Viver e ensinar a Palavra de Deus. (EFC)
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Mateus 5,17-19
APRENDER A FAZER EM JESUS A VONTADE DE DEUS.
“Não vim a abolir, mas a dar cumprimento”
Faça esse cafezinho chegar em muitas mesas!
PIX CNPJ: 022980550001-55
Associação da Comunidade Paz e Bem
Quem faz a experiência das “bem-aventuranças” é um homem novo no Reino de Deus pregado e levado a cabo pela pessoa de Jesus, n’Ele tem agora um novo coração. O discípulo começa a centrar-se todo em Jesus. Mas a vivencia da radical nova do Reino pode levar a pensar que “a Lei e os Profetas” ficam abolidos (Mt 5,17ª). Isto não é exatamente assim, mas como disse Jesus: “Não vim a abolir, mas a dar cumprimento” (5,17b).
A frase “a Lei e os Profetas” é uma forma de designar tecnicamente a Bíblia Hebreia (para nós é grande parte do AT), isto quer dizer que indica toda a primeira parte da revelação de Deus. A “Lei” é o critério de vida por excelência para o povo que tem feito Aliança com Yahweh. Os “Profetas”, enquanto defensores da Aliança, foram intérpretes da Lei.
Quando Jesus disse que veio a “dar cumprimento” a “Lei e os profetas”, está afirmando que n’Ele visível todo o que a Lei e os Profetas tentaram dizer. O que Deus tem querido revelar a seu povo tem seu ponto culminante na pessoa de Jesus. Por isso, digamos assim, entre o Antigo e o Novo Testamento não há contradição, mas uma linha continua, sempre ascendente.
Pondo o olhar então em todas as ações de Jesus no evangelho, porque foi ali onde “deu cumprimento” ao querer de Deus. Já a primeira ação de Jesus no Evangelho de Mateus havia sido programática ao respeito quando, a beira do Jordão, lhe disse a João: “convém que cumpramos toda justiça” (3,15).
Nas palavras seguintes de Jesus se aprofunda no modo como se dá “cumprimento” à Lei e os profetas:
- Da parte de Deus, mantém firme sua Palavra e nos oferece um caminho para que esta se realize plenamente (“que todo suceda”, 5,18);
- Da parte do homem, a Palavra de Deus alcança seu cumprimento nele na medida em que a leve à prática e sejam ensinadas (“observar e ensinar”, 5,19).
Deus é o primeiro que põe em prática a Lei em seu Filho Jesus. A “justiça” primeira é a de Deus. E esta justiça –segundo o evangelho de Mateus- se chama Jesus. Por isso não se falará explicitamente do “ensinamento de Jesus” (só até 7,24), mas do “cumprimento da Lei”, simplesmente porque esta ordem de idéias é o mesmo.
Deus: A Palavra se faz realidade
“Asseguro-vos: passarão céu e terra antes que passe um ‘i’ ou um ‘til’ da Lei sem que tudo aconteça” (5,18). Tudo a lei quer que “aconteça”. Jesus a realiza em sua própria vida e deste modo oferece a quem quer que lhe siga a possibilidade de aprender n’Ele a fazer a vontade de Deus. O evangelho aos poucos irá desvelando de que modo o “cumprimento” está na práxis de Jesus.
A síntese do que quer a ‘Lei e os Profetas’, finalmente, será o amor misericordioso. Desta forma a “Lei” segue sendo inquebrantável, porém por outra parte não se compreende plenamente, mas na interpretação que lhe dá Jesus. Portanto, porque Jesus deu sua máxima expressão a todo o valor que tem “A Lei e os Profetas”, todos temos a possibilidade de viver a Palavra de Deus em seu seguimento e, assim, esta manterá sua vigência até o fim do mundo (“céu e terra passarão antes de que passe…”).
O discípulo: A Palavra se faz vida
Deus cumpre sua Palavra, mas os discípulos também tem que cumpri-la, isto é, passar da teoria à prática. Todos os mandamentos, inclusive os menores, são obrigatórios, já que o homem somente se faz “justo” na vivencia do querer de Deus. Mas o discípulo não andará ansioso por detalhes, porque vive a Lei desde uma vida inspirada na nova “justiça” que ensina Jesus, uma “justiça” que provem do estar imerso na experiência do “Reino” (ver as bem-aventuranças).
Para enfatizar isto, Jesus apresenta a mesma idéia tanto em negativo como em positivo:
(1) “O que traspasse…”/“o que observe”;
(2) “Será o menor no Reino…”/“será grande…”.
Jesus havia de “por em prática”, porém também de “ensinar”. Jesus aplica a mesma lógica do compromisso com a Palavra ao compromisso com a correta educação que consiste no aprendizado do evangelho enquanto cumprimento perfeito “da Lei e os profetas”.
O discípulo que põe em prática a Palavra, já é por si um bom mestre e com a mais eficaz das didáticas: o testemunho. Mas não pode esquecer que diante dele vai Jesus. Ao dizer que veio “dar cumprimento”, que maravilha! Ele mesmo faz o que ensina! Estar na escola de Jesus é aprender sua vida.