ESTUDO BÍBLICO NA 10ª SEMANA DO TEMPO COMUM ANO C 2022

ESTUDO BÍBLICO NA 10ª SEMANA COMUM ANO C 2022

Comunidade Paz e Bem

SEGUNDA-FEIRA Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja.

Jo 19,25-34

Com o Decreto “Ecclesia Mater”, da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, publicado em 3 de março de 2018, o Papa Francisco determinou a inscrição da Memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, no Calendário Romano Geral.

Por meio desse Decreto, o Papa Francisco estabeleceu que, na segunda-feira depois da Solenidade de Pentecostes, detalhe bem significativo, é obrigatória para toda a Igreja de rito romano a Memória litúrgica de Maria, Mãe da Igreja. O objetivo dessa celebração está brevemente descrito no Decreto: “Favorecer o crescimento do sentido materno da Igreja nos Pastores, nos religiosos e nos fiéis, como, também, da genuína piedade mariana”.

Essa Memória litúrgica de Maria, Mãe da Igreja, nos faz recordar o papel único e singular de Nossa Senhora na História de nossa Salvação, pois Ela é o modelo da livre correspondência ao amor de Deus, a bondosa Mãe da Igreja que nos acompanha no serviço missionário da fé. De acordo com as Sagradas Escrituras, a Virgem Maria estava presente junto aos Apóstolos no dia de Pentecostes. Naquele dia, Ela presidiu, de alguma forma, o nascimento da Igreja que saiu do Cenáculo para anunciar ao mundo inteiro as maravilhas de Deus.

Naquela efusão do Espírito Santo, a presença maternal de Maria no meio dos Apóstolos era para eles a memória de Cristo, pois os olhos de Maria tinham impresso o rosto do nosso Salvador, e o coração Imaculado de Maria guardava os mistérios de Cristo, da Anunciação à Ressurreição e Ascensão ao Céu, por meio da vida pública, da Paixão e Morte de Cristo.

Graças ao seu sim e à sua fidelidade contínua ao amor de Deus, a Virgem Maria é a testemunha particular do Verbo Encarnado. Ela é a memória viva e vivificante do seu Filho e, por isso, Ela permanece na Igreja e nela está presente de modo materno. Desse modo, Ela continua a guardar no seu coração tudo aquilo que vive a Igreja, o Corpo Místico de Cristo e, por ser a Mãe da Igreja, Maria zela para que seus filhos mantenham a unidade da fé.

Em seu Evangelho, o Apóstolo São João narra que “junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu Sua Mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à Sua Mãe: ‘Mulher, eis aí o teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua Mãe!”. (Jo 19, 25-27). Fazendo uma referência a esse testemunho de São João evangelista, o Decreto “Ecclesiae Mater” assinala que a Virgem Maria “aceitou o testamento do amor do seu Filho e acolheu todos os homens, personificado no discípulo amado, como filhos a regenerar à vida divina, tornando-se a amorosa Mãe da Igreja, que Cristo gerou na Cruz, dando o Espírito”.

As primeiras comunidades cristãs aprenderam que a Virgem Maria é o símbolo perfeito da maternidade espiritual da Igreja. As sucessivas gerações cristãs vivenciaram também essa presença materna de Maria no seio da Igreja. Santo Agostinho, nos primeiros séculos, afirmou que “Maria é a Mãe dos membros de Cristo porque cooperou, com a sua caridade, ao renascimento dos fiéis na Igreja”. Tempos depois, São Leão Magno ensinava que “o nascimento da cabeça é, também, o nascimento do Corpo, o que indica que Maria é, ao mesmo tempo, Mãe de Cristo, Filho de Deus, e Mãe dos membros do Seu Corpo Místico, isto é, da Igreja”.

Nessa breve recordação histórica, nós percebemos que a Memória litúrgica da Bem-aventurada Maria, Mãe da Igreja, é uma redescoberta profética de uma antiga devoção, pois a Virgem Maria, Mãe da Igreja, sempre caminhou à frente e com sublime perfeição no Caminho, que é Cristo, para ser nosso modelo e exercer sua maternidade eclesial para com todo o Corpo de Cristo.

O título mariano de Mãe da Igreja se popularizou e, por assim dizer, oficializou-se entre os fiéis, a partir da realização do Concílio Vaticano II, pois, em 1964, durante a promulgação da Constituição dogmática Lumen Gentium, o Papa São Paulo VI proclamou Maria Santíssima como Mãe amorosíssima de todo o Povo de Deus, a Mãe da Igreja. Alguns anos depois, em 30 de junho de 1968, no Credo do Povo de Deus, esse santo pontífice reafirmou essa verdade de forma ainda mais forte: “Nós acreditamos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no céu a sua maternal intercessão em relação aos membros de Cristo, cooperando no nascimento e desenvolvimento da vida divina nas almas dos remidos”.

Além disso, por ocasião do Ano Santo da Reconciliação, em 1975, a Sé Apostólica propôs uma Missa votiva em honra de Santa Maria, Mãe da Igreja. Em 1980, a mesma Sé Apostólica concedeu a possibilidade de acrescentar a invocação do título Mãe da Igreja à Ladainha Lauretana. No ano de 1987, por ocasião do Ano Mariano, no pontificado de São João Paulo II, foram publicados formulários de missas votivas sob o título de “Maria, Mãe e Imagem da Igreja”. Outros formulários foram inseridos na Coletânea de Missas da Virgem Santa Maria e, para algumas nações e famílias religiosas, foi concedida a possibilidade de acrescentar esta celebração no seu Calendário particular.

Essa Memória litúrgica evidencia que nós precisamos da ternura materna da Virgem Santa Maria, Mãe da Igreja, Mãe da Família dos filhos de Deus. Evidencia também que, se queremos crescer na santidade e na pertença a Deus e à Igreja, nós precisamos estar, cada vez mais, enraizados em três realidades centrais da nossa fé católica: a Cruz, a Eucaristia e a Virgem Maria. Estas três realidades são três fecundos mistérios que Deus nos concedeu para fecundar, estruturar e alicerçar a nossa vida interior e para nos conduzir ao nosso Redentor.

Maria é a Mãe da Igreja e, por isso, Ela caminha conosco pelas sendas da História, ajudando-nos a servir ao nosso próximo com caridade, testemunhando o alcance da misericórdia divina. Ela intercede e cuida de nós, a fim de que possamos manter a unidade da fé, conservando acesa a chama da esperança. Com a autoridade da Mãe da Igreja, Ela está capacitada para nos guiar até o Sublime Amor de nosso Senhor Jesus Cristo.

Maria, Mãe de Deus e da Igreja, ajudai-nos a permanecer no seio acolhedor da Igreja, o Povo santo de Deus, participando sempre mais das graças advindas dos Sacramentos, testemunhando a beleza do Evangelho e os sinais da devoção mariana. Maria, doce Mãe da Igreja, continuai a interceder do céu por todos nós, seus filhos indignos e necessitados, que não se cansam de suplicar a sua poderosíssima intercessão. Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós!

ALOÍSIO PARREIRAS 


TERÇa–feira

Mateus 5,13-16 Vós sois a luz do mundo.

A EFICÁCIA DA IDENTIDADE:

 “Brilhe, assim, vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem…”

As bem-aventuranças descrevem o que acontece à vida interior do discípulo que acolheu o Reino dos Céus, proclamado por Jesus. Mas, o que acontece interiormente deve ver-se logo em sinais externos. Deste último trata a segunda parte da introdução do Sermão da Montanha: a vida nova do bem-aventurado tem que “ser vista” (Mt 5,13-16).

Jesus não afasta o olhar da multidão (ver 5,1). Suas palavras passa do insistente Bem aventurados” ao Vós sois”. A ênfase recai no que o discípulo está chamado a ser como expressão de sua identificação com Jesus.

O plural “sois” recorda-nos que não se trata de algo individual mas da vida das comunidades, as quais, apesar de sua pequenez (pobres, perseguidas), exercem uma grande influência benéfica no meio onde estão situadas.

A expressão (“Vós sois”) converte-se, ao final, num imperativo missionário: “Brilhe vossa luz” (5,16).

Deste modo é descrito um belo itinerário que, iniciando pela obra de Deus no coração do que acolhe o Reino na pobreza (5,1-12), culmina na “glorificação” a Deus Pai pelos que são testemunhas da transformação verificada em “obras boas” dos humildes discípulos de Jesus no mundo.

  1. A primeira identidade do bem-aventurado: ser “sal da terra” (5,13)

Quando se põe sal na sopa, este tem dupla virtude: estar em toda a sopa; e de forma escondida. Ninguém fala dele, a menos que faça falta ou esteja em excesso; o sal é, além disso, um bom conservante dos alimentos.

Mas, quando Jesus especifica “da terra”, remete-nos ao mundo da agricultura no oriente antigo, onde se colocava sal no adubo para dar mais vigor e mais fecundidade.

A idéia de fundo, então, é a vida: as comunidades cristãs estão chamadas a ser, nos contextos nos quais vivem sua fé, instrumento da vida do Pai – que é reconhecido como Pai de todos (v.16). Tudo o que se disse que o Pai fazia na proclamação das bem-aventuranças, agora se oferece a todos.

Visto que o sal era utilizado, no Antigo Testamento, como símbolo da Sabedoria e da Lei, talvez tenha que ver, aqui, com a missão dos pequenos do Reino (ver Mt 11,25), cuja missão é fertilizar o mundo com a prática de Jesus: sabedoria de Deus e plenitude da Lei.

A imagem do sal que “se desvirtua” (literalmente: “perde a força”), como símbolo do inútil, descreve a ação comum na Palestina antiga, de jogar o lixo na calçada para tapar os buracos, enquanto as pessoas que passam fazem às vezes de máquina de aterramento.

A imagem é forte, mas é antes de tudo um convite a que a comunidade cristã não permaneça inativa, deixando perder-se todo o potencial que tem; pois, senão, de acordo com a comparação, é como lixo.

2.  A segunda identidade do bem-aventurado: ser “luz do mundo” (5,14-15)

A luz foi feita para iluminar, por isso não admite ser escondida. Esta pode ser a situação de algumas comunidades. Com duas comparações, Jesus ilustra o absurdo de uma luz escondida: a cidade no alto do monte; e a lâmpada que deve ser posta sobre o candeeiro. Ao mesmo tempo, de cada uma destas imagens se desprende um aspecto positivo.

Não se pode ocultar uma cidade no alto de um monte”. A imagem fala por si só. O contexto parece ser o das guerras, tão frequentes no mundo antigo: em um contexto assim, não há possibilidade de camuflagem. Mas há uma idéia positiva. De fato, a comunidade cristã é assim: como cidade no alto do monte, é o ponto de referência em todo o ambiente circundante. Na antiguidade, quando ainda não havia sinalizações nas estradas, as pessoas se orientavam por referências (tal árvore, tal montanha ou tal cidade que se avistava de longe). Essa idéia parece estar aqui presente: o discípulo e sua comunidade são um ponto de referência, de inspiração, de orientação, como ideal de vida para todos os que os vêem.

Nem, tampouco, se acende uma lâmpada e se põe debaixo do alqueire. Outra imagem de significado evidente. Se recordarmos que as casas palestinas eram, basicamente, de um só e pequeno cômodo notaremos quão significativa é. Mas, a idéia positiva que contém, desta vez, se faz explícita: para que ilumine a todos os que estão na casa”. A imagem da “casa” é importante (ver a história da casa ao final do Sermão, em 7,24-27). A luz posta no lugar correto permite apreciar os espaços, evitar tropeços, mas, sobretudo, reconhecer o rosto do outro.  Além disso, a luz põe em evidência o oculto, o injusto, o incorreto. Assim é à força de vida, de uma comunidade de discípulos, em seu ambiente.

Por trás da intenção bíblica, estas duas imagens nos permitem ver que a comunidade dos “bem-aventurados”, o novo povo de Deus, não esgota sua finalidade em si mesma e, sim, que é uma fonte de esperança: esperança do mundo novo inaugurado por Jesus. Particularmente a imagem da luz havia sido utilizada por Isaias:

  • “Eu te constituí como aliança do povo, como luz das nações” (42,6);
  • “Também te estabeleci como luz das nações, a fim de que minha salvação chegue até as extremidades da terra” (49,6);
  • e, de modo especial: “Levanta-te, resplandece, porque tua luz é chegada!… As nações caminharão à tua luz, e os reis, no clarão do teu sol nascente (60,1-3).

3.  Da identidade irradia nova força apostólica: arrancar do mundo louvores ao Pai (5,16)

Para concluir, as imagens do “sal” e da “luz” se traduzem em seu equivalente concreto: “vossas boas obras”. A comunidade não se projeta no mundo por vaidade, mas porque essa é sua missão; a finalidade última é a “glória” do Pai. Afinal, o que se verá em todas as formas de atuação dos discípulos de Jesus – que é autêntico – não será um protagonismo pessoal (de indivíduos ou comunidades), mas o de Deus: se descobrirá que, por trás de tudo, é Deus que está em ação, amando, responsavelmente, como Pai que é. O rosto do Pai “que está nos céus”, e invisível a nós que estamos na terra. Descobre-se no rosto dos filhos que honram o nome que levam.

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração

  1. Considero que minha vida pessoal e a de minha comunidade estão apostolicamente: apagada, ativa ou mais ou menos? Quais são os sinais?
  2. Com que finalidade se projeta a Igreja no contexto social em que está?
  3. Segundo este ensinamento de Jesus, qual é a primeira e fundamental forma de evangelização?

De qual experiência de Deus e como vou comprometer-me com uma vida apostólica mais intensa?


QUARTA-FEIRA 

Mateus 5,17-19

APRENDER A FAZER, EM JESUS, A VONTADE DE DEUS.

“Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento

Quem faz a experiência das “bem-aventuranças” é um homem novo no Reino, perpassado pela pessoa de Jesus. N’Ele tem o coração. Começa a centrar-se todo em Jesus. Mas, a vivencia da radical novidade do Reino pode levar a pensar que a Lei e os Profetas ficam abolidos (Mt 5,17ª). Isto não é exatamente assim, pois, como disse Jesus: Não vim revogá-los, mas dar-lhe cumprimento (5,17b).

A frase “a Lei e os Profetas” é uma forma de designar, tecnicamente, a Bíblia Hebréia (para nós é grande parte do Antigo Testamento), isto é, abarca toda a primeira parte da revelação de Deus:

  • A “Lei”: é o critério de vida por excelência para o povo que fez Aliança com Yahweh;
  • Os “Profetas”: enquanto defensores da Aliança, foram intérpretes da Lei.

Quando Jesus disse que veio para “dar cumprimento” à “Lei e os Profetas”, está afirmando que, n’Ele, visível está, tudo o que a Lei e os Profetas tentaram dizer. O que Deus desejou revelar a seu povo tem seu ponto culminante na pessoa de Jesus. Por isso, digamos assim, entre o Antigo e o Novo Testamento não tem contradição, mas uma linha contínua, sempre ascendente.

É preciso, então, olhar em todas as palavras e atos de Jesus no evangelho, pois ai  “deu cumprimento” ao querer de Deus. Já a primeira ação de Jesus em Mateus, foi programática a este respeito quando, a beira do Jordão, disse a João: “pois assim nos convém cumprir toda justiça (3,15).

As palavras e os atos de Jesus aprofunda no modo como se dá “cumprimento” à “Lei e os Profetas”:

  • Da parte de Deus, mantém firme sua Palavra e nos oferece um caminho para que esta se realize plenamente (“que tudo seja realizado”: 5,18);
  • Da parte do homem, a Palavra de Deus alcança seu cumprimento nele, na medida em que a leve à prática e sejam ensinadas (“observar e ensinar”: 5,19).

Deus é o primeiro a por em prática a Lei, em seu Filho Jesus. A “justiça” primeira é a de Deus. E esta justiça – segundo o evangelho de Mateus – se chama Jesus. Por isso não se falará, explicitamente, do “ensinamento de Jesus” (só até 7,24), mas do “cumprimento da Lei”, simplesmente porque esta ordem de idéias é a mesma.

Deus: A Palavra se faz realidade

A lei quer que “aconteça” tudo. E esse tudo Jesus realiza em sua própria vida. Deste modo, oferece a quem quer que lhe siga, a possibilidade de aprender, n’Ele, a fazer a vontade de Deus. O evangelho, aos poucos, irá desvelando de que modo o “cumprimento” está na vida mesma de Jesus.

A síntese do que quer a ‘Lei e os Profetas’, finalmente, será o amor misericordioso. Desta forma, a “Lei” segue sendo inquebrantável, porém, por outra parte, não se expressa plenamente, mas isso só vai acontecer na interpretação que lhe dá Jesus.

Portanto, porque Jesus deu sua máxima expressão a todo o valor que tem “A Lei e os Profetas”, todos temos a possibilidade de viver a Palavra de Deus em seu seguimento e, assim, esta manterá sua vigência até o fim do mundo (“céu e terra passarão antes de que passe…”).

O discípulo: A Palavra se faz vida

Deus cumpre sua Palavra, porém, os discípulos também têm que cumpri-la, isto é, passar da teoria à prática. Todos os mandamentos, inclusive os menores, são obrigatórios, já que o homem só se faz “justo” na vivencia do querer de Deus.

Mas o discípulo não andará ansioso por detalhes, porque vive a Lei desde uma vida inspirada na nova “justiça” que ensina Jesus, uma “justiça” que provem do estar imerso na experiência do “Reino” (ver as bem-aventuranças). Para enfatizar isto, Jesus apresenta a mesma idéia, tanto em negativo como em positivo: “O que pratique …” – “o que observe”;  “Será o menor no Reino…”-“será grande…”.

Jesus havia de “por em prática”, porém, também “ensinar”. Jesus aplica a mesma lógica do compromisso com a Palavra ao compromisso com a correta educação, que consiste no aprendizado do evangelho, que é cumprimento perfeito “da Lei e os profetas”.

O discípulo que põe em prática a Palavra, já é, por si, um bom mestre, e com a mais eficaz das didáticas: o testemunho.  Mas, não pode esquecer que diante dele vai Jesus. Ao dizer que veio “dar cumprimento”, que belo! Ele mesmo faz o que ensina! Estar na escola de Jesus é aprender sua vida.

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração

  1. Um cristão pode permitir que desvalorizem o Antigo Testamento? Que argumentos tem?
  2. Em contrapartida, que aconteceria se lêssemos o Antigo Testamento sem chegar ao Novo? Que tipo de espiritualidade viveríamos? Que é dar “cumprimento” à “Lei e os Profetas”?
  3. A “lectio divina” tem como finalidade ajudar-me a passar da teoria do texto à prática da Palavra de Deus em nossa vida. Como a estou fazendo? A estou ensinando a outras pessoas?

QUINTA-FEIRA – São José de Anchieta, presbítero, Memória

Mateus 5,20-26

São José de Anchieta, rogai por nós! - Editora A Partilha

ESCOLA DE VALORES (I): A RECONCILIAÇÃO RÁPIDA E PRIORITÁRIA

“Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão”

Hoje começamos a escalar altos níveis na aprendizagem do Sermão da Montanha. Com o texto bíblico na mão exploremos o ensinamento de Jesus. O que vimos ontem é importante.

Mas o ensinamento não ficaria completamente claro sem o que vem: Como é que Jesus leva a “cumprimento” a Lei de Deus, cujo espírito era tão defendido pelos Profetas? Jesus responde de dois modos: (1) com uma frase que anuncia o novo programa de vida segundo o Reino (o que faz entrar no Reino); (2) com casos concretos que, como veremos, correspondem a uma “escola de valores”.

1.  O novo programa

Se vossa justiça não ultrapassar a dos escribas e fariseus não entrareis no Reino dos Céus”.               O enunciado o lemos em Mt 5,20: O comportamento superior (ou “justiça” ou “agir justo”), ao qual alude Jesus, é tal enquanto supera a preocupação pelo “quantitativo” ou “pontual” – característico dos estudiosos da lei e judeus piedosos – e aponta, principalmente, para o “qualitativo” que se move na dimensão nova e profunda do Reino de Deus, quer dizer, a partir da obra de Deus Pai em nós.

O simples conhecimento das normas é insuficiente. Se levarmos em conta o ensinamento das bem-aventuranças, compreenderemos que a “nova justiça” parte da espiritualidade das bem-aventuranças, na qual se anunciava a boa noticia, da obra de Deus Pai, no discípulo de Jesus.

Trata-se de uma justiça que parte de um coração novo: a renovação interior resplandecerá e se tornará visível em todos os comportamentos do discípulo (“brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens”: 5,16). Então estará “cumprindo” a totalidade da Lei.

2.  A didática: uma escola de valores

Como Jesus educa nesta “nova justiça”? Como se vê, em seguida, faz “escola de valores”. Vai propor seis valores fundamentais que orientam o comportamento do discípulo nas relações com os demais. Tem sentido que Jesus tome como ponto de partida as relações com os demais, porque nelas é onde se verifica se, de verdade, somos homens novos ou não. Se andarmos isolados, para evitar problemas, nunca saberemos se levamos, ou não, a novidade do Reino por dentro.

Jesus educa seus discípulos confrontando-os com histórias reais de vida. Para isso: (a) põe uma situação problemática tomada do dia-a-dia; (b) propõe o valor que pode iluminar o comportamento do discípulo nesses tipos de situações; e (c) mostra como se leva à prática. O discípulo logo o aplicará a muitas outras situações. 

O valor proposto, em cada uma das situações, mostra como a vivência da Lei (“Ouvistes que foi dito  dos antigos…”), a partir da prática das bem-aventuranças (“Eu porém vos digo…”), abre novos horizontes de vida que humanizam e santificam o mundo. Assim, os discípulos se fazem “sal” e “luz” em seus respectivos contextos familiares, sociais e eclesiais.

A “escola de valores” tem o seguinte plano: tendo em vista que é nas relações com os demais onde se verifica que uma pessoa vive a novidade do Reino… apresenta tipos de situações (a) três nas quais a solução do problema depende da pessoa (5,21-37); (b) dois nas quais o conflito não provém da pessoa (5,38-48). Este tipo de reflexão, que conduz Jesus, é importante, porque, para que haja uma disputa necessita-se de duas partes: o que ofende e o ofendido.

Acontece, às vezes, que o ofendido quer tomar a iniciativa para restabelecer a justiça, mas o outro não está interessado. Que fazer? Por isso a dupla abordagem: (a) que fazer quando as soluções dependem de cada um de nós; (b) que fazer quando não dependem de nós.

3.  Começa a “escola de valores”

Que valores movem o discípulo quando as soluções dos conflitos dependem dele.

