Falsas opiniões sobre o Cristo

João 7,1-2.10.25-30

QUEM NÃO ACEITA JESUS NÃO CONHECE A DEUS

 “Eu o conheço porque venho dele e Ele é o que me enviou”

Faça esse cafezinho chegar em muitas mesas!

PIX CNPJ: 022980550001-55

Associação da Comunidade Paz e Bem

Ao aproximar-nos do final da Quaresma, o Evangelho de João está querendo nos introduzir, pouco a pouco, na paixão de Jesus, ao colocar-nos em contato com os sentimentos de ódio e repulsa de seus opositores e com as ameaças de morte, às quais, constantemente, é submetido.

No Evangelho de hoje vemos Jesus sendo perseguido para a morte pelos judeus, “não pode andar livremente pela Judéia” (7,1) Sobe, então, tardiamente, em peregrinação a Jerusalém: “Somente depois de seus irmãos subiram à festa, então Ele também subiu, não manifestando-se, mas às escondidas” (7,2)

  1. Jesus, um sinal de contradição

Na cena narrada nos versículos 25 a 30 do capítulo 7 de São João, vemos claramente que o tema central é: Quem é Jesus? Quanto à resposta, a posição do povo e das autoridades é diferente. É importante notar que, os que fazem comentários não são opositores de Jesus, mas, parecem ser pessoas que hão reconhecido em Jesus um homem de bem (7,12).

Ao verem como Jesus ensina livremente no Templo, não lhe dizem nada, mas se perguntam: “Haverão admitido, as autoridades, a verdade sobre seus ensinamentos? A pergunta que está latente em suas inquietações é: ‘Não será ele o Cristo?’ ” (7,26). Porém, esta hipótese encontra, logo em seguida, uma objeção: segundo uma das expectativas judias, o Messias teria que ser de origem desconhecida; e é por isto que eles desclassificam logo a Jesus como sendo o Messias: “Porém, este sabemos de onde é! Galileia!” (7,27).

  • Jesus responde às objeções indicando o Pai

“Gritou Jesus, enquanto ensinava no Templo…” (7,28).

O Templo é o lugar onde Jesus se deixa reconhecer pelo enfermo que havia sido curado por Ele (5,14). O lugar – o Templo – e o tom de voz com que Jesus se expressa nos demonstram que o que está para dizer tem uma importância especial: “Conhecem a mim e sabem de onde sou” (7,28).

Jesus retoma com um timbre de ironia ao ponto exato que está pondo em dúvida seu reconhecimento como Messias: “Vocês me conhecem e sabem de onde sou”, repete, para suscitar novamente o interrogante e preparar a acolhida da sua afirmação.

  • Jesus é o enviado do Pai

“Eu não venho por minha conta, o que me enviou é verdadeiro, mas vocês não o conhecem” (7,28).     É verdade que Jesus procede da Galileia, não obstante, “não veio por sua conta”. Saiu de outro lugar. Jesus, em última instância, provém do Pai: “O que me enviou é verdadeiro” (7,18).

Jesus se apresenta como alguém que vem de Deus, que está junto a Deus (ver 1,1-2). É Deus mesmo quem o enviou, é seu representante, vem daquele que é “verdadeiro”, quer dizer, do Deus em quem os judeus dizem crer, “porém não o conhecem” (7,28). Neste sentido, a origem de Jesus é desconhecida por eles, porque não “conhecem” a Deus.

Estas palavras devem ter sido muito duras para os judeus, sobretudo para as autoridades que se gloriavam do privilégio de, não só de conhecer a Deus, mas também de possuí-lo com exclusividade.

E não o conhecem porque não hão reconhecido a Jesus: “Se conhecessem a mim, conheceriam também a meu Pai” (8,19). Jesus conclui, afirmando, com maior força ainda: “Eu o conheço porque venho dele e Ele é quem me há enviado” (7,29).

“Eu o conheço”, quer dizer, eu sei por excelência quem é e como é Deus. Como foi dito na última linha do prólogo do Evangelho: “A Deus ninguém viu jamais: o Filho único, que está no seio do Pai, ele o há revelado” (1,18; ver 1,1-2).

Jesus enquanto “enviado” do Pai não faz mais do que responder a vontade de Deus. Na contraposição que vemos entre as afirmações “vocês não o conhecem” e “eu o conheço” (7,28), Jesus nos deixa perceber que sua missão no mundo é dar-nos a conhecer o Pai, mostrar-nos o rosto de Deus e participarmos de sua vida.

Durante o caminho Quaresmal, que já temos percorrido na escuta diária do Mestre e na contemplação de suas atitudes, temos tido a oportunidade de ver e sentir, não somente, o rosto do Pai, mas, também, seu coração. Chegados a este ponto, já poderíamos estar bem contagiados de seus sentimentos, de seu amor e de sua vida.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: