RAMOS DA PAIXÃO | Estudo Bíblico ano C

Lucas 22,14–23,56

Introdução

Tem sentido celebrar o Domingo de Ramos se estamos dispostos a perseverar com essas mesmas palmas até o Domingo da Ressurreição, percorrendo a procissão que passa pelo tríduo pascal, aprendendo que a verdadeira palma da vitoria é a da Cruz.

Iniciamos a Semana Santa. Dela dizia São João Crisóstomo: “Nela verificaram-se para nós dons inefáveis: foi concluída a guerra, extinta a morte, cancelada a maldição, removida toda barreira, suprimida a escravidão do pecado. Nela o Deus da paz pacificou toda realidade, seja no céu seja na terra”.

Este Domingo de Ramos “na Paixão do Senhor” nos oferece abundante banquete da Palavra. A liturgia nos propõe a “procissão dos ramos”, na qual se proclama a passagem da entrada de Jesus no Templo, segundo a versão de Lucas. Logo, na Eucaristia, se proclama a Paixão de Jesus segundo são Lucas. Convidamos-lhe a saborear estas passagens.

  1. Entrada triunfal a Jerusalém: A oração dos discípulos ante o “Rei” (Lc 19,37-40)

Lucas é o evangelista da oração. Abordemos este ano o relato da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, destacando a lição que nos dá sobre a oração:

“Próximo à descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, tomada de alegria, começou a louvar a Deus em altas vozes, por todos os milagres que viram.

  Diziam: Bendito o que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!

  Alguns dos fariseus que estavam no meio da multidão o disseram: ‘Mestre, repreende os teus discípulos’.

  Ele respondeu: ‘Digo-vos: se estes se calarem, clamarão as pedras!’”.

Aprofundemos o texto…

A entrada de Jesus em Jerusalém, em Lucas, se dá em meio da celebração festiva “da multidão dos discípulos”(19,37b).

Notamos três detalhes que a caracterizam:

(1) O sentimento de alegria: “Cheios de alegria”;

(2) A forma como a expressão: “A grandes vozes”(=gritos); e

(3) O conteúdo: “Se puseram a louvar a Deus”. Vejamos aspectos importantes do conteúdo da oração.

1.1. Uma oração que dá testemunho

A oração dos discípulos parece tentar resumir o que viram ao longo de seu caminhar com Jesus; na prática esta oração é um testemunho do acontecer do Reino no inédito do ministério de Jesus: “Felizes os olhos que vêem o que vedes!” (10,23-24).

O primeiro testemunho dos discípulos nos Atos dos Apóstolos consistirá em proclamar a todo o mundo “as maravilhas de Deus (At 2,11).

Esta oração é, antes de tudo, um reconhecimento agradecido a Deus, ou seja, ao Pai como fonte da obra realizada por Jesus Cristo. Já antes se havia dito que em Jesus Cristo “Deus visitou a seu povo” (7,16). Agora, se louva a Deus com maior precisão “por todos os milagres (=obras de poder) que tinham visto” (19,37).

1.2. Uma oração que aclama ao Messias

Lucas nos diz com que palavras se expressava o louvor dos discípulos: “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas” (19,38; Lucas omite a aclamação “Hosana” incompreensível para um leitor que não seja judeu). Como podemos ver, trata-se de duas aclamações que se juntaram:

(1) Bendito o que vem…

Trata-se de uma citação do Sl 118,26, a qual era bem conhecida na liturgia do Templo de Jerusalém. Com esta aclamação se recebiam os gozosos peregrinos no momento de seu ingresso ao Templo. Nos lábios dos discípulos aparece uma palavra que não estava no texto original do Salmo: Rei! “Bendito o Rei que vem…”.

Na realidade isto não faz mais que interpretar o sentido genuíno da saudação, o qual a principio era dirigido ao rei, nos tempos da monarquia, quando ele se aproximava do Templo para fazer a oração. Para os tempos messiânicos Zacarias (9,9) havia profetizado: “Exulta sem parar, filha de Sião, grita de alegria, filha de Jerusalém! Eis aqui que vem a ti teu rei:…”.

Antes da entrada a Jerusalém, o último ensino de Jesus havia sido a parábola de alguém que havia viajado para receber a investidura real (cf.19,15). Assim Jesus anunciou a chegada próxima de seu reinado (cf.19,11) e a rejeição que receberia (cf.19,27).

Durante a viagem a Jerusalém, Jesus havia profetizado que o povo de Jerusalém cantaria Bendito o que vem…(13,35). Aqui não todos, mas apenas os discípulos, eles antecipam seu cumprimento e são as primeiras vozes de um canto que deve abarcar Jerusalém e o mundo inteiro.

(2) Paz no céu…

A segunda parte da oração retoma o canto dos anjos na noite do natal (2,14). O louvor referido duas vezes para o alto (“no céu… nas alturas”) é um grito de gratidão a Deus pela vinda do Rei-Messias a quem lhe haviam chamado Príncipe da Paz (Is 9,5).

A primeira vez haviam sido os anjos, agora são os discípulos. Pode se ver como, com a aclamação dos discípulos, a oração se torna circular: primeiro a aclamação vinha do céu para a terra, agora vai da terra para o céu. Porém, note-se um detalhe, trata-se de uma pequena mudança no texto: já não é “paz na terra”, mas “paz no céu”. Não é que o céu necessite paz, mas que é de lá que provem e lá é celebrada.

A “paz” em Lucas é sinal da salvação de Deus, pois esta tem sido enviada desde o céu na pessoa de Jesus, todavia não tem chegado a Jerusalém, que de fato a rejeitará (“Se tu também conhecesses neste dia a mensagem de paz! Porém agora tem ficado oculta a teus olhos”, 19,42). 

Durante a paixão de Jesus, Herodes e Pilatos farão as pazes (23,12) e desde a Cruz de Jesus virá a reconciliação entre Deus e os homens. Isto se recordará na pregação missionária: “Ele enviou sua Palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a Boa Nova da paz por meio de Jesus Cristo que é o Senhor de todos”(At 10,36). É assim como a vinda do Reino conduz à paz.

1.3. Uma oração impossível de calar

O fervor dos discípulos escandaliza aos fariseus. A reação negativa, “Mestre, repreende a teus discípulos” (19,39), deixa ver a importância desta cena de oração:

  • A aclamação dos discípulos é um reconhecimento de Jesus como o Messias enviado por Deus. É natural que apareçam adversários que não estejam de acordo.
  • A aclamação dos discípulos parece extravagante para este grupo piedoso: demasiada explosão de sentimentos lhes parece inadequada.

Mas Jesus considera que a advertência é inaceitável: “Vos digo que se estes calam gritarão as pedras” (19,40). Jesus admite a verdade da aclamação messiânica. Além do mais, com este dito que nos recorda outro de Hb 2,11

, Jesus deixa entender que o louvor não se pode conter, quem experimenta a salvação não pode guardar silencio, e isto é precisamente o que testemunham seus discípulos.

2. O caminho de servo sofredor e do mártir até a Cruz (Lc 22-23)

Deixando-nos guiar pelo evangelista Lucas, acompanhemos agora o último trecho do caminho de Jesus e aprofundemos no drama de amor de Deus pela humanidade, drama que também põe à luz a mesquinhez humana.

De fato, Lucas chama o evento “o espetáculo”(23,48), termo que neste contexto significa: o evento digno de ser contemplado e absorvido longamente mediante um diálogo de confrontação. 

Como gosta de insistir Lucas, é o caminho do Messias que, passando pela misteriosa rota da paixão, entra na glória do Pai (ver 24,26). Para uma leitura orante do relato da paixão e morte de Jesus (Lc 22,1 a 23,56), convidamos a considerar atentamente – lendo devagar e com o texto bíblico ante os olhos – os 16 quadros que vão ordenando a narração deste grande acontecimento. 

E visto que cada um dos relatos da paixão tem uma ênfase própria, nesta ocasião destacaremos brevemente onde estão as ênfases particulares do relato Lucano.

2.1. O complô contra Jesus (22,1-6)

O relato da Paixão inicia com um prelúdio que nos insere a seguir o drama. Satanás volta ao ataque e se ativam as forças hostis que interessam a morte de Jesus.

2.2.  A última páscoa (22,7-20)

Após os preparativos por parte dos discípulos para o banquete (22,7-12), se prossegue com a celebração pascal mesma (22,14-38). Lucas destaca o ritual da ceia pascal judia ao longo da qual o cabeça da família faz circular varias taças. Faz um sinal sobre o pão, que permanece como “Minha recordação” (22,19).

Nas palavras de Jesus sobre o vinho (22,20) se cumpre a profecia:

Eis que virão dias – oráculo de Yahveh’ em que farei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança… porei minha Lei em seu interior e sobre seus corações a escreverei, e eu serei seu Deus e eles serão meu povo… Quando perdoar sua culpa, e de seu pecado não voltar a recordar-me” (Jr 31,31.33.34).

2.3. O Testamento de Jesus (22,21-38)

Lucas enriquece a ceia pascal com o discurso final de Jesus a seus discípulos.

(1) Partindo do gesto de infidelidade de um membro da comunidade (22,21-23), Jesus dá as instruções para o comportamento da comunidade cristã que permanece fiel a Ele. Deseja que o poder não se exerça à maneira dos pagãos.Não há necessidade de títulos rimbombantes.Os reis pagãos se fazem chamar “benfeitores”, porém não são o modelo dos discípulos de Jesus. Eles devem imitar a Cristo que se faz servidor de todos. Ele, que tem uma dignidade real e que dispõe de um Reino, se põe no meio dos seus como o que serve (22,24-27).

(2) Deseja ainda que os discípulos compartilhem sua vida futura: a plenitude do Reino. Mas para isso tem que perseverar, como o Mestre, nas provas (22,29-30).

(3) Em meio da infidelidade do discípulo, Jesus põe em primeiro lugar sua própria fidelidade: “Eu roguei por ti para que tua fé não desfaleça”.

Visto que Satanás não permanece inativo e conhecendo a debilidade de seu discípulo, Jesus anuncia as sacudidas que vai sofrer Pedro, antes de sua queda. A conversão de Pedro servirá de fortalecimento de toda a comunidade (22,31-34).

(4) Os discípulos viverão, dentro de pouco, a missão, ali se encontrarão, assim como Jesus na Paixão, a hostilidade do mundo e evangelizarão num mundo de violência.

A este respeito, Jesus dá novas instruções aos discípulos. A diferença do que disse no primeiro discurso missionário, já não os envia com as mãos vazias. Chegam tempos difíceis, o caminho será perigoso e, em consequência, terão que proteger-se (22,35-38).

2.4. A angustiante oração no monte das Oliveiras (22,39-46)

A atmosfera se torna escura quando Jesus e seus discípulos se dirigem para o monte das Oliveiras, onde a angustiosa oração de Jesus faz contraponto ao momento de violência que vem com a prisão.

Lucas destaca que Jesus ora e faz orar conforme o ensinamento que havia dado aos discípulos (Lc 11,2-4). Retoma duas petições do Pai Nosso.

Ao inicio e ao final do episódio, Jesus pede a seus discípulos que orem de modo que não caiam em tentação. Ao Pai diz: “que não se faça a minha vontade, mais a tua”.

Deus acolhe sua oração e o envia um anjo para que o reconforte. O mesmo que Deus já havia feito com o profeta Elias (1 Rs 19,4-8).

2.5. O beijo do traidor (22,47-53)

Não se sabe como está composta a tropa que vem a capturar a Jesus.  A atenção se fixa no traidor, um dos doze, e na atitude de Jesus que põe em prática o que disse no Sermão da planície: “Amai a vossos inimigos”.

Ao contrario do que fazem tanto Judas -que lhe entrega à morte – como os discípulos – que reagem com violência -, o comportamento de Jesus neste momento é o verdadeiro modelo dos cristãos.

2.6. A queda de Pedro (22,54-62)

No pátio da casa do sumo sacerdote, na presença de Jesus (deixa entender o v.61), Pedro nega ser discípulo (23,56-57), pertencer à comunidade (23,58) e ter feito caminho com Ele desde a Galileia (23,59-60).

As três formas concretas do vinculo com Jesus, Pedro as declara inexistentes: “Não o conheço!… Não o sou!… Não sei de que falas!”. Porém, o olhar do Senhor e a recordação de suas palavras produzem a conversão de Pedro (23,62). 

1.7. O rosto coberto (22,63-65)

Os guardas, golpeiam a Jesus e zombam dele. Ao contrario de Pedro, eles não afrontam o olhar de Jesus: cobrem seu rosto pedindo-lhe que jogue com eles o conhecido jogo “da galinha cega”.

2.8. Jesus ante o Sinédrio (22,66-71)

A manhã da sexta começa com um interrogatório ante a máxima autoridade judia. Prestar atenção no tema. Na anunciação, o anjo do Senhor havia dito a Maria que Jesus era Filho de Deus, enquanto Rei-Messias, mas, também de modo particular, enquanto participava da santidade de Deus.

O mesmo acontece aqui. A revelação se faz em dois momentos.Jesus, primeiro, deixa entender que Ele é muito mais que um Rei-Messias temporal.

A partir da misteriosa figura do Filho do homem que vem entre as nuvens do céu (anunciada pelo profeta Daniel), após faz entender que Ele é o Filho de Deus. Diante do Sinédrio não se realiza um processo judicial: não há testemunhos, nem acusações e nem sentenças.

2.9. Jesus ante Pilatos (23,1-7)

Desta vez sim há processo judicial. A acusação se baseia em motivos políticos: “perverte ao povo proibindo pagar impostos e dizendo que é o Cristo Rei”.  Pilatos afirma pela primeira vez que Jesus é inocente: “Nenhum delito encontro neste homem”.

2.10. De Pilatos a Herodes (23,8-12)

Em lugar de tratar Jesus como um de sua jurisdição e de faxer-lhe justiça, Herodes se comporta indignamente. Enfim lhe rende honra de modo involuntário revestindo-o de um manto real.

2.11. De Herodes a Pilatos (23,13-25)

Pilatos afirma pela segunda vez que Jesus é inocente, desta vez coincidindo com a opinião de Herodes. Mas, faz flagelar Jesus com intenção de soltá-lo depois.

Mas, isto não satisfaz os chefes nem o povo, que intervêm aqui pela primeira vez. Uma ironia trágica aparece no texto: aqueles que haviam acusado Jesus de subversão são os mesmos que solicitam a libertação de um verdadeiro subversivo, pedindo a morte do inocente.

Após afirmar por terceira vez que Jesus é inocente, Pilatos acaba cedendo ante a pressão popular. Para Lucas, os principais responsáveis da morte de Jesus são os sumos sacerdotes e os chefes do povo. Destaca-se a ausência dos fariseus. Segundo o testemunho de Lucas, eles não são inimigos mortais de Jesus.

1.12. Jesus carrega a cruz (23,26-32)

A narração alcança seu vértice dramático durante o caminho da Cruz. Levando a cruz atrás de Jesus, Simão de Cirene se converte em modelo do discípulo que toma a cruz.

O povo também segue Jesus, contemplando seu caminhar. Destacam-se a atitude das mulheres e as palavras que Jesus dirige para elas. Em tom profético Jesus anuncia a queda de Jerusalém.

2.13.   Uma morte exemplar (23,33-34)

Até o fim de sua vida, Jesus pratica o que ensinou: o amor aos inimigos e o perdão das ofensas. Enquanto é crucificado disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.

2.14.   A morte de um rei (23,35-43)

Os chefes dos judeus, os soldados romanos e um dos malfeitores desafiam Jesus para que salve a si mesmo (23,35-41). Jesus não o faz. Ele é “salvador”, não exerce seu poder para proveito próprio.

Por decisão pessoal, introduz no paraíso um pobre homem que põe sua confiança n’Ele. A salvação não será só ao final dos tempos, quando voltar.  Jesus, desde a cruz, anuncia o “hoje” da salvação (23,42-43).

2.15. A morte do Filho (23,44-46)

As últimas palavras de Jesus na cruz são uma oração expressa em um grito de confiança. Se bem, estão inspiradas no Salmo 31,6, elas evocam suas primeiras palavras no Templo de Jerusalém, quando cumpriu seus doze anos. Jesus chama a Deus seu “Pai” e em suas mãos deposita toda sua vida, n’Ele conclui seu caminho e a Ele entrega sua causa.

2.16. Depois da morte de Jesus (23,47-56)

Inicia uma serie de reações ante à morte heróica de Jesus. Notamos a alusão contínua ao “ver” o crucificado:

(a) O centurião romano “” e dá testemunho: a morte de Jesus é uma injustiça (23,47).  Ele é inocente

      injustiçado profetizado por Isaías como “Servo de Yahweh” (53,11-12; ver At 3,14;7,52; 22,14);

(b) O povo “” e começa a converter-se, reconhecendo sua culpabilidade (23,48); e

(c) amigos que o acompanhado desde Galileia “vêem”, porém de longe (23,49).

Vem então a sepultura (23,50-54). Nem todos os membros do Sinedrío são inimigos de Jesus: José de Arimateia, “pessoa boa e justa”, rende as últimas homenagens a Jesus oferecendo-lhe digna sepultura.

Neste momento final, as mulheres “vêem” tudo até o último instante possível (23,55-56). Sua fidelidade as leva mais longe que o resto da comunidade. Elas, as testemunhas da sepultura de Jesus, serão igualmente as primeiras testemunhas da ressurreição.

A “visão” do Ressuscitado não se pode desconectar da “visão” do crucificado. É assim como a contemplação das atitudes de Jesus em sua Paixão e Crucifixão nesta narração que se desencadeia sem pausa –que se escuta com a respiração contida pela emoção- é o prelúdio da “conversão” pascal que está a ponto de acontecer. 

Tal como o faz sentir Lucas, o final é tranqüilo e cheio de suspense: uma estranha calma que interroga o coração. A serenidade orante do final abre as portas a uma grande expectativa… que terá resposta.

3.  Para cultivar a semente da Palavra no coração:

Quando tomarmos as palmas neste domingo façamos com o desejo sincero de iniciar um caminho junto com Jesus. Só assim a alegria do Domingo de Ramos será uma verdadeira antecipação da imensa alegria do Domingo de Páscoa.

  1. Queres entrar com Jesus a Jerusalém, inclusive até o Calvário?
  2. Que implica contemplar com serenidade e amor cada um dos passos de Jesus no caminho da Paixão, ali onde culminam os passos de teu Deus?
  3. Que vais fazer para estar com Ele ali onde Ele está por ti?

Autor: PE. FIDEL OÑORO, CJM

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