“Tomai, isto é o meu corpo” (EFC – Corpus Christi)

Tomai: isto é o meu Corpo; Este é o meu sangue da nova aliança, que é derramado em favor de muitos”. (Mc. 14,22;24)

Terra, exulta de alegria, Louva o teu pastor e guia, Com teus hinos, tua voz”. Assim inicia-se a primorosa sequência composta por São Tomás de Aquino especialmente para a festa de hoje. Qual o sentido desta festa? Celebrar, proclamar, professar, expressar a nossa fé inabalável em Jesus Cristo, presente em corpo, alma e divindade, na Eucaristia!

  • A instituição da Eucaristia (14,22-25)

Esta cena constitui uma dos mais vibrantes “desenvolvimentos” teológicos de todo o Evangelho de São Marcos. Aqui Jesus dá uma interpretação do significado último de sua morte. Este é um dos textos mais estudados de todo o Novo Testamento junto com outros relatos da instituição da sagrada Eucaristia: Mt 26, 26-29; Lc 22, 14-20; Jn 6, 51; 1 Cor 11, 23-26.

Qual é a intenção de Marcos ao narrar a instituição da Eucaristia?

Em contraste com Paulo (1 Corintios), Marcos não mostra de modo explícito a tradição da cena como um ensinamento sobre a celebração da Eucaristia pela comunidade.

Sem duvida, a cena suscitou e seguirá suscitando em nós, leitores de hoje, reflexões sobre a origem e o significado fundamental do culto eucarístico, mas a finalidade imediata de Marcos, no contexto do relato da Paixão, é fazer uma interpretação de toda a missão de Jesus e do papel que os discípulos têm nela. Vamos confirmar isto aos poucos, na medida que lemos, bem devagar, esta passagem.

Uma primeira visão do texto

A narração se desenvolve apenas com os termos precisos, com muita clareza e nitidez. Durante a ceia, Jesus realiza o gesto simbólico de abençoar o pão e o vinho e compartilhar com seus discípulos.

Cada gesto está acompanhado de uma palavra explicativa. Sobre o pão e sobre o cálice Jesus pronuncia uma oração. Sobre o pão se diz “bendito”, e o cálice se diz “deu graças”, mas não conhecemos o conteúdo da oração.

Com o pão nas mãos Jesus disse “tomai” e, se não o disse expressamente, se entende que o mesmo disse para o vinho. Do cálice se disse que beberam todos, e se tampouco disse expressamente, se entende que todos comeram também do pão.

O importante é que Marços nos faz ver que os discípulos têm participação direta nas ações de Jesus. Ao fim, a ceia acaba com o solene hino do Hallel Pascal.

Convidou-os agora a aprofundar. O sentido da ceia está nas palavras explicativas que Jesus pronuncia após cada um dos gestos com o pão e o vinho, respectivamente, e na conclusão de toda a ceia.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: