São Francisco de Assis (#ep1)

  “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.”

   Com esta frase de São Francisco de Assis, damos início ao primeiro episódio da nossa série SANTOS, podcast criado para os que tem devoção a seu Santo em particular, aquele que cura suas dores, suas angustias e move sua vida à caminho da santidade, em busca de bençãos seja para a família, amigos ou conhecidos.

Lino Soares – Itália

       Meu nome é Lino Soares, e junto com o Nosso Fundador da Comunidade Católica Paz e Bem, Gerardo Magela decidimos criar este projeto com o intuito de contar historias sobre os Santos do Catolicismo, que são venerados comumente tanto no Brasil como aqui na Italia, local onde estou gravando este Podcast. voce pode acompanhar não so pelo canal da comunidade Paz e bem no spotify, como também pelo www.pazebem.org.br.

Como estamos no ano de comemoração dos 25 anos da Comunidade Católica Paz e Bem, nada melhor do que começar este podcast contando um pouco da historia do Santo que é a inspiração da obra, São Francisco de Assis. Espero que gostem e aproveitem.

Giovanni di Pietro di Bernardoni, nasceu no dia 5 de Julho  1182, filho de  Pica Bourlemont e Pedro Bernardone dei Moricone um rico e conceituado comerciante de tecidos. Giovanni nasceu em berco de ouro, no seio da burguesia de Assis na Itália. Seu nome foi dado por seu Pai em homenagem a São Joao Batista.

Ele Foi batizado na Basilica de Santa Maria Maior em roma (antiga catedral de São Rufino) com o nome de João (Giovanni). Mas quando Pietro Bernardone voltou de uma viagem à França, mudou de idéia e resolveu trocar o nome do filho para Francisco, prestando uma homenagem àquela terra. A origem do nome Francesco (Francisco, em português, ou “francês”, em italiano) é incerta, supondo-se que derivou das raízes francesas da família ou da viagem do santo à França e do seu gosto pela língua e pela cultura francesa.

Francisco de Assis estudou na escola Episcopal, onde aprendeu a ler, escrever e principalmente contar. Enriquecer era uma obsessão naquela época. Ajudava seu pai no comércio, mas viver atrás de um balcão não era trabalho que o atraía.

O menino cresceu e se tornou um jovem popular entre seus amigos, por sua indisciplina e extravagâncias, por sua paixão pelas aventuras, pelas roupas da moda e pela bebida, e por sua liberalidade com o dinheiro, mas mostrava uma índole bondosa. Era nessa época fascinado pelas histórias de cavalaria, e desejava ganhar fama como um herói.

Em 1197, morreu o imperador romano-germânico, Henrique VI, senhor de grande parte da Itália, mas seu filho tinha apenas dois anos e vários nobres disputavam o trono. O Ducado de Assis era controlado pelo duque de Spoleto, que cobrava pedágio de tudo que atravessava a região.

Iniciou-se então uma revolta dos mercadores de Assis, que destruíram a fortaleza do duque e conseguiram conquistar o poder. Em 1198, Inocêncio III foi eleito papa e a Santa Sé queria tirar vantagem com o enfraquecimento do império. Um enviado do pontífice logo chegou à cidade de Assis, com o encargo de substituir o governo imperial.

Entre 1201 e 1202, os revoltosos organizam uma tropa para dar combate à nobreza feudal que recebera do imperador um privilégio que irritava os mercadores. Francisco participou das lutas entre Assis e Perúsia. Em 1203, de volta à sua cidade, tentou recuperar o tempo perdido. Entregou-se a uma vida de festas e torneios, mas logo se mostrou insatisfeito e resolveu mudar de vida e decidiu ser cavaleiro.

Para chegar a esse posto teria que começar como escudeiro de um nobre e partiu para sua missão. Durante o percurso, ao encontrar alguns mendigos, foi se desfazendo de seus pertences.

Decidiu voltar para sua casa, sem a glória que a família esperava, e indagando dizia:

“Como pode haver tanta injustiça, tanto luxo, ao lado de tanta pobreza?”.

    Ele ainda tentou engajar-se em 1205 no exército papal que lutava contra Frederico II, incentivado por um sonho que tivera. Nele apareceu-lhe alguém chamando-o pelo nome e levando-o a um rico palácio, onde vivia uma linda donzela, e que estava cheio de armas resplandecentes e outros apetrechos de guerra. Indagando de quem eram essas armas esplêndidas e o palácio magnífico, foi-lhe respondido que tudo aquilo era seu e de seus soldados. Animado com a perspectiva de glória, pôs-se a caminho, mas no trajeto teve outro sonho, ou uma visão, onde ouviu, uma voz a dizer:

Quem te pode ser de mais proveito? O senhor ou o servo? Como Francisco respondesse: O senhor, ouviu novamente a voz: Então  por que deixas o senhor pelo servo e o príncipe pelo vassalo?. Confundido, Francisco disse: Que queres que eu faça?, e a voz replicou: Volta para tua terra, e te será dito o que haverás de fazer. Pois deves entender de outro modo a visão que tiveste.

      Poucos dias depois, já em Assis, durante uma algazarra com seus amigos, teria sido tocado pela presença divina, e desde então, segundo a Legenda, começou a perder o interesse por seus antigos hábitos de vida e mostrar preocupação pelos necessitados. Eleito “rei da juventude” em um festejo folclórico tradicional, em vez de preparar-se para a entrada em uma vida de casado, como seria o costume, retirou-se, para uma caverna a fim de meditar, acompanhado de apenas um amigo fiel, para quem revelou suas preocupações e seu desejo de obter o tesouro da sabedoria e de desposar a vida religiosa conforme relatou seu primeiro biógrafo Tomás de Celano, . Mas ainda era um período de hesitação. Quando tinha arroubos de devoção e os expressava publicamente, era ridicularizado; tinha pesadelos com uma horrível mulher corcunda, e imaginava que esta era a imagem de sua futura vida de pobreza.

         Em 1206, num dia simples, mas muito especial, num momento em que Francisco rezava sozinho na Capela de São Damião, em Assis, ele sentiu que o crucifixo falava com ele, repetindo por três vezes a frase que ficou famosa: “Francisco, repara minha casa, pois olhas que está em ruínas”. voltou para casa, vendeu boa parte dos tecidos do pai e entregou-se ao serviço de Deus e dos miseráveis. Pedro Bernardone, ao saber o que seu filho tinha feito, foi buscá-lo indignado, levou-o para casa, bateu nele e acorrentou-o pelos pés, exigia que seu filho lhe devolvesse tudo o acusou de dissipador de sua fortuna. A mãe, porém, o libertou na ausência do marido, e o jovem retornou a São Damião para buscar acolhimento perante ao Bispo. Seu pai foi de novo buscá-lo. Mandou que ele voltasse para casa ou que renunciasse à sua herança. Francisco então renunciou a toda a herança e disse: “As roupas que levo pertencem também a meu pai, tenho que devolvê-las”. Em seguida se desnudou e entregou suas roupas a seu pai, dizendo-lhe: “Até agora tu tens sido meu pai na terra, mas agora poderei dizer: ‘Pai nosso, que estais nos céus”. pediu a bênção do bispo e partiu, completamente nu, para iniciar uma vida de pobreza junto do povo, da qual jamais retornou. O bispo viu nesse gesto um sinal divino e se tornou seu protetor pelo resto da vida

Para reparar a Igreja de São Damião, Francisco pedia esmola em Assis. Terminado esse trabalho, começou reformar a Igreja de São Pedro. Depois, ele retirou-se para morar numa capela com o nome de Porciúncula que segundo São Boaventura era a que ele mais amava. Ela fazia parte da abadia de Monte Subasio, cuidada pelos beneditinos. Ali o céu lhe mostrou o que realmente esperava dele.

 Em 1209, Francisco escreveu uma regra simples, Regula primitiva, para seu grupo de frades. A regra foi tirada da Bíblia: “Seguir os ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo e andar em seus passos”. Então, Francisco e seus 12 discípulos foram para Roma, onde receberam a aprovação do papa Inocêncio III para o governo franciscano da vida.

A ordem franciscana consistia em um grupo de pregadores de rua que não possuíam bens e apenas a Porziuncola como seu lar. É provável que nenhuma outra pessoa tenha tentado imitar a vida de Cristo e continuar seu trabalho como Francisco fez. Ele tem sido descrito como um amante da natureza, um trabalhador social, um celebrante da pobreza e um pregador.

Mais tarde, a Ordem se dividiu em três ramos: Ordem dos Frades Menores (OFM), Capuchinhos (OFMCap) e Conventuais (OFMConv).

Francisco, além de fundar a 1ª Ordem Franciscana (masculina), foi também o fundador da 2ª Ordem Franciscana, conhecida também por Ordem das Clarissas, abrindo assim a vivência do ideal franciscano para o ramo feminino. A primeira religiosa franciscana foi a jovem Clara Offreduccio, mais tarde chamada de Santa Clara de Assis, jovem de família nobre e admiradora de Francisco desde que o conhecera como “Rei da Juventude” pelas ruas e festas de Assis. Passou a admirá-lo mais ainda, quando se tornou um inflamado pregador da alegria e da paz, da pobreza e do amor de Deus, não só através de palavras, mas com o exemplo de sua própria vida.

A terceira ordem, denominada de “Ordem Franciscana Secular” é uma verdadeira Ordem na Igreja. Não formam um mero movimento ou associação qualquer. A OFS é uma ordem reconhecida como tal pela Igreja, que lhe apresenta uma forma de vida chamada Regra.

Como tal, ela é acolhida, aceita e abençoada pela Igreja em todas as partes do mundo. Ela faz parte da grande Família Franciscana e contribui para a plenitude de seu carisma.

A Ordem Franciscana Secular é constituída por Fraternidades abertas a todos os cristãos seculares.

