Estudo Bíblico na 26ª Semana do Tempo Comum

ESTUDO BÍBLICO NA 26ª SEMANA COMUM ANO A 2023

Comunidade Católica Paz e Bem

SEGUNDA-FEIRA

Mateus 18,1-5.10 – Anjos da guarda
PRESENÇA DO CÉU AMIGA:

“Seus anjos vêem, continuamente, o rosto de meu Pai”

Nesta memória dos anjos custódios, o ensino de Jesus nos acompanha: “Guarda-te de menosprezar um destes pequenos; porque eu vos digo que seus anjos, nos céus, vêem continuamente o rosto de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10).

1. O Anjo custódio na peregrinação pascal

A propósito da denominação “anjo”, fiel ao pensamento bíblico, São Gregório Magno nos ensina: “Há que saber que o nome ‘anjo’ designa a função, não o ser, do que o leva”. A função é ser “mensageiro”, ou seja, mediação de um Deus que gosta de relacionar-se.

No marco da vivência das profundas relações entre Deus e seu povo, na Aliança, a Sagrada Escritura nos apresenta “anjos” dos quais Yahweh se serve para entrar em comunicação. Deles Deus se serve e a Ele o servem.

Tudo como testemunho de que “Deus está conosco”, que não nos abandona, que se interessa continuamente por nós, fazendo de nossa vida uma história de salvação na qual –fortemente comprometidos com a história e responsáveis com seu projeto criador- caminhamos em sua direção.

Tal como nos recorda a imagem do “Anjo de Yahweh” (Ex 23,20), verdadeiro custodio do povo peregrino no deserto rumo à terra prometida, Deus é nosso companheiro no caminho, nos estende a mão e, sobretudo, nos guia para que façamos de nossa existência uma dinâmica de libertação pascal que seja possível à terra da fraternidade.

Porém, esta imagem primeira do Anjo do Êxodo evolui no interior da Bíblia dando-nos uma visão mais ampla das intervenções de Deus.

Para isso se apóia no esquema das antigas realezas: assim como um rei não aparece só, mas rodeado de uma corte, igualmente Deus é representado circundado por uma espécie de conselho de ministros, aos quais se chamam “seus anjos”, “seus mensageiros” (Jó 1-2; Sl 29,1; 34,8; 103,20-21 e muitos outros textos).

No Salmo 91,11, que o poeta Paul Claudel definia como “o hino dos santos anjos” lemos: “A seus anjos deu ordens para que te guardem em todos teus caminhos”. Neste texto a antiga imagem do Anjo que Yahweh manda “para que te guarde (custodia) no caminho e te conduza ao lugar que te tenho preparado” (Ex 23,20), se funde com a da representação de uma corte celestial desde a qual Deus segue custodiando os passos do homem por todos os caminhos do mundo.

Como no Salmo 34,8-9 (“Acampa o anjo de Yahweh ao redor dos que lhe temem e os livra; olhai e vede que bom é Yahweh, feliz o homem que se refugia n’Ele”), a imagem dos anjos custódios pretende inspirar nossa confiança em um Deus disposto a defender-nos e a oferecer-nos repouso nos tortuosos e atormentados caminhos da aventura da vida, assim como o fez também no de Tobias (na figura do anjo Rafael; Tb 12,6-15).

A presença angelical indica, então, a Deus mesmo que protege não só dos caminhos pedregosos do deserto, mas de todos os terrenos minados pelo mal. A presença de Deus sempre é libertadora.

2.  Deus cuida de seus pequenos.

No evangelho de Mateus 18,10, Jesus evoca a convicção bíblica de que Deus cuida de seus pequeninos desprotegidos e vulneráveis diante da maldade humana. Para isso retoma com seu colorido a imagem da corte celestial: “Seus anjos vêem continuamente o rosto de meu Pai”.

A ideia é que os “pequenos”, quer dizer, aqueles que por sua fragilidade podem ser facilmente excluídos, menosprezados ou escandalizados, contam com o respaldo de Deus. Quem se converte em ameaça para um dos “pequenos” terá que ver-se com o mesmo Deus.

Mais ainda, estes “protegidos” do Pai, são a imagem do Filho por excelência que é Jesus: “O que recebe uma criança como esta em meu nome, a mim recebe. Porém ao que escandalize…” (18,5-6); tudo mostra o grave que é a afronta contra o “pequeno” e ao mesmo tempo –com o verbo “receber”- ensina de que maneira cada um deve fazer-se “anjo” de Deus para eles. Isto tem, todavia outra implicação: se o “pequeno” é o que aparece “custodiado” por Deus, não compreenderemos o que significa ser protegidos por Deus, se não nos fazemos “pequenos”.

A frase “Se não mudais e vos fazeis como crianças não entrareis no Reino dos céus” (18,4) faz supor que não pode captar em profundidade o que significa a “presença angelical” em sua vida, quem não se coloca no lugar do pequeno que confia em Deus e se deixa guiar por Ele.

