Rezar em família (EFC)

Lucas 11,5-13

ESCOLA DE PAIS: UMA ORAÇÃO QUE RENOVA NOSSO ESPÍRITO FAMILIAR

“Quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem”

Não podemos deixar passar a riqueza do evangelho de hoje, o qual é uma maravillosa escola de pais. O ambiente familiar dos ensinamentos que Jesus propõe depois do “Pai-nosso” (Lc 11,1-4), é claro.

Ali se fala da casa e da familia do amigo, de seus filhos que não quer importunar, dos pais que sempre pensam no melhor para seus filhos e, sobretudo, no Papai Deus que dá seu Espírito Santo como o maior de seus dons para todos os seus filhos.  É claro que Jesus se apoia no mundo familiar para dar seu ensinamento sobre a oração aos discípulos. Assim é a importancia do mundo da familia!  Por isso, hoje estamos convidados a por maior atenção na oração em família.

  1. A oração em família: um espaço que eleva a fé

A oração pessoal é importante, mas, a oração comunitaria em família é melhor. A comunidade familiar encontra na oração umespaço que faz crescer o espírito do amor. E, vice-versa, a vida de oração cresce quando é partilhada com aqueles que percorrem, conosco, os mesmos caminhos de crescimento, particularmente os caminhos da fé.

É verdade que, às vezes, não encontramos o tempo para orar em família. Cada um tem algo diferente a fazer, os horarios não coincidem nem, tão pouco, os estados de ânimo. Acontece, também, que os momentos em que nos encontramos em casa coincidem com aqueles nos quais estamos cansados e com menor disposição para a oração. , é da oração que necesitamos quando estamos assim: que bom começar com uma partilha sobre o que temos feito e expressar sentimentos e ideais! Logo poderíamos unir tudo em oração na presença do Senhor. Então percebemos como a amorosa companhia de nosso Pai celestial e também a de nossos queridos termina sendo a constante de nossa vida.

  1. Que bençãos derrama o Senhor na oração familiar

A Biblia nos ensina que a vida de casado tem sua raiz e sua força na relação com Deus. E quando a  relação  encontra esta  raiz, conta  também com uma  fonte que mantém o amor sempre renovado, sempre em crescimento e cada vez mais perfeito. 

Então dos labios do casal vão sair, espontaneamente, expressões de gratidão pela experiencia do amor recíproco, invocarão, juntos, o dom da geração da vida, pedirão ajuda ao Senhor para que acompanhe e proteja a vida que está por nascer, suplicarão a valentia para ter o gozo de perdoar-se mutuamente e querer-se cada dia mais. João Paulo II nos ensinou que “só orando junto com os filhos, o pai e a mãe descem em profundidade no coração, deixando rastros que os eventos futuros da vida não poderão apagar” (Familiaris Consortio, 60).

3. Pistas para a oração familiar

3.1. Para fazê-la, primeiro tem que tomara decisão

Não tem que deixar que a desculpa da fadiga nos roube o espaço mais belo do dia. Tiremos um tempo para parar e entrar em oração. É preciso tomar a decisão pessoal e logo a iniciativa na casa. Quando se dá os primeiros passos, logo se nota como todos, em meio das pressões a jornada, vão sentindo a necessidade deste momento. 

Muitas famílias que se reúnem, semanalmente, para orar juntas, partem da Lectio Divina. Eas testemunham como, nas condições de vida de hoje, em meio das tantas ocupações, dentro do cansaço, da enfermedade, da dor que, não poucas vezes, se experimenta na experiencia familiar, o Senhor os tem presenteado com o dom da oração. E esta se converteu na ante-sala da celebração eucarística dominical, à qual vão também como família.

3.2. Suplicar el don de la oración familiar

Muitos temores bloqueiam a pais de família que têm a intenção de fazer de seu lar uma escola de oração para todos: muitas vezes o medo do “não” dos outros, porém, o temor mais frequente é  “se  nós mesmos não sabemos orar, que vamos ensinar aos filhos?”. Esta era a preocupação dos apóstolos, que sabiam que na missão teriam que educar as comunidades na oração. Um dia, quando Jesus estava orando, alguem lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar” (11,1). Também nós não tenhamos medo de dirigir esta súplica ao Senhor, admitindo que não sabemos.

Façamos desta súplica o nosso pedido mais importante de todos os que levamos no coração. E não nos cansemos de repetí-la, seja como esposos, seja como pais de familia, ou como filhos. O Pai, assim como nos assegura Jesús, “o concede o Espírito Santo aos que o pedem” (11,13) e é o Espírito Santo que conduz nossa oração.

3.3. Orar a vida mesma

A oração partilhada faz fluir as expressões do afeto esponsal e, também, paterno-filial. Com a oração  se celebra a acolhida agradecida do dom da vida, se acompanha o partilhar alegre da comida, se  agradece a benção da alegria da saude e da cura,  se oferecem as enfermidades e os sofrimentos, o ter ou a carencia do trabalho, do colégio e das férias. A oração não deve faltar nas festas de aniversário e nas outras festas, nem na oblação da vida que morre e na memoria perene dos seres queridos que já partiram para a casa do Pai.  

Não esqueçamos um espaço cotidiano, simples, porém, importante, que é o da benção da mesa. É rápida, porem tem muita força. Que bom incrementar em nossas casas o costume de orar antes de começar a comer! Desde os momentos mais simples, até aqueles que marcam mais profundamente a vida, como o noivado ou a espera de uma nova vida no lar, deveriam estar marcados pela oração.

Como podemos ver, não se pode orar pondo entre parênteses as situações concretas da vida. Trata-se de um diálogo essencial entre a oração e a vida, entre a vida e a oração. Precisamente, este é o  “dialogo” que temos que ter dentro da familia, preocupando-nos por cultivar a vida interior, na vida de oração, a todos os que vivem na casa.

4. Vivendo para a grande comunidade cristã

Esta é a contribuição específica que a familia, cada familia, deve dar à grande familia da comunidade  cristã. Para isso é necessario o acolhimento e cuidados da comunidade. Como é importante que nossas comunidades se preocupem por sustentar o caminho espiritual das famílias, dando muita atenção aos momentos de oração comunitaria nos quais as famílias estão presentes. Depois, de volta às suas casas, em cada uma das familias se fará o mesmo. 

Que belo espetáculo quando a familia se integra na comunidade. Sobretudo quando os filhos se unem a seus pais e vice-versa, assim como quando Jesus acompanhava seus pais, Maria e José, em suas peregrinações, de Nazaré até Jerusalém. Era nesse ambiente no qual, depois dessas maravilhosas experiências de fé partilhadas, o evangelho nos diz que “Jesus progredia em sabedoria, em estatura e em gracia diante de Deus e diante dos homens” (Lc 2,52). 

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