ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: Jesus estende a mão e cura nossa enfermidade

(Lucas 5,12-16) 

“Senhor, se queres, podes purificar-me”.

O texto de hoje é de uma simplicidade  impressionante. Um leproso chega até onde está Jesus, se prostra por terra e pede a Jesus a cura com uma frase bem interessante e profunda. O leproso não diz simplesmente: “Senhor, cura-me”, como seria o normal.

Sua expressão é ainda mais profunda: “Senhor, se queres, podes purificar-me” (v.12). Esse ‘se queres’ reflete uma adesão e respeito muito grandes à vontade de Deus e ao mesmo tempo uma abertura total para aceitar um sim ou um não. Não pressiona. Simplesmente, como diz o salmo: “Expõe sua causa e fica aguardando” (Sl 5,4).

Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano do século XIII, Doutor da Igreja fez uma bela reflexão sobre esse texto

«Jesus estendeu a mão e tocou-lhe, dizendo: «Quero, fica purificado»».

Ó, como admiro esta mão! Esta mão do meu amado, de ouro engastado de rubis (Ct 5,14). Esta mão cujo contato solta a língua do mudo, ressuscita a filha de Jairo e purifica o leproso.

Esta mão da qual o profeta Isaías nos diz: «Todas estas coisas fez a Minha mão» (66,2). Estender a mão é dar um presente. Ó Senhor, estende a Tua mão – essa mão que o carrasco estenderá sobre a cruz. Toca o leproso e concede-lhe essa graça. Tudo aquilo em que a Tua mão tocar será purificado e curado. «E tocando na orelha do servo», diz São Lucas, «curou-o» (22,51). Estende a mão para conceder ao leproso o dom da saúde. Ele diz: «Quero, sê purificado» e imediatamente a lepra sai; «faz tudo o que Lhe apraz» (Sl 113B,3).

NEle nada separa o querer do realizar. Ora, esta cura instantânea opera-a Deus cada dia na alma do pecador pelo ministério do sacerdote. Este tem um triplo ofício: estender a mão, quer dizer, rezar pelo pecador e ter piedade dele; tocar-lhe, consolá-lo, prometer-lhe o perdão; querer esse perdão e dar-lho através da absolvição. Tal é o triplo ministério pastoral que o Senhor confiou a Pedro, quando lhe disse por três vezes: «Apascenta as Minhas ovelhas» (Jo 21,15-17). 

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