O caminho pascal pelo qual Jesus custodia nossos passos é o da conversão. E a conversão não é possível sem a docilidade de criança que –como esponja- aprende o que lhe oferece. Este é o ponto de partida de todo crescimento espiritual. Santo Agostinho preferiu chamá-la “humildade” e a comparou a uma árvore que só é capaz de crescer se tem raízes profundas.

As raízes profundas do que cresce nos caminhos do Senhor, desde criança até a fase adulta, é esta capacidade de abandono humilde e confiante em Deus. Assim como as raízes profundas de uma criança é a confiança em seus pais, assim também com o Deus da vida.

A confiança na providência de um Deus Pai e a docilidade a seu ensino que nos faz amadurecer, nos dão a força para superar todas as dificuldades da vida e chegar vitoriosos à meta. Esta certeza que nos infunde Jesus nos dá motivos para celebrar sua amorosa e permanente companhia em seus anjos.

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração

  1. Que entende a Bíblia por anjos? Por que para falar da transcendência de Deus que se faz próxima a nós em nossos caminhos históricos se alude a esta imagem dos anjos?
  2. Quando a Bíblia fala dos anjos os coloca no contexto dinâmico do caminhar –pascal- da vida. Deixo-me guiar por Deus nos caminhos da vida? Que respaldo me oferece Deus e aonde me quer conduzir?
  3. Que quer dizer Jesus quando fala dos anjos em Mt 18,10? Por que o disse? Que implica para um discípulo de Jesus que cada dia vai aprendendo o que é ser “filho” de Deus e, portanto, “pequeno”, chamado ao crescimento dia a dia?

TERÇA FEIRA

Lucas 9,51-56

A HORA DA DECISÃO DE JESUS

“Quando se iam cumprindo os dias de sua assunção, Ele se afirmou em sua vontade de ir a Jerusalém”

Em Lucas 9,20-22, foi apresentado o horizonte dentro do qual Jesus realiza sua missão como “Messias” que leva a cabo o projeto salvífico “de Deus”. Este panorama delineou a rota dentro da qual o discípulo realiza seu projeto de vida (9,23-24).

No texto de hoje vemos como Jesus abraça seu caminho definitivo, com uma grande resolução interior. Com esta atitude começa a subir para Jerusalém, onde percorrerá o último e decisivo trecho de seu “êxodo” (9,51), que culminará em sua ascensão ao céu.

O Evangelho nos põe hoje de frente com “a hora” dos acontecimentos decisivos.

  • Para Jesus, é o tempo do cumprimento, segundo o projeto messiânico fixado pelo Pai. Nada, nem ninguém o poderá deter. Nem a hostilidade dos samaritanos, nem a pobreza, nem o pai que tem que sepultar, nem os parentes dos quais deve despedir-se, são suficientes para “olhar atrás”.
  • Para o discípulo é o tempo de avaliar previamente o “custo” do ser discípulo, analisando as implicações da opção e decidindo livre e conscientemente entrar no caminho do mestre sem impor-lhe condições.

O que vale para o Mestre também vale para o discípulo: o caminho do discipulado requer decisões assim de fortes. O seguimento do Mestre na rota para Jerusalém leva a marca da radicalidade e da hierarquia de valores de Jesus.Abordemos o texto em suas duas partes:

  1. A hora da decisão de Jesus (v.51);
  2. O fracasso em Samaria (vv.52-56).
  3. A hora da decisão de Jesus: começa o caminho da subida para Jerusalém (v.51)

Jesus sabe fechar e abrir etapas em sua vida. Assim o vemos terminar a primeira parte de sua missão na região montanhosa, marítima e sempre verde da Galileia (Lc 5,1–9-50) e abrir-se uma nova página com estas palavras: “Quando se completaram os dias de sua ascensão, ele tomou resolutamente o caminho de Jerusalém” (v.51).

Vejamos três elementos chaves inseridos nesta frase lucana: (a) a realização do plano de Deus; (b) o interesse por Jerusalém; e (c) a tomada de decisão.

  • A realização do plano de Deus: O indicador deste giro decisivo no ministério de Jesus é o “cumprimento dos dias de sua ascensão”. Observemos que não se trata de uma decisão tomada rapidamente:
  • Já, por duas vezes, Jesus havia anunciado a segunda parte de seu programa missionário nos, assim chamados, “anúncios da paixão” (9,22 e 9,44-45); e;
  • A referência que Jesus tem é o tempo estabelecido pelo Pai. Este tempo vai chegando a seu fim. Jesus quer cumprir sua passagem pontualmente.
  • O interesse por Jerusalém: O olhar está posto em Jerusalém: “se firmou em sua vontade de ir a Jerusalém”. Jesus sabe o que o espera: “não convém que um profeta morra fora de Jerusalém” (13,33). Daqui em diante Jerusalém permanecerá na mira dos movimentos de Jesus.
  • A tomada de decisão: Lucas nos apresenta a tomada de decisão de Jesus com uma frase que, à primeira vista, parece enigmática, mas, na realidade, é bela e de grande profundidade: “tomou resolutamente o caminho”.

