A ovelha que foi encontrada – (EFC)

Mateus 18,12-14 (A ovelha desgarrada) – 

A parábola da ovelha perdida em Lucas (15,3-7) é uma exortação a compartilhar a alegria do perdão que Deus outorga aos pecadores que se convertem e, por sua vez, dispor-nos ao perdão. No texto de Mateus, a mesma parábola faz parte do discurso eclesial (cap.18), no qual Jesus comunica aos discípulos algumas indicações preciosas acerca da vida comunitária: o esforço por fazerem-se pequenos, disponibilidade à acolhida, atenções para o que vacila na fé…

Em coerência com tal contexto, para o primeiro evangelista a parábola da ovelha perdida não fala di­retamente de Deus que se põe a buscar a ovelha, mas da comunidade, que deve ser “sinal do rosto de Deus”, de Deus que vai em busca da ovelha perdida com uma solicitude pastoral pelo “pequeno” e mais ainda pelo que tem se extraviado, pelo pecador. Deixar as noventa e nove ovelhas para buscar uma é uma loucura; porém assim é a loucura de Jesus e deve ser a loucura da comunidade (v.14). A comunidade não deve deixar-se guiar por critérios de eficiência, mas pelo “cuidado” como pequeno, como insignificante, como marginalizado ou distante, pelo motivo que for. Não se assegura automaticamente o êxito (v.13: «consegue-se encontrá-la…»), porém se exorta à comunidade a não esquecer nunca o buscar a ovelha perdida, porque será fonte de grande alegria: «vos asseguro que se alegrará por ela mais que pelas noventa e nove que não se extravia­ram» (v.13).

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