ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: Eu posso ir além
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Estamos no Sermão da Montanha e o trecho de hoje é muito desafiador: Mt5,38-42.
Aprendemos a não somente revidar a ofensa, mas socorrer o ofensor. É preciso ir além!
- Uma bofetada da face (5,39b): neste caso a vítima não devolve o golpe, mas, ao contrário, demonstra seu espírito indefeso, expondo a outra face (5,39c);
- Um processo para reclamar uma dívida (5,40a): a vítima se mostra mais generosa que o agressor entregando mais que o reclamado (o manto era peça de grande valia para um pobre);
- Uma retenção do exército romano (5,41a): Os soldados romanos podiam parar as caravanas e forçá-las a carregar pedras. Como havia abusos a lei previa que um romano não podia exigir mais que uma milha em tal esforço. A resposta é, por conta própria, fazer o dobro do pedido, assim fica claro que não é um escravo, mas um homem livre que serve generosamente ao outro (5,41b);
- Uma pessoa pede ajuda (5,42a): Um mendigo pede esmola. Alguém que pede ajuda todos os dias, aos poucos não começa a cansar as pessoas? Entretanto, não podemos perder a paciência;
- Um empréstimo (5,42b): Aqui o contexto é bem conhecido: as desapropriações por causa da violência romana (anos 60/70) levaram muitas famílias a perder seus bens. Então iam a outras cidades e buscavam auxílio junto aos irmãos cristãos. Estes os acolhiam com generosidade e lhes faziam empréstimos para que pudessem reorganizar a vida. Mas a situação era tal que não havia como pagar e os mesmos voltavam a pedir mais. Então começavam a negar-lhes (6,12; 18,23-25).
Em todos estes casos vê-se como a vítima não devolve a ofensa, mas mostra-se sempre bondoso: enfrenta o problema com uma atitude diferente; anula a tensão do agressor; e desarma, de maneira inusitada, a agressão. Não se afronta o mal de maneira passiva, mas com uma atitude de violência a si mesmo que corresponde ao fazer o bem ao inimigo.