Jesus apresenta três âmbitos de relações conflitivas: (a) o amigo que se torna inimigo por uma dívida que não pagou (5,21-26); (b) a infidelidade matrimonial (5,26-32); e (c) a transparência (verdade) na comunicação verbal (5,33-37). Hoje o evangelho trata do primeiro caso: o do amigo que se tornou inimigo por uma dívida não paga (5,21-26). Um discípulo de Jesus tem em alta estima a “fraternidade”, mas pode acontecer que amigos ou irmãos terminem como inimigos. Vejamos:

  • A situação de fundo, a dívida, aparece dramaticamente levada até ao extremo: o credor está a ponto de aplicar o rigor da lei a seu devedor (a cadeia e o trabalho forçado de sua mulher e seus filhos para cobrir a dívida). Os dois em conflito já vão a caminho do tribunal (ver 5,25-26);
  • O valor proposto é o da reconciliação. A proposta aparece duas vezes: “Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão” (5,24b) e “Assume logo uma atitude reconciliadora com teu adversário” (5,25ª). Trata-se de uma “prioridade” que não admite retardamento: “primeiro”, “sem demora”. Todas as energias pessoais devem canalizar-se para atingir este nobre fim;
  • A aplicação do valor se vê, claramente, no caso de duas pessoas que se irritam: boa ilustração do que acontece quando alguém não paga a alguém o que generosamente lhe foi emprestado.

A reconciliação deve ser:

  • Rápida: A pessoa sabe como iniciam os casos (uma simples “cólera”, 5,22ª), mas não sabe como podem terminar (em assassinato). Quanto mais tempo passar, maior a gravidade da própria responsabilidade diante da situação. (ver as três instâncias da justiça no v.22). Por isso é preciso parar o quanto antes.
  • Primeiro que tudo: O mais sagrado para um judeu é a oferenda no Templo, para o qual, geralmente, faz uma longa viagem, deixando para trás todos os demais compromissos, por vários dias. Recuperar a paz com um irmão neste contexto achava, então, seu real valor. Exemplo nos vv.23-34 .

Conforme a rapidez e a prioridade sobre qualquer outra atividade no exercício da “reconciliação” com o irmão, nós sabemos o que está no cume de nossa hierarquia de valores.

Jesus partiu de uma situação que se vê todos os dias. Por certo, quem não terá se irritado alguma vez? Se tomássemos ao pé da letra este evangelho: haveria suficientes tribunais no mundo para toda a gente que se irrita? Haveria colapso do sistema judiciário.

Mas, aqui há uma grande verdade: a santidade (a “justiça superior”), a que nos conduz o Deus do Reino, deve levar-nos ao saber gerenciar os problemas que todos os dias – que 70×7 vezes- surgem nas relações. Há pequenas situações na vida que vão além do âmbito legal, que escapam à possibilidade de julgamento, mas é preciso ter muito cuidado para colocar ali o “sal” e a “luz” do Reino.

Portanto, o problema não é que haja problemas, o verdadeiro problema é que não queiramos solucioná-los.        O valor da reconciliação rápida e prioritária deve acompanhar-nos todos os dias e o dia todo! Que não se deteriorem as relações com “teu irmão”! E se já se deterioraram: Que faria uma pessoa que vive a bem-aventurança: “bem-aventurados os que promovem a paz” (5,9)?

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração

  1. Tenho algum inimigo?
  2. O estar em paz com um irmão é para mim uma urgência?
  3. Sinto “fome e sede da justiça”, ou seja, de restabelecer rapidamente as relações deterioradas? Como vou exercitar pessoalmente e educar a outros na escola de valores que Jesus propõe, no âmbito de minha família, de minha comunidade, de meu bairro?

SEXTA-FEIRA                                        

Mateus 5,27-32

ESCOLA DE VALORES (II): Uma fidelidade que oferece sacrifícios pelo ser amado.

“Retira-te e joga-te fora de ti”

Jesus continua nos educando na “justiça” do Reino, refletindo na vida a luz que provem de um coração impregnado pelas bem-aventuranças. O segundo âmbito relacional no qual facilmente podem surgir problemas é o da vida a dois. As historias de vida que Jesus já parece referir-se ao caso de um marido problemático: ou por sua debilidade ou por sua agressividade.

Jesus observa dois lados da moeda: (a) Quando o problema se dá por causa de outra mulher que entra em sua vida: o adultério (5,27-30); (b) Quando o problema é com a própria esposa: romper definitivamente com o matrimonio (5,31-32).

Em ambos casos o valor que se coloca em primeiro plano, e que deve inspirar o comportamento do discípulo para superar a crise, é a FIDELIDADE ao amor prometido. Pela fidelidade à pessoa que se ama, tudo o mais deve passar a um segundo plano. Recordemos que o ponto de vista que aqui se aborda é de quando a solução está nas mãos de um.  Vejamos como se aplica.

1. O adultério (5,27-30)

É interessante notar que um ambiente cultural que considerava a mulher como “perigosa” para o varão, porque supostamente incitaria a maus pensamentos, Jesus se pronuncia sobre a atitude deste: “Quem olha a uma mulher desejando-a…” (5,28ª). Em outros termos: o problema não está na mulher, mas no olhar malicioso do varão, quer dizer, em seu coração (“ cometeu adultério…no coração”, 5,28).

O olhar do discípulo deve vir da “pureza do coração” (5,8). Visto que é um homem novo purificado em Jesus, sua maneira de tratar os demais, e neste caso à mulher, deve ser reflexo da nova visão do Reino: a valorização, o respeito, o serviço. Já não pode vê-la como “objeto” que se pode cobiçar para satisfazer os próprios desejos, mas como pessoa à qual ama, antes de tudo, sem interesse. Isto vale para a esposa e para todas as mulheres que encontrar no caminho.

No momento de crise o discípulo de Jesus, inspirado pela bemaventurança, coloca ante si o valor da fidelidade: seu coração está todo na mulher amada e por ela renuncia a qualquer outra possibilidade. Por um valor se fazem sacrifícios, como no caso do tesouro ou da perola (13,44-46). Por isso o discípulo, rejeita o que pode converter-se depois em motivo de tormento pessoal da vida do casal. 

Esta é a idéia que contem as palavras: “Se, pois, teu olho direito te é ocasião de pecado, tira-o e…” (5,29ª; igualmente a mão 5,30ª).  É como se quisesse dizer: “Corta a tempo; é melhor sacrificar um momento de prazer que arruinar a vida inteira”. De novo a prontidão – como no caso anterior – caracteriza o discípulo que se antecipa aos problemas eliminando o que possa fazer dano a suas opções. Um novo sistema valorativo orienta sua existência.

  1. O divorcio (5,31-32)

Com a própria esposa é possível que se presente algum dia uma dificuldade. O novo caso que descreve Jesus é extremo: quando já não é possível manter a relação.  De novo a iniciativa é do varão e não da mulher: se deixa entrever uma decisão unilateral, motivada – talvez – pelo desejo de desfazer a relação primeira e estabelecer outra que se acomode mais a seus interesses pessoais. 

Tanto aqui, como no caso anterior, Jesus passa a defender a vida e o direito da mulher. Se a mulher era “repudiada” não podia voltar a casar e se o fazia caía em adultério (5,32). Isto é o que Jesus adverte: o marido que toma uma decisão deste tipo – para o qual lhes ajudavam os advogados-rabinos a buscar a qualquer causa – arruína a vida de sua mulher. Ainda mais, Jesus admite em um caso específico a possibilidade do fracasso matrimonial (disse: “exceto o caso de fornicação”, 5,32), o que importa ante todo é que o discípulo está chamado a levar de  maneira diferente a vida de seu lar.

Visto que o pano de fundo do ensino de Jesus é a “fadiga” com a esposa, de modo que se busca qualquer desculpa para pô-la na rua, um esposo que é discípulo de Jesus deve lutar pela “permanência”, isto é, exercer o autocontrole nas situações de irritação (“Bem-aventurados os mansos…”, 5,4). Resolver com a paz os conflitos (“Bem-aventurados os que trabalham pela a paz…”, 5,9). Não declarar fracasso no primeiro conflito que se apresenta na vida de casal, isso é imaturidade.

A imagem de discípulo que sublinha estes ensinamentos de Jesus é a de uma pessoa madura, que não se precipita, que discerne serenamente as situações, que se move por valores sólidos, que respeita a vida dos demais, e com maior razão a daqueles que ama. Uma pessoa assim, está refletindo em sua vida a práxis do Mestre. Recordemos: assim como fez Jesus, só o amor mantêm as opções. Este amor há que alimentá-lo todos os dias. (Aqui se falou do “marido”, porém ler este texto – também desde o ponto de vista da “esposa”)

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração

  1. Tenho vivido alguma das situações que expõe hoje o evangelho?
  2. Que consideração pede Jesus que se tenha com a mulher? E como seria vice-versa?
  3. Que deve fazer um discípulo para viver o valor da fidelidade, para dar eternidade ao amor que promete?

SÁBADO

Mateus 10,7-15

O MANUAL DOS BONS OBREIROS DO EVANGELHO (II):

O MISSIONÁRIO SE DISTINGUE POR SEU ESTILO DE VIDA

“De graças recebestes, de graças daí”

Ao dar as instruções aos discípulos para o exercício da missão, Jesus coloca em suas mãos um verdadeiro “manual” que devem ter sempre presente. Mateus anota solenemente: A estes doze enviou Jesus, após dar estas instruções (v.5a). Visto que o autor da missão, em última instância, é Jesus mesmo, tudo se realiza segundo suas indicações.

