Bebê “renasce” após ser batizado por uma médica
O relato emocionante de quem presenciou este “milagre”
Era sexta-feira, dia 22/03/19, e meu dia de trabalho havia começado movimentado: apendicite para operar, crianças para avaliar e visita aos pacientes internados.
Estava almoçando, por volta de 15:30h, quando recebi a ligação da residente me informando que havia um recém nascido de dois dias de vida na Uti neonatal com pneumotórax (quando acontece um “furo” no pulmão e o ar vai para fora dele impedindo que o mesmo se expanda e dificultando a respiração). Este bebê era prematuro e respirava com o auxílio de um ventilador mecânico, o que piorava ainda mais o pneumotórax. Era necessário fazer uma intervenção cirúrgica chamada drenagem torácica (procedimento em que se coloca uma “mangueira” no tórax para que o ar saia e deixe de comprimir o pulmão).
Solicitei então que separassem o material necessário para o procedimento e orientei a pediatra a realizar a punção do tórax para tirar o bebê da situação de emergência e diminuir o risco iminente de morte. Cerca de 15 minutos depois, recebi outra ligação informando que o bebê havia tido uma parada cardíaca e não havia resistido.
Cheguei ao hospital após 10 min e, ao entrar na Uti neonatal, encontrei biombos ao redor do leito do bebê para impedir que os outros pais observassem o que estava acontecendo. As intensivistas e as enfermeiras rodeavam a incubadora enquanto uma delas realizava o eletrocardiograma para constatar o óbito. O bebê ainda estava entubado e acoplado ao ventilador, mas sua oxigenação era mínima e já não tinham batimentos cardíacos. Estava muito inchado e a pele tinha uma coloração arroxeada mais intensa nos lábios. Não tinha nenhum movimento nem reflexos.
A equipe médica havia realizado a punção torácica e as manobras de reanimação por mais de 20 minutos, sem sucesso. Os pais já temiam o pior…
Uma das médicas que acompanhava o caso me disse que o quadro era muito grave e que não havia mais nada que pudéssemos fazer.
Então, mesmo com o óbito constatado, resolvi realizar a drenagem torácica de qualquer forma. Após o procedimento, também batizei o bebê e o consagrei à Santíssima Virgem e a São Padre Pio e, em meu coração disse ao Senhor: “Senhor, Tu és o Deus da vida e a vida te pertence. Se estiver na Tua vontade, salva este bebê”
Permaneci poucos minutos ao lado do bebê para recolocá-lo na incubadora enquanto a equipe de enfermagem organizava tudo para que os pais pudessem ver seu filho pela última vez. Foi então que percebi que o bebê havia ficado rosado novamente e pedi à intensivista que checasse os batimentos cardíacos. Porém, a resposta foi a mesma: o coração continuava sem bater.
Minutos depois, ainda falávamos sobre o ocorrido, quando ouvimos o barulho no monitor indicando o retorno dos batimentos cardíacos. Chegamos a pensar que as drogas utilizadas durante a reanimação pudessem ter provocado o retorno temporário dos batimentos, como em muitas situações já havíamos presenciado, mas que cessariam depois de algum tempo confirmando o óbito.
No entanto, dessa vez era diferente. Ao invés de bater poucas vezes e parar definitivamente, aquele coraçãozinho começou a bater cada vez mais forte e numa frequência que alcançou a frequência normal, para espanto de toda equipe! Ouvi muitos exclamarem dizendo que só podia ser um milagre…
Todos estavam visivelmente emocionados e a intensivista responsável chegou a dizer incrédula: “Meu Deus, nós íamos desligar os aparelhos!”
Isto aconteceu comigo e este bebê está vivo até hoje. Bendito seja Deus por nos permitir presenciar tão grande milagre!”
Em tempo: vale dizer que, segundo o Catecismo da Igreja Católica, “em caso de necessidade, qualquer pessoa, mesmo não batizada, desde que tenha a intenção requerida, pode batizar utilizando a fórmula batismal trinitária. A intenção requerida é a de querer fazer o que faz a Igreja quando batiza. A Igreja vê a razão desta possibilidade na vontade salvífica universal de Deus e na necessidade do Batismo para a salvação”(Catecismo da Igreja Católica, 1256).
via ALETEIA