São José Moscati (#ep2)
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“Ama a verdade, mostra-te como és, sem fingimentos… Se a verdade te custa a perseguição, aceita-a; se te custa o tormento, suporta-o.” (São José Moscati)
Com esta frase de São Jose Moscati que damos início ao segundo episódio da nossa série SANTOS, podcast criado para os que tem devoção a seu Santo em particular, aquele que cura suas dores, suas angustias e move sua vida a caminho da santidade em busca de bençãos seja para a família, amigos ou conhecidos.
Para quem não me conhece meu nome é Lino Soares, e Junto com você iremos acompanhar de segunda a sexta feira história de um santo do catolicismo comumente venerado tanto no Brasil quanto aqui na Italia, onde estou gravando este podcast. Lembrando que este episódio não só estará disponível no canal da Comunidade Paz e Bem Spotify como também no www.pazebem.org.br.
Giuseppe Moscati, nasceu no dia 25 de julho de 1880 em Benevento na Itália. Filho de Francisco e Rosa, casal bem estruturados financeiramente, que logo perceberam no filho grande inteligência e dedicação com os semelhantes. Seus Pais eram católicos praticantes, tanto que José Moscati foi batizado em sua casa, no dia da festa de Santo Inácio de Loyola.
No ano 1884, a família do pequeno José Moscati mudou-se para a cidade de Nápoles porque seu pai fora promovido. Lá, o menino José, com apenas oito anos, fez a primeira comunhão. Mas não foi só isso. Ele teve um encontro pessoal com Jesus na eucaristia. Nesse dia, o embrião da vida eucarística de São José Moscati ganhou vida. A Eucaristia foi, ao longo de toda sua vida, alimento espiritual diário, que guiou toda a sua história. Aos dez anos, ele foi crismado, momento em que sua família conheceu Bartolo Longo um religioso Catolico Italiano, e passou algum tempo na casa de Caterina Volpicelli, que viria a se tornar a mais importante entre os seus guias espirituais de sua vida.[1
Aos dezessete anos, o jovem José Moscati já era um adulto na fé. Isso aparecia claramente em sua devoção fiel à Virgem Maria e à Eucaristia. E, como fruto de sua devoção, revelava-se seu amor para com os pobres e necessitados. Sua devoção não era vazia nem alienada. Aos dezessete anos sentiu no coração o desejo de fazer voto de castidade perpétua. Porém, não se sentia chamado à vida religiosa nem tampouco ao sacerdócio. Ela já percebia que seu caminho seria como leigo ativo na Igreja. Depois de terminar seu ensino fundamental em 1889, Moscati entrou na escola Vittorio Emmanuele Liceo, em Nápoles, onde, entre seus professores estava o vulcanólogo Giuseppe Mercalli.
O que levou ao jovem a sua vocação e começar a cursar medicina na Faculdade, foi o fato de seu irmão ter se acidentado quando caiu do cavalo no serviço militar e ter sofrido um traumatismo craniano incurável. Talvez, foi este impacto precoce com a brevidade da vida humana ou fato de ter que encarar o sofrimento, ou ainda, ter que ver, continuamente, os enfermos da janela da casa paterna, – que dava para o Hospital dos Incuráveis
Então ainda com 17 anos, ingressou na Faculdade de Medicina de Nápoles e rapidamente se destacou pelo empenho, pela inteligência, pela competência e pelo cuidado com os doentes. Em 1903 ele recebeu seu título de doutorado em medicina, após defender uma tese brilhante. A partir de então, o hospital, a universidade e a Igreja se tornaram o grande campo de suas atividades. José Moscati passou a ser membro do corpo de médicos do Hospital dos Incuráveis em Nápoles, pois mesclava o aprendizado com generosidade, paciência e carisma, enfim, era admirado por todos.
Jamais se recusou a atender qualquer pessoa, ao contrário dedicava-se fervorosamente para ajudar os enfermos, ainda mais os que não tinham nada e não poderiam lhe pagar.
Extremamente competente, São José Moscati logo foi instituído diretor do setor que cuidava dos homens, no hospital dos Incuráveis de Nápoles, oferecendo toda sua energia para buscar a cura através dos seus experimentos científicos.
Dizem que, certa vez, após ter curado um trabalhador, acometido por um abscesso pulmonar, que todos confundiam com a tuberculose, o paciente quis pagar-lhe com todo dinheiro da sua poupança, mas José pediu-lhe que, ao invés de pagar seus honorários, fosse confessar, pois lhe disse: “Foi Deus que lhe salvou”.
Já reconhecido por seu compromisso com seus deveres, ele ganhou mais um reconhecimento por suas ações no rescaldo da erupção do Monte Vesúvio em 8 de abril de 1906. Um dos hospitais que Moscati era responsável, em Torre del Greco, estava localizado a poucos quilômetros da cratera do vulcão. Onde muitos de seus pacientes eram idosos e paralíticos. Moscati supervisionou a evacuação do edifício, levando-os todos para fora pouco antes do teto desabar devido a cinzas do vulcão. Ele enviou uma carta ao diretor-geral do serviço de hospital napolitano, insistindo em agradecer aqueles que ajudaram na evacuação, no entanto, não mencionou o seu próprio nome.