Ante o fatídico destino, Jesus toma uma decisão radical: sai Galileia e se dirige a Jerusalém. A iniciativa é d’Ele: Jesus escolhe o caminho do Pai. Para nós já é muito se aceitamos o destino que se aproxima e não podemos evitar. Jesus, ao contrário, avança decidido para seu destino. É assim como a frase “tomou resolutamente o caminho de …” (=“endureceu o rosto”, em grego) descreve o impulso de uma forte decisão.

Algumas imagens de fundo, no Antigo Testamento, nos permitem compreender a transcendência do gesto de Jesus. Esta expressão, de “forte decisão”, a vemos na valentia do Rei de Aram, quando avança contra a cidade santa para a guerra: “resolveu subir para atacar Jerusalém” (2 Rs 12,18). O mesmo se diz, também, do “Servo Sofredor de Yahweh”, profetizado por Isaias, mas desta vez, na atitude teimosa e defensiva de quem não cede, apesar da adversidade: “Fiz de meu rosto uma pederneira, e tenho a certeza de que não serei confundido” (50,7).

Os dois aspectos contidos nas citações anteriores parecem estar presentes na frase tomada por Lucas e aplicada a Jesus: “endureceu o rosto”. Jesus com uma grande fortaleza enfrenta seu destino, se compromete e toma decisões firmes. O que Jesus vai a fazer é o prelúdio de sua morte, que será, para nós, o prelúdio da vida. Isto mesmo vai pedir a seus seguidores para fazer em seguida.

  • O caminho começa mal: em Samaria não o recebem (vv.52-56);

Para chegar a Jerusalém, descendo desde o norte da Galileia, o caminho mais direto passava por Samaria. Porém, a maior parte dos judeus evitava esta rota. Havia uma inimizade de séculos entre judeus e samaritanos (ver Jo 4,9). Por intolerância religiosa e motivos nacionalistas, os samaritanos procuravam aborrecer os viajantes, inclusive atacavam aos grupos de peregrinos que cruzavam seu território em caravanas.

  • A hospitalidade negada: Jesus se arrisca por esta rota. Não o faz só como uma pessoa que vai “de passagem”. A expressão “enviou mensageiros a sua frente” (9,52) indica que tem intenções missionárias (como se verá depois, nos Atos, aqui nascerão comunidades cristãs: 1,8; 8,4-8). Esta opção de Jesus, a mais perigosa, deixa entrever sua misericórdia: Jesus está oferecendo uma mão amiga a um povo inimigo. Porém, lhe é negada a hospitalidade. Não acolhem a missão nem a amizade de Jesus (9,53).
    • A ira dos mensageiros: Assim como no primeiro dia de sua missão na Galiléia (ver Lc 4,16-30), também, aqui, fecham-lhe as portas, a rejeição anunciada iniciou. Os discípulos Tiago e João, chamados “filhos do trovão”, pela impetuosidade de seu temperamento (Mc 3,17), reagem violentamente, não compreendem o desdém dos samaritanos e reagem irados: “Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma?” (9,54). Pedem para arrasar, com fogo, essa cidade (gesto de maldição). Será este o modo de lidar com um fracasso? A atitude nos recorda o que fez o profeta Elias quando o malvado rei Ocozias mandou chamá-lo (2 Rs 1,10ss). Claro que essa foi uma estratégia de defesa.
    • A lição de Jesus: Porém Jesus não permite, aos discípulos, que levem a cabo seus propósitos e pela segunda vez os repreende por sua intolerância e por sua violência (9,55; ver 9,49-50). É verdade que Jesus pede para ser acolhido, mas, também é verdade que deixa os homens em liberdade para acolhê-lo e não quer forçar ninguém. A má decisão dos samaritanos não pode ser castigada com medidas drásticas.

Aqui vemos uma consequência da decisão pelo caminho da Cruz: a rejeição que experimenta ao longo do caminho não o deixa amargurado; ao contrário, segue adiante firme (9,56; assim havia feito em 4,30 e assim farão, após, os missionários itinerantes, nas rejeições que lhes estão reservadas nas diversas cidades, cf. Atos). Assim, desde o primeiro passo na subida a Jerusalém, começa a paixão. Jesus sabe afrontar a violência que lhe vem ao encontro e não devolve na mesma moeda; o não submetê-los, imediatamente, à justiça de Deus já é um sinal de misericórdia e, o bom resultado desta decisão, se verá mais adiante (na evangelização de Samaria nos Atos dos Apóstolos).