Nelas há lugar para jovens, para casados, viúvos e celibatários no mundo; para clérigos e leigos; para todas as classes sociais, todas as profissões, para todas as raças; para homens e mulheres. Há lugar para todos porque se busca viver segundo o Santo Evangelho como irmão e irmãs da penitência.

Todos os anos, de 15 de agosto a 29 de setembro, Francisco tinha o costume de preparar-se com uma quaresma de oração e jejum para a festa de São Miguel Arcanjo. No ano de 1224, ele teve a visão do Serafim alado e recebe os estigmas. Seu estado de saúde piora muito a partir daí. No verão de 1225, Francisco esteve tão enfermo, que o cardeal Ugolino e o irmão Elias o levaram ao médico do Papa, em Rieti. São Francisco de Assis perguntou a verdade e lhe disseram que lhe restava apenas algumas semanas de vida. “Bem vinda, irmã Morte!”, exclamou o santo.

Em seguida pediu para ser levado à Porciúncula. Morreu no dia três de outubro de 1226, com menos de 45 anos, morreu cantando “mortem suscepit” depois de escutar a leitura da Paixão do Senhor. Ele queria ser sepultado no cemitério dos criminosos, mas seus irmãos o levaram em solene procissão à Igreja de São Jorge, em Assis, Onde foi sepultado.

No dia 16 de julho de 1228, Francisco foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Tornou-se o padroeiro dos animais, pela sua admiração e relação estreita com a natureza. Também foi elevado a padroeiro principal da Itália, em 1939 por Pio XII.

Sua humildade não consistia simplesmente no desprezo sentimental de si mesmo, mas na convicção de que “ante os olhos de Deus o homem vale pelo que é e não mais”. Considerando-se indigno do sacerdócio, São Francisco de Assis apenas chegou a receber o diaconato. Detestava de todo coração o exibicionismo.

Segundo Tomás de Celano, a aparência física de Francisco era extremamente agradável, e sua face refletia a inocência de sua vida, a pureza de seu coração e o ardor do fogo divino que o consumia. Era de estatura um pouco abaixo da média, cabeça proporcionada e redonda, com a face alongada e nariz reto e fino, pescoço esguio, testa plana e curta, olhos negros e límpidos, cabelos castanhos, orelhas pequenas. Sua voz era forte, doce, clara e sonora; os dentes eram unidos, alinhados e brancos, os lábios pequenos e delgados, a barba era preta e um tanto rala; seus ombros eram direitos, os braços curtos, as mãos delicadas com dedos longos, as pernas delgadas, pés pequenos, pele fina e sempre muito magro. Sua visão de si mesmo era, porém, oposta: descrevia-se como “um franguinho preto”, e o retrato pintado no Fioretti segue a mesma linha, mostrando-o como um homem miúdo de aspecto muito desprezível e vil, e que por este motivo nunca conseguia muitas esmolas entre gentes que não o conheciam.

Muitos milagres foram presenciados durante sua vida, à exemplo Um paralítico chamado Pietro morava na cidade de Nardi. Um dia, ao saber da vinda de Francisco a esta cidade para pregar, enviou uma petição ao bispo diocesano para que lhe enviasse o Poverello de Assis. Francisco aceita. Ele foi até Pietro e com um simples sinal da cruz curou o paralítico. Uma mulher, na mesma cidade de Nardi, recuperou a visão quando Francisco fez o sinal da cruz.

        Uma Mulher com as mãos encolhidas a ponto de não poder usá-las, soube da chegada do Santo a Gubbio, sua cidade, e instou-o a retomar o uso das mãos. Francisco ouviu sua oração e a curou.

        São Francisco teve pena de um frade que sofria de epilepsia, foi até ele e depois de abençoá-lo, o curou.

Uma mulher possuída vivia na Città di Castello, Francisco passando por aquele lugar, afugentou o demônio e libertou a mulher do mal.

Na igreja de São Francisco de Assis, Itália, inaugurada em 1256, estão guardados os restos mortais do santo. O Feriado de São Francisco de Assis é comemorado no dia 4 de outubro tanto no Brasil como aqui na italia.

Há alguns filmes  sobre a vida de São Francisco como “Francesco – A História de São Francisco de Assis” de Liliani Cavani, “O sonho de Francisco” de Renaud Fély e Arnaud Louvet, e “Francisco, arauto de Deus” de Roberto Rosselini.

Referencias

https://www.ebiografia.com/sao_francisco_de_assis/
https://www.calendarr.com/portugal/dia-de-sao-francisco-de-assis/
https://radiojornal.ne10.uol.com.br/noticia/2021/10/01/sao-francisco-de-assis-12-fatos-fascinantes-que-talvez-voce-nao-conhecia-217412/index.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Assis#Juventude_e_convers%C3%A3o
https://www.storyboardthat.com/pt/biography/s%C3%A3o-francisco-de-assis
https://www.calendarr.com/portugal/dia-de-sao-francisco-de-assis/

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