Quando a cólera eclodiu em Nápoles em 1911, Moscati foi encarregado pelo governo a realizar inspeções de saúde pública, e pesquisar tanto as origens da doença quanto as melhores formas de erradicá-la. Isto ele fez rapidamente, apresentando suas sugestões para as autoridades da cidade. Para sua satisfação, a maioria destas ideias foram colocadas em prática no momento de sua morte. Também em 1911, Moscati tornou-se membro da Academia Real de Medicina Cirúrgica, e recebeu seu doutorado em química fisiológica.
Sua mãe morreu de diabetes em 1914, como consequência, Moscati se tornou um dos primeiros médicos napolitanos a experimentar a insulina no tratamento da doença em 1922. No mesmo ano foi dado a Moscati a libera docenza em medicina clínica, o que lhe permitiu ensinar
em instituições de ensino superior. Durante a Primeira Guerra Mundial, Moscati tentou se alistar nas forças armadas, mas foi rejeitado; as autoridades militares achavam que ele poderia servir melhor o país, tratando os feridos. Seu hospital foi tomado por militares, e ele próprio atendeu cerca de 3 000 soldados.
Além de seu trabalho como pesquisador e como médico, Moscati em 1925 era responsável por supervisionar as instruções do Instituto Local de Anatomia Patológica. Na sala do instituto de autópsia, ele colocou um crucifixo inscrito com o capítulo 13, versículo 14 do Livro de Oseias, Ero mors Tua, o mors (ó morte, eu serei tua morte).
Não era raro vê-lo fazer o Sinal da Cruz antes de lidar com um cadáver, pelo respeito que se deve a um corpo humano, que foi amado por Deus.
Para o Dr. José, Ciência e Fé não eram dois mundos distantes, separados e inconciliáveis, mas dois elementos que coexistem na vida diária, composta de uma grande devoção à Virgem Maria, de sobriedade e pobreza pessoal, sob o exemplo de São Francisco, e da escolha do celibato, para ter mais tempo para seus pacientes, cada vez mais numerosos.
Todos iam ao consultório de José Moscati, até pessoas famosas, como o tenor Enrico Caruso e o Beato Bartolo Longo. Contudo, ele dava a todos, indistintamente, a mesma atenção escrupulosa, porque, em todos, via o Rosto de Jesus sofredor. Na sala de espera, havia uma escrita sobre seus honorários: “Quem puder, dê a sua contribuição; quem precisar, as receba”.
No dia 12 de abril de 1927 após vir da missa como era de costume Jose ir normalmente todos os dias para receber a comunhão, foi ao seu escritório para atender seus pacientes e depois de 3 horas, sentiu-se cansado, resolveu sentar em sua poltrona, era o começo de um ataque cardíaco, então calmamente sentou na poltrona recostou sua cabeça e dali em diante seria o descanso eterno.
Seu corpo foi inicialmente enterrado no cemitério de Poggio Reale, mas três anos depois foi exumado e reenterrado na igreja de Gesù Nuovo aqui na Italia em napoles onde. Hoje uma pedra de mármore marca a sua sepultura.
Muitas pessoas alcançaram graças pela intervenção de São José Moscati, mesmo depois de sua morte. Por isso, em 1975, foi beatificado e, reconhecido pelo Papa João Paulo II, em 1987, com dignidade a canonização, por cura alcançada a um doente acometido por leucemia, após sua morte.
Uma curiosidade é Por volta dos 30 anos, José Moscati fez um voto particular de celibato e, por algum tempo, achou que tinha vocação para a vida religiosa. Os jesuítas que o aconselharam discerniram que Deus queria que ele permanecesse no mundo como médico.
São José Moscati também já foi homenageado em um filme produzido em 2007, na Itália chamado de “O amor que cura”. Mas sempre no dia 15 de dezembro, muitas homenagens e missas são celebradas para lembrar-se de São José Moscati, o médico, bioquímico, cientista, professor e o padrinho dos patologistas.
O Dia de São José Moscati é comemorado no dia 16 de dezembro NO Brasil e na Itália no dia 12 de Abril.
Na Catedral de Benevento, na capela do SS. Sacramento, se pode admirar a estátua de mármore de S. José Moscati, obra de Mazzei de Pietrasanta.
Há também as orações, como a oração a São José Moscati , Oracao aos Medicos e oração por intercessão
Oração
“Oh São José Moscati, médico e insígnia cientista, que no exercício da profissão curavas o corpo e o espírito de teus pacientes, olhai também para nós que agora recorremos com fé à tua intercessão.
Dai-nos saúde física e espiritual, intercedendo por nós junto ao Senhor. Alivia as penas dos sofredores, conforta os doentes, consola os aflitos, dá esperança aos desesperançados.
Que os jovens encontrem em ti um modelo, os trabalhadores um exemplo, os idosos um conforto, os moribundos a esperança do prêmio eterno.
Sê para todos nós um guia seguro de laboriosidade, honestidade e caridade, a fim de que cumpramos de forma cristã os nossos deveres, dando glória a Deus, nosso Pai. Amém”.
Referencias