ENQUANTO FAÇO O CAFÉ: Jesus prega com autoridade

Lucas 4,31-37

Sua palavra tinha autoridade

A Palavra do Senhor é “luz para nosso caminhar”, ensina o Salmo 119,105.

Abre-nos horizontes, permite-nos saborear a presença viva de Deus, ajuda-nos a tomar consciência do grande valor de nossa própria vida, forma em nós o rosto vivo de Jesus.

Além do mais, a sensibilidade à Palavra nos educa para a docilidade ao Espírito. 

A escuta responsável da Palavra de Deus põe a ponto nossa capacidade e prontidão para acolher a consolação do Espírito com liberdade de coração.

O objetivo último de todo este exercício contínuo de escuta da Palavra do Mestre é o gozo, do qual muito bem assinalava São João Eudes: “Que faça de nosso ser um Evangelho vivo, escrito por dentro e por fora, no qual a vida de Jesus esteja perfeitamente impressa em nós” (OC III).

A missão de Jesus em Cafarnaum

Continuando com nossa leitura de Lucas, hoje passamos, com Jesus, de Nazaré a Cafarnaum. Em Nazaré vimos o discurso inaugural, agora, em Cafarnaum, vemos suas primeiras obras de poder. O ministério de Jesus em Cafarnaum começa como em Nazaré: ensinando na sinagoga.

Ali seu ensino causa assombro porque “sua Palavra tinha autoridade” (4,32). O poder da Palavra está ligado ao que foi dito em 4,18: “O Espírito do Senhor está sobre mim”;  ao inspirar a pregação de Jesus, o Espírito Santo lhe dá efeito de salvação.

As cenas que seguem mostram exemplos concretos: O exorcismo de um homem na sinagoga (4,33-37); A cura da sogra de Pedro (4,38-39); E muitas outras curas que se realizam no mesmo dia ao entardecer (4,40-41). Detenhamo-nos em alguns pontos destacados da passagem (também o resto do capítulo):

(1) Jesus liberta vencendo o demônio

Este disse “viestes destruir-nos” (4,34). A cena parece representar um combate entre Jesus e o demônio. Jesus exerce seu poder, sobretudo no homem para libertá-lo.

Nas três cenas em que Jesus exerce seu poder podemos notar que se apresenta a derrota do adversário de Jesus. Em 4,34 e 4,41 os demônios gritam e se espantam porque sabem quem é Jesus.

Em 4,38, Lucas descreve a situação da sogra de Pedro com uma informação importante: estava oprimida por uma grande febre. Isto recorda a história de outra mulher em quem a enfermidade é qualificada como uma “opressão de Satanás” (13,16) e, a cura,  como uma “libertação” (14,12).

(2) Jesus liberta, vencendo a enfermidade

Os enfermos e endemoninhados indicam o homem que sofre. A atitude de Jesus com eles permitem captar uma particularidade que será tema importante no Evangelho: a misericórdia.

Notemos os pequenos detalhes que são próprios de Lucas. Estes às vezes passam despercebidos, porém, refletem muito do que é o coração de Jesus:

  • A delicadeza: não maltratar (4,35);
  • O inclinar-se até a pessoa (4,39);
  • O contato: “impunha-lhes as mãos” (4,40);
  • O respeito pelo individuo “um por um” (4,40).

Cada uma destas atitudes se repete frequentemente no Evangelho e está como modelo nas grandes parábolas:

  • a do bom samaritano (10,29-37);
  • as da misericórdia (todo capitulo 15);
  • a do “rico epulão” (16,19-30). 

Os discípulos de Jesus serão educados de modo especial neste comportamento: “Eu estou no meio de vós como o que serve” (22,27).

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