O manual da missão começa com a descrição da tarefa que compete ao apóstolo de Jesus:

  • Seu marco geográfico-espiritual: As “ovelhas perdidas da casa de Israel (v.6). O espaço é bem claro: não tomeis o caminho dos gentios, nem entreis na cidade dos samaritanos (v.5b). Esta abertura só se dará após a morte e ressurreição de Jesus, no envio universal: “Ide, pois, fazei discípulos a todas as gentes” (28,19). Por ora, a missão, só em casa.
  • Seu conteúdo: A proclamação da proximidade do Reino na pessoa de Jesus (v.7). O anúncio da proximidade do Reino, com poucas palavras e muitos sinais transformadores, não é outro que o da vinda de Jesus que, com seu poder tocando o homem no fundo de sua miséria, faz presente a vontade misericordiosa de Deus que cura, perdoa e traz a paz.

O que o apóstolo tem que dizer é pouco, ao contrário, as ações é que são grandes. Ele deve converter cada dia de suas vidas em uma página viva do Evangelho: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expulsai demônios” (v.8a). Os profundos conteúdos do Reino se refletem, então, no novo estilo de vida de quem os anuncia.

Vejamos cinco traços distintivos deste novo estilo de vida que distingue o missionário:

  • Seu coração (v.8a): Sua ternura ativa com os enfermos, os pobres, os leprosos, os endemoninhados. Todos os milagres enumerados por Jesus supõem uma apropriação do Evangelho, impregnando-se da compaixão de Jesus com os sofredores da terra.
  • Viver com o estritamente essencial (vv.9-10): Ao compartilhar a pobreza de Jesus fica claro que o que conta, do início ao fim, não são recursos materiais para a missão, mas a pessoa mesma, primeiro. Mostra-se sóbrio em seu vestir, em sua alimentação e em seus recursos econômicos. Tudo isso como expressão da opção prioritária pelo Reino. Contudo, “tem direito a seu alimento” (v.10b). Precisavam de comunidades que os acolhessem e mantivessem em sua missão itinerante. (Provavelmente, havia comunidades que não queriam colaborar na manutenção dos missionários e, por isso, se recorda este dever fraterno).
  • Suas relações interpessoais (v.11): Sabe iniciar a missão no complexo mundo urbano (informa-se, saúda, é cortês e constante;). Além de iniciar é capaz também de fechar bem os processos (“até que saiais”; 10,11b).
  • Sua disponibilidade (v.12): Por realizar bem a tarefa e sem nenhuma motivação que não o serviço generoso. Assim como o despojamento externo, o despojamento pessoal é o indicador mais evidente de uma vida que se dá em oblação de si mesma: a gratuidade do dom (10,8b). Este é o modo concreto de ir até a raiz do mal como Jesus fez. Por isso é muito significativo que não se peça nada em troca e se esteja disposto a tudo que se possa exigir.
  • Capacidade de superar oposição e rejeição (vv.13-14): O fracasso não o deprime nem as reações agressivas dos destinatários lhe roubam a paz. A missão está exposta a inconvenientes, alguns leves e outros maiores. Ele agirá com maturidade, à altura das circunstâncias, ao estilo do Mestre.A tarefa está orientada e os requisitos para realizá-la bem já foram expostos. Com estas orientações se formará o novo povo de Deus que faz a experiência profunda do Reino. A Palavra de Jesus tem vigor para formar no mundo de hoje excelentes missionários que a façam possível.

Releiamos, agora, o texto, bem devagar, até mesmo sublinhando os verbos em imperativo, distinguindo o que está em positivo e o que está em negativo. E se contamos com algo de tempo poderíamos, inclusive, comparar com o Evangelho do domingo passado. Logo, confrontemos os ensinamentos com o estilo de vida que estamos levando e deixemos que a Palavra inspire em nós decisões concretas a favor de nosso crescimento pessoal.

Cultivemos a semente da Palavra no profundo do coração

  • Cite alguns dos traços que devem distinguir o modo de vida de um verdadeiro missionário do Reino? Como os vivo pessoalmente? Como os vivemos no grupo ao qual pertenço?
  • Em minha família, entre meus amigos ou conhecidos, sei de alguém que por diversas circunstâncias tem se afastado de Jesus? Que tenho feito concretamente por essa pessoa? Tenho orado? Dialogado com ela?  Aconselhado o diálogo com alguém que a possa ajudar? Ou sabendo do caso, me manifesto indiferente? Que farei a respeito?
  • A sociedade de consumo nos apresenta um estilo de vida muito distinto ao que propõe Jesus a seus missionários. Que temos que fazer para viver mais de acordo com Jesus?

Autor: Padre Fidel Oñoro, CJM

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