Desde o princípio o discípulo aprende que “tomar a Cruz todos os dias” é saber passar os momentos amargos do desprezo com a maturidade de quem é capaz de afrontar com altivez as recusas, com amor ao adversário (ver 6,27). O que é livre de coração sabe respeitar também as decisões livres dos outros.

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:

  1. Quais as exigências que Jesus nos propõe para podermos segui-lo incondicionalmente?
  2. Como reagiu Jesus diante do desprezo dos samaritanos?
  3. Em algumas ocasiões também eu, como Jesus, me sinto desprezado em minhas opiniões e atitudes? Qual minha reação espontânea? Fecho-me no silêncio ameaçador e vingativo? Reajo com violência? Atuo com a misericórdia de Jesus que ‘ofereceu sua mão amiga a um povo inimigo?

QUARTA-FEIRA – São Francisco de Assis

Lucas 9,57-62

PARA UM SEGUIMENTO RADICAL

Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus


A reprovação dada aos discípulos agressivos, dá passagens a novas lições sobre o discipulado. Sobre o caminho, na qual vai decididamente ao encontro de seu destino em Jerusalém, Jesus estabelece critérios para aqueles que o acompanham, aprofundando no que significa renunciar a si mesmo, tomar a cruz cada dia e segui-lo (ver 9,23).

Temos três candidatos ao discipulado e à vida missionária. O primeiro (v.57) e o terceiro candidato (v.61) se apresentam espontaneamente a Jesus. O segundo é chamado diretamente: “Segue-me”  (v.59). Não sabemos exatamente que motivos tiveram para aproximar-se neste momento a Jesus, porém é evidente que estão fascinados com o Mestre e desejam ficar com Ele.

No ensinamento que segue, se faz ver que, os impedimentos para levar a cabo o exercício do discipulado e da evangelização não provêm somente de fora. As três situações difíceis, que aqui se expõem, mostram outro tipo de obstáculo que provém da mentalidade dos próprios discípulos.

Do ponto de vista positivo, as dificuldades apresentadas servem para delinear, a partir da grande prioridade já estabelecida, o dom da vida na Cruz, as condições para seguir a Jesus. Estas são: (a) Abandonar tudo; (b) Priorizar a evangelização; e (c) Olhar sempre adiante. Em outras palavras: o esquecer do passado, a paixão do presente e a esperança no porvir.

Desta maneira, com a narração destes pequenos episódios, Lucas estimula a quem está a ponto de optar por Jesus (ver 9,23) para que discirnam os motivos do seguimento e suas implicações. Pois o discipulado é uma graça que provém da vocação e não se pode seguir Jesus de qualquer modo.

  1. Seguir a Jesus implica estar disposto a compartilhar sua pobreza (vv.57-58)

O primeiro candidato expressa a Jesus sua incondicional disponibilidade (v.57). Na cena anterior já se havia visto que Jesus não tem hospedagem segura. Agora propõe essa cena como estilo de vida. Que é que um discípulo entusiasta vai encontrar em Jesus? Ele diz: “As raposas têm tocas e as aves do céu ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (v.58).

Desde o estábulo de Belém (2,7), não tem morada. Sua vida é errante, precária, sem lar nem lugar. Andar com Jesus supõe estar disposto a sair da comodidade de uma vida instalada para enfrentar imprevistos e pobreza.

Desta maneira é livre para seguir seu caminho e para alcançar seu destino. Seu olhar está na meta e é livre de tudo o mais. Todo o resto é secundário; todo o resto o aceita assim como se apresenta. Como se acaba de ver, em Samaria, Jesus depende da acolhida que se lhe ofereça.

A menção do “Filho do homem” nos remete, também, ao despojo absoluto da Cruz. A crueza da Cruz é o caminho que Jesus propõe a seus discípulos, fortemente desejosos de ir com Ele pelos caminhos do seguimento e da evangelização. A mesma renúncia, a mesma liberdade e o mesmo compromisso pede Jesus, a todos aqueles que queiram segui-lo.

  • Seguir Jesus é sair do âmbito da morte para entrar no da vida segundo o Reino(vv.59-60)

O candidato seguinte, chamado por iniciativa de Jesus (não se trata de um desejo, mas de um convite, quase de uma ordem de Jesus: “Segue-me”, v.59), põe uma condição a Jesus: “Deixa-me ir primeiro enterrar meu pai” (v.59). Antepõe-se um “primeiro” ao seguimento. A meta de Jesus não é neste momento a prioridade. Na frase do candidato não é claro se, se trata de esperar até a morte de seu pai, ou se este já morreu e quer ir assistir ao funeral.

A resposta de Jesus impõe prioridade (v.60). A evangelização deve ser assim. Jesus não aceita retardar a missão e requer, para isso,obediência comparável à de Abraão, a quem disse: “Sai de tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gn 12,1).

O vocacionado havia feito uma solicitação em nome da piedade filial (quarto mandamento da Lei de Deus).  Sepultar o pai era um dever muito estrito que nenhum filho, sobretudo o maior da casa, podia deixar de fazer. Porém, os compromissos próprios da vocação constituem um dever infinitamente superior.

O amor pelo Senhor está acima do amor pela família (ver 14,26). Este critério proposto por Jesus é uma característica da novidade do Reino. De fato, quando Eliseu foi chamado, Elias lhe deu permissão para despedir-se de seus pais antes de partir (1Rs 19,19-21). Nos novos tempos isto já não se permite. Algo já intuía o Sirácida, que recomendou, no chorar a um morto, senão um dia, no máximo dois, porque a tristeza “fará dano a ti mesmo” (Eclo 38,21).

Por que não há demora? O Reino que anuncia Jesus é de vivos (9,60). Olhando a outra face da moeda, isto quer dizer que os que não escutam a Jesus e não o seguem estão espiritualmente “mortos”. Em consequência, Jesus está convidando a reconhecer, no discipulado, a plenitude da vida, à qual estão convidados todos os que não deram este passo. Quando se entra no Reino, no âmbito da vida (24,5), já não se deve dar marcha-ré.

Portanto, Jesus não está recomendando uma divisão familiar, mas, justamente, o contrário. O fundamental é: o anúncio do Reino tem importância absolutamente superior aos deveres humanos mais preciosos e, se esse é o dever maior, tudo haverá que reconduzi-lo para ele. O seguimento do Reino e sua proclamação exigem que estejamos dedicados completamente a ele.

  • Seguir Jesus indica adeus verdadeiro ao passado e lançar-se sempre adiante (vv.61-62)

Chega o terceiro candidato pondo também uma condição (9,61). O “mas” se faz sentir. Naquela época, muitas vezes todos os membros da família viviam na mesma casa (avós, pais, tios, etc.). Ainda hoje isso ocorre no Oriente. O ambiente narrado aqui põe à luz um perigo: a despedida, por simples que seja, leva seu tempo e inclusive podia esfriar, ou pior ainda, levar a mudar a decisão.

Em sua resposta, parece que Jesus lança mão de uma imagem proveniente da sabedoria popular camponesa e muito conhecida no âmbito intelectual pelo sábio conhecido como Plínio “o Velho” (23 aC): quando se ara o campo, não se pode fazer um rego reto e profundo se o que ara olha para trás. Recordemos que na maior parte das famílias ricas esta antiquíssima ferramenta de agricultura era realizada por bois. Um trabalhador devia pôr constantemente seu olhar sobre o rego que se ia fazendo, só assim o campo estaria preparado para receber a semente e fazer uma boa colheita.

Jesus aplica a imagem à consequência que traz a absoluta novidade do Reino (9,62). Com isso, Jesus não pretende legitimar uma falta de amor à família. Mas sublinha que o seguimento exige um corte claro; que as relações vividas até agora não podem continuar do mesmo modo. Todo passo adiante na vida supõe assumir dolorosas renúncias que a opção implica. Jesus dá um exemplo disto quando rompe com sua amada Galileia (ver 9,51).

Isto vale para o anúncio do Evangelho. Jesus se entregou completamente, firme e decididamente, à missão, e pede o mesmo a seus discípulos: devem trabalhar o solo humano e consagrar neste trabalho todos os esforços. Aquele que se deixa distrair nesta função, não tem as qualidades para executá-lo. Isto se aplica, também, a todos os âmbitos da vida do discípulo. Jesus não aceita decisões tíbias: ir em seguimento exige ruptura, mudança de valores, esquecer experiências morais adquiridas.

Em conclusão: inspirados em Jesus, tomar bem as decisões

É comum ouvir dizer que este é um Evangelho “difícil”. Curiosamente, é o evangelista da ternura e da misericórdia que nos conta esta página, com um tom particularmente rigoroso, porém não rígido. Todo o ensino aponta para a exigência evangélica: quem quer seguir Jesus, deve decidir-se totalmente por ele e comprometer-se. A hora das decisões é a hora da verdade. O discipulado não admite frieza espiritual, é tempo de rupturas enérgicas com o passado para abrir-se a um futuro cheio de promessas.

A passagem de hoje nos ensina a dar todos os passos corretos na tomada de decisão fundamental por Jesus. Na história de cada um, tamanha decisão, representa um momento chave que não se define necessariamente em termos de acontecimentos presentes ou futuros, mas em termos de graça, que devemos saber aproveitar quando passa por nós, assumindo as dores das rupturas. A propósito dos últimos três personagens, o Evangelho nos deixa sem saber se depois das palavras de Jesus realmente o seguiram ou não.  O que sabemos, com certeza, são as circunstâncias e as condições que são necessárias para segui-lo. De cada um de nós se espera agora a resposta.

