ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: Olhos que veem e ouvidos que ouvem
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Mateus 13,16-17
DITOSOS OS OLHOS QUE VÊEM E OS OUVIDOS QUE OUVEM:
“Muitos profetas e justos desejaram ver…, e não viram, ouvir…, e não ouviram.»
“Ditosos vossos olhos, porque vêem, e vossos ouvidos, porque ouvem! Pois os asseguro que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, porém não o viram, e ouvir o que vós ouvis, porém não o ouviram” (vv.16-17).
Mas, afinal de contas, ver e ouvir o que? Ver a Deus encarnado, na pessoa de seu Filho, e ouvir a novidade de seus ensinamentos.
A novidade dos ensinamentos das parábolas de Jesus:
Jesus tinha uma capacidade muito grande de encontrar imagens bem simples para comparar as coisas de Deus com as coisas da vida que o seu povo conhecia, e experimentava, em sua luta diária para buscar sobreviver. Isto supõe duas coisas:
- Estar por dentro das coisas da vida da gente;
- Estar por dentro das coisas de Deus, do Reino de Deus.
Em algumas parábolas acontecem coisas que não costumam ocorrer na vida.
Por exemplo, onde se viu:
- Um pastor de 100 ovelhas que abandona as 99 para encontrar a única que se perdeu? (Lc 15,4);
- Um pai que acolhe, com uma festa, o filho que gastou muito mal todos os seus bens, sem dizer-lhe uma palavra de reprovação? (Lc 15,20-24);
- Um samaritano ser melhor que um levita e um sacerdote? (Lc 10,29-37).
A parábola é uma forma participativa de ensinar, de educar. Não nos dá tudo pronto em um minuto. Não faz saber, leva a descobrir.
A parábola muda o olhar, faz com que a pessoa seja contemplativa, observadora da realidade. Aqui está à novidade do ensinamento das parábolas de Jesus, distinta do ensinamento dos doutores que ensinavam que Deus se manifestava só na observância da Lei.
Para Jesus, o Reino não é fruto de observância. O Reino não é fruto de qualquer outra coisa. O Reino é. O Reino está presente no meio de nós (cf. Lc 17,21). Porém, os ouvintes nem sempre o percebem.
Por isso: “Felizes os vossos olhos porque vêem…”