morte do bispo.
Quando acreditava que estava fazendo a vontade de Deus, Gerardo aceitava qualquer coisa. Se batiam nele na alfaiataria, ou se o bispo não lhe dava valor, pouco importava; via o sofrimento como parte do seu seguimento de Cristo. “O senhor bispo gostava de mim”, dizia. E já então, Gerardo costumava passar horas diante de Jesus presente no Santíssimo Sacramento, o sinal do seu Senhor crucificado e ressuscitado.
Em 1745, aos 19 anos, voltou para Muro e montou sua própria alfaiataria. O negócio prosperou, mas o que ele ganhava guardava o que era necessário para sua mãe e suas irmãs e dava o resto aos pobres ou encomendava missas em sufrágio das almas do purgatório.
Gerardo não passou por uma conversão repentina e espetacular; apenas foi crescendo constantemente no amor de Deus. Durante a Quaresma de 1747, ele resolveu ser completamente semelhante a Cristo, o quanto lhe fosse possível. Fez penitências mais severas e as humilhações não eram problemas para ele.
Gerardo queria servir plenamente a Deus e pediu admissão no convento dos Capuchinhos, não sendo, porém, aceito. Aos 21 anos, tentou a vida de eremita. Tal era a sua vontade de ser semelhante a Cristo, que aceitou imediatamente a chance de representar o papel de Cristo num Drama da Paixão, um quadro vivo apresentado na catedral de Muro.
Em 1749, os Redentoristas pregaram missões em Muro. Eram quinze missionários, e tomaram de assalto as três paróquias da pequena cidade. Gerardo seguiu cada detalhe da missão e decidiu que aquela devia ser a sua vida. Pediu para ingressar no grupo missionário, mas o Pe. Cafaro, o Superior, recusou-o por motivo de saúde. Tanto importunou os padres, que, ao deixarem a cidade, o Pe. Cafaro sugeriu à sua família que o trancasse no seu quarto.
Usando um estratagema que, desde então, haveria de encontrar imitadores entre os jovens, Gerardo amarrou os lençóis da cama e, descendo pela janela, seguiu o grupo dos missionários. Fez uma dura caminhada de dezenove quilômetros para chegar até eles. “Aceitem-me! Me deem uma chance, depois me mandem embora se eu não for bom”, dizia Geraldo.
Diante de tamanha persistência, Pe. Cáfaro não pode, senão, consentir. Mandou Geraldo para a comunidade redentorista de Deliceto, com uma carta em que dizia: “Estou mandando um outro irmão, que será inútil quanto ao trabalho”.
Gerardo Professou os primeiros votos na data de 16 de julho de 1752, que, conforme ele ficou sabendo com alegria, era a festa do Santíssimo Redentor. Desde esse dia, com exceção de algumas visitas a Nápoles e do tempo passado em Caposele, , a maior parte da vida de Geraldo foi vivida na comunidade redentorista de Iliceto.
Gerardo podia ler a mente e a consciência das pessoas. Enviado a Nápoles, começou a receber muitas visitas de pessoas que desejavam vê-lo e ouvir seus conselhos. Segundo relatos, várias pessoas se converteram graças aos seus conselhos. Ele também curava doenças apenas com a sua benção e oração. Gerardo também contava às pessoas seus pecados secretos, os quais elas tinham vergonha de confessar, levando-as à penitência e ao perdão.
Em 1754, Gerardo sofreu uma grande provação, aquela que bem pode ter merecido a ele o poder especial para assistir às mães e a seus filhos. Uma das suas obras de apostolado era a de encorajar e assistir as moças que queriam entrar para o convento. Muitas vezes, ele até garantiu o necessário dote para alguma moça pobre que, de outra forma, não poderia ser admitida numa ordem religiosa.
Néria Caggiano era uma das moças assistidas desta forma por Geraldo. Porém, ela achou desagradável a vida do convento e, dentro de três semanas, voltou para casa. Para explicar sua atitude, Néria começou a espalhar mentiras sobre a vida das freiras, e quando o povo de Muro se recusou a acreditar em tais histórias a respeito de um convento recomendado por Geraldo, ela resolveu salvar sua reputação, destruindo o bom nome do seu benfeitor. Para isto, numa carta dirigida a Santo Afonso, o superior de Geraldo, ela o acusou de pecados de impureza com a jovem de uma família, em cuja casa muitas vezes Geraldo ficava nas suas viagens missionárias.
Gerardo foi chamado por Santo Afonso para responder à acusação. Mas, em vez de se defender, permaneceu em silêncio, seguindo o exemplo do seu divino Mestre. Diante deste silêncio, Santo Afonso nada pôde fazer, senão impor ao jovem religioso uma severa penitência: foi negado a Gerardo o privilégio de receber a santa Comunhão e foi-lhe proibido todo contato com os de fora.
Não foi fácil para Geraldo renunciar aos trabalhos pelo bem das almas, mas este era um sofrimento pequeno em comparação com a proibição de comungar. Sentiu isto tão profundamente, que chegou a pedir para ficar livre do privilégio de ajudar a Missa, receando que a veemência do seu desejo de receber a comunhão o fizesse arrancar a hóstia consagrada das mãos do padre no altar.
Algum tempo depois, Néria ficou gravemente enferma e escreveu uma carta a Santo Afonso confessando que as suas acusações contra Gerardo não passavam de invenção e calúnia. Gerardo ficou cheio de alegria ao saber da inocência do seu filho. Mas Gerardo, que não ficara deprimido no tempo da provação, também não exultou indevidamente quando foi justificado. Em ambos os casos, sentiu que a vontade de Deus tinha sido cumprida, e isto lhe bastava.
Geraldo vivia em uma pequena cela do convento, com muita humildade. Seu último desejo foi que escrevessem uma frase na porta de sua cela, que dizia: “Aqui o desejo de Deus é feito como Deus quer, quando e enquanto quiser”. Ele morreu em Caposele, na Itália, no dia 16 de outubro de 1755, vítima de uma tuberculose. Rapidamente seu túmulo se tornou local de peregrinação e vários milagres são creditados à sua intercessão. Em 29 de janeiro de 1893, ele foi beatificado pelo Papa Leão XIII. Foi canonizado no dia 11 de dezembro do ano 1904, através do Papa Pio X.
De poucos santos se recordam tantos fatos prodigiosos como de São Geraldo. Seus processos de beatificação e de canonização revelam que seus milagres eram os mais variados e numerosos. Era agraciado com fenômenos espirituais de muitos tipos.
Nada disso era motivo de orgulho para ele. Seus milagres foram feitos para o benefício dos mais pobres. Fatos extraordinários, como os que enumeramos a seguir, começam a parecer lugares-comuns quando se lê a sua biografia.
Ele devolveu a vida a um garoto que tinha caído de um alto rochedo; abençoou a magra provisão de trigo pertencente a uma família e ela durou até a colheita seguinte; várias vezes multiplicou o pão que estava distribuindo aos pobres. Certo dia, andou sobre as águas, para levar um barco de pescadores entre as ondas tempestuosas até a segurança da praia.
A festa de São Gerardo Magela é comemorada no dia 16 de outubro tanto no Brasil quanto aqui na Itália.
Sobre os livros que contam a vida e obra de São Gerardo Magela, temos o livro “Sao Gerardo Majella” de Brauz Delfino Vieira, alem do filme “Sede Santo 8” que voce pode encontrar no Youtube.
Referencias