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:

  1. Quais as exigências que Jesus nos expõe para poder segui-lo incondicionalmente?
  2. Neste momento de minha vida que sinto com mais força que devo deixar para segui-lo?
  3. Por que custa tanto esse desprendimento? Que passos concretos dar?Possuo a valentia para optar

QUINTA-FEIRA

Lucas 10,1-12

A IDENTIDADE DE UM HOMEM DA PALAVRA

“Enviou-os como cordeiros em meio de lobos”

O texto que hoje nos propõe a liturgia nos coloca precisamente ante o perfil de uma pessoa que é servidora da Palavra. Não temos sido chamados somente para “ouvir” a Palavra, mas também para “anunciá-la” a todos nossos irmãos.

Seguindo o fio do texto de hoje vejamos, esquematicamente, para que cada um leve à meditação, a oração e a ação contemplativa, os traços de um missionário:

  1. Missionário reconhece que não manda em si mesmo, é Jesus quem escolhe e envia. “Designou o Senhor… e enviou-os” (10,1ac);
    1. O missionário sabe que a missão é tarefa de todos os discípulos de Jesus, que todos são chamados a serem portadores da Palavra, mas isso em comunhão com os doze. “… A outros setenta e dois…” (10,1b);
    1. O missionário tem consciência eclesial, não vai por conta própria, mas em equipe. “De dois em dois …” (10,1d);
    1. O missionário é antes de tudo um orante: nela capta a urgência da missão e a recebe de Deus. “Rogai, pois ao dono da messe que envie obreiros a sua messe” (10,2b);
    1. O missionário é consciente do risco de sua tarefa: anunciam a Palavra em uma sociedade cheia de conflitos, a perseguição será constante. “Os envío como cordeiros no meio de lobos” (10,3);
    1. O missionário se faz um com os pobres, a sua é uma opção consciente de despojo pessoal para que, o que brilhe nela seja a eficácia do mesmo Deus; ademais, não se apega a nada nem a ninguém, porque a missão é urgente e não admite distrações. “Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias. E não saudeis a ninguém no caminho” (10,4);
    1. O missionário é uma pessoa de paz, com sua maneira de ser, inauguram um novo tipo de relações entre as pessoas onde quer que entra. “Dizei primeiro: Paz a esta casa…” (10,5-6);
    1. O missionário não está afanado pela ganancia ou a acumulação de bens, porém igualmente “merece seu salário”. “Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo o que tenham, porque o operário merece seu salário” (10,7);
    1. O missionário vai prioritariamente onde está os marginalizados e as pessoas que sofrem para que no meio delas aconteça o Reino de Deus. “Curai os enfermos…” (10,8-9);
    1. O missionário não faz alianças com a sociedade que rejeita o projeto de Deus, mas que profeticamente mostra sua indignação e sua tomada de distância das atitudes que são contrárias à vontade de Deus; deixa que lhe corresponderá a Deus. “Dizei: até a poeira de vossa cidade que se grudou aos nossos pés, os sacudimos. Porém sabei, contudo…” (10,10-11)

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração

  1. Por que um “ouvinte” da Palavra deve converter-se em “servidor” dela?
  2. Que características deve ter um missionário, segundo o texto de hoje?
  • Que propósito eu vou fazer para incrementar minha vida de oração e compromisso pelos caminhos da Palavra?

SEXTA-FEIRA

Lucas 10,13-16

O PERFIL DO MISSIONÁRIO

“Quem a vós escuta a mim escuta”

Leiamos atentamente o texto do Evangelho. Procuremos descobrir sua riqueza, de maneira que sua leitura se converta em uma espécie de curso orante de formação missionária. Aqui daremos algumas pautas para que as aprofundemos a nível pessoal e comunitário.

A Convocação e o envio à missão (Lc 10,1)

“Depois disto”.

Refere-se a duas cenas anteriores do Evangelho:

  • Ao começar a subida a Jerusalém, Jesus já havia mandado dois discípulos “adiante dele” (9,52). Esta primeira missão foi um fracasso (9,53-54);
  • Imediatamente após, Jesus se encontrou no caminho com três candidatos ao discipulado e a eles lhes deu três indicações relacionadas com a missão:
  • Viverão sempre como itinerantes e desprendidos de tudo (“Aonde quer que vás… sem reclinar a cabeça”, 9,57-58);
  • Serão proclamadores da Palavra (“Tu, vai-te a anunciar o Reino de Deus”, 9,60);
  • Trabalharão intensamente como obreiros (põe “a mão no arado”, 9,62).

“Designou a outros setenta e dois”.

A missão dos 72 discípulos, que se situa depois de uma primeira missão realizada pelos doze (ver Lc 9,1. 10), é o prelúdio da evangelização de todas as nações do mundo; de fato, o número 72 (ou 70) evoca o número das nações pagãs segundo Gn 10.

Por outra parte, diferente da primeira missão já mencionada, Jesus ensina agora que a tarefa da evangelização responsabiliza a todos os membros da Igreja e não só a uns poucos.

Que esta missão seja antecipação da missão universal e que anunciem o compromisso de todos, podemos ver com maior clareza na segunda parte de Atos (13-18), quando for uma realidade plenamente assumida.

“O envio de dois em dois adiante de si”.

Os discípulos vão adiante para preparar o caminho a Jesus (como em 9,52) em todos os lugares aonde tem de ir, tal como o havia feito João Batista um pouco antes (ver 7,27).

O envio por dupla é sinal de testemunho, da mesma maneira que no âmbito judicial a palavra de um não vale se não é com a confirmação de um testemunho.

O missionário prega a verdade, não só de boca, mas também com a ratificação em sua própria vida: outro o poderia ratificar ou negar. Este tipo de envio será característico no Evangelho e em Atos (ver Lc 19,29;22,8–Pedro e João/ 24,13-35–Discípulos de Emaús/At 3–Pedro e João/13,2–Paulo e Barnabé.

Em Lc 10,2-12 Jesus dá as instruções básicas sobre o procedimento de seus missionários. Alguém poderia ir lendo esta parte detendo-se nos imperativos mais importantes que de uma forma rítmica vão delineando o perfil de um missionário a quem foi dito: IDE! (10,13a). Estes imperativos são: (1) Rogai! (2) Olhai! (3) Não leveis! (4) Dizei primeiro! (5) Permanecei! (6) Curai! (7) Proclamai! (8) Saí! (9) Decidi! (10) Sabei!

A evangelização começa no coração orante do discípulo-missionário (primeiro imperativo) e termina com esta convicção: quer os destinatários acolham ou não a Palavra, de todas as formas a oferta de salvação é um fato.

Tem que proclamar fortemente que o “Reino de Deus está próximo” (imperativo). Uma série de contraposições caracteriza a instrução: (1) Muitos/poucos; (2) Cordeiros/lobos; (3) A paz que repousa/que volta; (4) Permanecer/ir de casa em casa; (5) Acolher/ Rejeitar; (6) Entrar/Sair da cidade. Vale a pena observá-las no texto e deduzir pessoalmente dali toda a dinâmica interna que caracteriza a missão.

O tema da acolhida (vv.8-9) e da rejeição (vv.10-11) está posto de relevo. De fato, ao longo da narração, o que temos lido e o que virá, o Evangelho põe sempre essa contraposição, ao fim e ao cabo, como se havia profetizado, “Este está posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para ser sinal de contradição” (Lc 2,34). A rejeição do Evangelho tem consequências graves (vv.11-12).

Com relação ao âmbito da missão pode-se notar que nesta instrução Jesus dá uma preferência à missão nas casas (pode entender-se também casas de campo) e na cidade. Não tem missão de “massas”, mas se buscam as pessoas dentro de seu tecido social próprio; o mundo familiar e o tecido urbano.

Jesus cita três cidades do norte de Galileia que fecham as portas ao Evangelho: Corazain, Betsaída e Cafarnaum, enquanto que as cidades pagãs de Tiro e Sidônia parecem melhor dispostas.

Frente a esta rejeição, modelo de todas as missões que se fecham, se põe em evidência:

  • Que o objetivo da missão é a conversÃO (10,13). O que em última instância pregam os missionários é o dom do perdão dos pecados (dom pascal) para o qual é necessária a abertura à conversão. Assim recolhe o kerigma pascal, segundo o qual, os missionários são enviados para pregar “em seu nome a conversão para perdão dos pecados a todas as nações” (24,47; ver At 2,38s; 3,17-20;5,31; 10,42s;13,38.41). O missionário segue a linha de Jesus que vem “chamar à conversão… os pecadores” (6,32)
  • Que, com relação aos meios missionários, à conversão, não se chama somente por meio de Palavras, mas também ATOS concretos: “Se se houvesse feito os milagres…” (10,13);
  • Que, com relação à atitude esperada nos destinatários, é fundamental o ESCUTAR (10,16). Esta não é uma atitude passiva, mas a aceitação (o contrário da rejeição) da mensagem e sua assimilação na própria vida (ver 6,46-49);
  • Que não é indiferente a aceitação ou a rejeição da mensagem. Quem “escuta” a pregação escuta o próprio Cristo e começa a viver como discípulo seu. Quem rejeita terá que assumir a responsabilidade de sua atitude ante Deus (ver 10,14-15);
  • Que, com relação às pessoas, se fala de uma IDENTIDADE TOTAL de estilo, de palavras, de ação entre Jesus e seus missionários.

Portanto, a maneira como sejam tratados os discípulos-missionários se dirige, finalmente, à pessoa de Jesus: “quem a vós os escuta, a mim escuta” (10,16). Para o missionário esta é uma grande responsabilidade, exigência que o convida a estar atento todo o tempo a sua própria vida!

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração

  1. Que deve ter presente um autêntico missionário de Jesus Cristo? E eu, que aspecto da instrução de Jesus aos missionários devo trabalhar mais?
  2. A tarefa evangelizadora que exerço ou devo exercer, tem como fundamento o testemunho?
  3. Os que me conhecem podem dar testemunho sobre se aquilo que prego está arraigado primeiro em minha vida? Minha vida é anúncio de Jesus Cristo

SÁBADO

Lucas 10,17-24.
O MISSIONÁRIO NO GOZO DO ESPÍRITO SANTO.

“Alegrai-vos por que vossos nomes estão escritos no céu”

Os 72 missionários voltam da missão. Para Lucas, que está interessado em expor o processo de formação dos discípulos para a missão, não é suficiente apresentar-nos todos os detalhes relativos ao envio, como vimos nos dois dias anteriores.

Para ele também é importante que aprendamos novas lições com o regresso. Assim como o missionário tem que saber sair, também tem que saber voltar.

À diferença do evangelho de Marcos, os discípulos não vêm a descansar, mas que tomam um tempo para contar ao Mestre o que viveram (10,17). E isto se torna costume entre as comunidades primitivas. 

É o que vemos fazer Paulo e Barnabé ao final de sua primeira missão: À sua chegada reuniram a Igreja e se puseram a contar tudo quanto Deus havia feito juntamente com eles (Atos 14,27).

O relato dos discípulos é o ponto de partida para novas lições de Jesus para os missionários. 

A oração

A missão que, começou na oração (10,2), deve terminar também na oração (10,21). A noticia que os discípulos dão a Jesus já tem a forma de uma oração: “Senhor!” (10,17).

Por sua parte, Jesus dirige seu olhar um pouco mais para o alto: entoa um hino de louvor a Deus Pai, no gozo do Espírito, pela obra realizada por seus discípulos (10,21-22). Em sua oração retoma o essencial do acontecido: a revelação de Deus aos pequenos.

Os destinatários do perdão recebido conheceram o centro da missão de Jesus, e na sua pessoa tiveram acesso a fundo ao mistério de Deus: o rosto de um Pai que vela por seus pequeninos e os ama através das ações de seu amado Filho. O Senhor do céu e da terra inclinou-se benevolamente ante sua amada humanidade!

A alegria

Os discípulos foram testemunhas do poder de Jesus e por isso irrompe a alegria festiva. Os discípulos estão sendo convidados a louvar também ao Pai junto com Jesus. Os 72 “regressaram alegres” (v.17) pelo êxito de seu trabalho: a vitória sobre o mal, vitória conquistada pela invocação do nome de Jesus.

Agora não só conhecem mais a Jesus, mas conhecem também a grandeza do ser discípulo: Jesus lhes deu “poder de pisar sobre serpentes e escorpiões, e sobre todo poder inimigo” (10,19).

Que pode causar mais alegria que uma vitória? Porém Jesus em seguida lhes faz cair em conta que a verdadeira vitória é a do céu: alegrai-vos de que vossos nomes estejam escritos nos céus (10,20), isto é, não só a obra que hão realizado pela salvação de outros, mas a mesma salvação deles.

Jesus então lhes ensina a pôr a alegria na sua (v.21). É a alegria no Espírito, sinal de plenitude, do céu na terra, como a viveram Maria e os primeiros testemunhos do Senhor (ver Lc 1,14.228.40.58; 2,10), como provaram todos os que foram tocados pela misericórdia de Jesus (ver Lc 5,25-26;6,20-23;15,4-32;19,37-44;24,50-53; igualmente At 2,26-27.42-47; 13,48.52; 15,3.31). É a alegria que se envolve oração continua ante a contemplação da obra de Deus todos os dias na historia da humanidade.

A formação continua

Ao final fica claro que os missionários, que já começaram a ensinar, devem voltar à escola (10,23-24). O missionário não deve esquecer que antes de tudo é um discípulo, que o que ensina deve ir em coerência com o que vive, que o que ele proclama é a expressão do que sua vida testemunha, que o que ele dá é a expressão do que leva dentro.

Por isso as últimas palavras de Jesus soam a um novo convite à escola. Os discípulos estão sendo testemunhas privilegiadas de uma revelação que muitos outros de maior categoria quiseram “ver” e “ouvir”. Jesus lhes chama por isto “felizes” e ao mesmo tempo lhes recorda que devem seguir sendo receptores ativos da Palavra.

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração:

  1. Tenho estado alguma vez em uma missão? Que tenho feito ao regressar?
  2. A missão é o conteúdo de minha oração? Vivo no gozo do Espírito Santo como Jesus?
  3. Onde está a verdadeira felicidade para um discípulo do Senhor? Que deve fazer para chegar a esta?

Autor: Padre Fidel Oñoro, CJM

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